sexta-feira, 25 de julho de 2008

MANIFESTO CONTRA A LEI DE MIGRAÇÃO EUROPÉIA*

[ADITAL] Agência de Informação Frei Tito para a América Latina www.adital.com.br

21 julho 2008

Adital - Estimados amigos/as na Europa e no continente americano,
Nas últimas semanas nos articulamos vários intelectuais e ativistas sociais que vivemos nas Américas e que somos descendentes de europeus.
Estamos indignados contra a Lei de Diretrizes do Retorno, que criminaliza os migrantes que agora chegam à Europa desde as Américas, África e Ásia.
Enviamos o Manifesto já assinado por alguns. Pedimos que nos ajudem a difundi-lo a partir da próxima semana, dias 24 e 25 de julho.
a) Enviem para parlamentares e governantes europeus.
b) Enviem para a imprensa local.
c) Os que vivem nas Américas, vejam como fazer para chegar à imprensa e às Embaixadas dos governos europeus.
d) Os que atuam em parlamentos, vejam como difundi-lo na tribuna etc.
Saudações a todos e todas
Pelos que assinam,
João Pedro Stedile


Leia o Manifesto em português. (Abaixo em vários idiomas, divulgue)


Senhores governantes
e parlamentares Europeus

Alguns de nossos antepassados, poucos, muitos ou todos, vieram da Europa.

O Mundo inteiro recebeu com generosidade aos trabalhadores que de lá vieram.

Agora, uma nova lei européia, ditada pela crescente crise econômica, castiga como crime o livre movimento das pessoas, que é um direito consagrado pela legislação internacional, há muitos anos.

Isto nada tem de espanto, porque sempre os trabalhadores estrangeiros são os bodes-expiatórios, os culpados das crises de um sistema que os usa enquanto necessita e logo os despeja na lata do lixo!

Nada tem de espantoso, mas muito de infame!

O esquecimento, nada inocente, impede que a Europa recorde que não seria Europa sem a mão-de-obra barata vinda de fora e sem as riquezas que o mundo inteiro lhes deu. A Europa não seria Europa sem o genocídio praticado contra os povos indígenas nas Américas e sem a escravidão imposta aos filhos da África, para colocar apenas dois exemplos a esses esquecimentos.

Europa deveria pedir perdão ao mundo, ou pelo menos agradecer-lhe, em vez de impor por lei, a perseguição e o castigo aos trabalhadores migrantes, que ali chegam expulsos pela fome e pelas guerras que os donos do mundo lhes impõem, em seus países de origem.

Cordialmente,


* Assinam:

ARGENTINA
Adolfo Pérez Esquivel - Prêmio Nobel da Paz
Atilio Boron, escritor
Hebe Bonafini, Mães da Plaza de Mayo
Osvaldo Bayer, Escritor
Hermana Martha Pelloni, Direitos Humanos
Diana Mafia, Filósofa feminista
Rally Barrionuevo, Cantor compositor
Claudia Korol, periodista, Clacso

BOLIVIA
Eduardo Paz, professor universitário
Humberto Claure Quezada. Ingeniero, editor revista Pátria Grande

BRASIL
Augusto Boal, teatrólogo
Afrânio Mendes Catani, professor USP
Candido Grzyboswki, sociólogo, IBASE e Fórum Social Mundial (FSM)
Chico Withaker, sociólogo, FSM
Emilia Vioti da Costa, historiadora
Elias de Sá Lima, engenheiro
Gaudêncio Frigotto, educador
Heloisa Fernandes, socióloga, ENFF
Jean Pierre Leroy, ambientalista, FASE
Jean Marc Von der Weid, economista agrícola, ASPTA
João Pedro Stedile, ativista social, MST
Mario Maestri, historiador,
Pedro Casaldáliga, bispo, poeta
Renée France de Carvalho, militante internacionalista
Rita Laura Segato, antropóloga, UNB
Vânia Bambirra, economista
Vito Gianotti, jornalista

CANADÁ
Naomi Kleim, jornalista, escritora, autora de "No Logo"
Pat Mooney, pesquisadora de tecnologias
Michael A. Lebowitz, professor, Simon Fraser University

CHILE
Cosme Caracciolo, Conf. Nac. de Pescadores Artesanales de Chile
Luis Conejeros, presidente do Colegio de Periodistas de Chile
Marco Enríquez-Ominami, deputado
Manuel Cabieses, diretor de la revista Punto Final
Marta Harnecker, socióloga, escritora
Manuel Holzapfel, jornalista
Ernesto Carmona, Conselheiro Nacional do Colegio de Periodistas de Chile
Paul Walder, professor universitário e jornalista
Pedro Lemebel, escritor
Flora Martínez, enfermeira
Alberto Espinoza, advogado
Tomas Hirsch, Porta-voz do Humanismo para Latinoamérica

CUBA
Aleida Guevarra, médica pediatra.
Joel Suárez Rodes, Centro Memorial Dr. Martin Luther King

ECUADOR
Alberto Acosta, economista, asambleísta constituinte
Carolina Portaluppi, escritora
Juan Meriguet Martínez, comunicador
Pavel Égüez, artista plástico
Hanne Holst, feminista
Luigi Stornaiolo, artista plástico
Osvaldo León, jornalista ALAI
Verónica León-Burch, videasta

ESTADOS UNIDOS
Saul Landau, cineasta
Norman Solomon, jornalista
Susanna Hecht, professora de UCLA
Richard Levins, professor de Harvard
Noam Chomsky, professor de MIT
Peter Rosset, investigador
Fernando Coronil, Historiador e antropólogo, Universidad Nueva York
Mario Montalbetti, lingüista e Poeta
John Vandermeer, professor da Universidad de Michigan

HAITI
Jean Casimir, antropólogo, escritor.
Camille Chammers, economista.

MEXICO
Subcomandante Insurgente Marcos, cidadão do mundo no México
Ana Esther Ceceña, economista, investigadora Unam
Felipe Iñiguez Pérez
Maria. De Jesús González Galaviz
Pablo González Casanova, sociólogo
Luis Hernández Navarro, jornalista de La Jornada
Beatriz Aurora, artista mexicana-chilena
Víctor Quintana, deputado estatal e dirigente camponês
Raquel Sosa, escritora, professora da UNAM
Rodolfo Stavenhagen, relator da ONU para direitos indígenas
Silvia Ribeira, investigadora

NICARAGUA
Carlos Mejía Godoy, compositor y cantor
Ernesto Cardenal, Poeta, escritor e sacerdote
Gioconda Belli, poetisa e escritora
Luis Enrique Mejía Godoy, cantor e compositor
Mónica Baltodano, deputada, ex-comandante sandinista
Dora Maria Téllez, ex- comandante sandinista
Sergio Ramírez Mercado, escritor.

PARAGUAY
Fernando Lugo, bispo licenciado, Presidente eleito do Paraguai
Marcial Gilberto Congon, pedagogo popular
Ricardo Canesse, engenheiro, parlamentar Parlasur.

PERU
Aníbal Quijano, sociólogo, escritor
Carmen Pimentel, Psicóloga, escritora
Carmen Lora, Universidad Católica de Perú
Mirko Lauer, poeta, ensaísta
Rolando Ames, cientista social, escritor.

URUGUAI
Eduardo Galeano, escritor
Antonio Elias, economista, SEPLA

VENEZUELA
Maximilien Arvelaiz, diplomata

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Lea y divulgue en otros idiomas:

Algunos de nuestros antepasados, pocos, muchos o todos, vinieron de Europa.
El mundo entero recibió con generosidad a los trabajadores de la Europa migrante.
Ahora, una nueva ley europea, dictada por la naciente crisis económica, castiga como crimen la libre circulación de las personas, que es un derecho consagrado por la legislación internacional desde hace ya unos cuantos años.
Esto nada tiene de raro, porque desde siempre los trabajadores extranjeros son los chivos emisarios de las crisis de un sistema que los usa mientras los necesita y luego los arroja al tarro de la basura.
Nada tiene de raro, pero mucho tiene de infame.
La amnesia, nada inocente, impide que Europa recuerde que no sería Europa sin la mano de obra barata venida de afuera y sin los servicios que el mundo entero le ha prestado: Europa no sería Europa sin la matanza de los indígenas de las Américas y sin la esclavitud de los hijos del África, por poner sólo un par de ejemplos de esos olvidos.
Europa debería pedir perdón al mundo, o por lo menos darle las gracias, en lugar de consagrar por ley la cacería y el castigo de los trabajadores que a su suelo llegan corridos por el hambre y las guerras que los amos del mundo les regalan.
Desde el continente americano, julio de 2008,
Atentamente

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Alcuni dei nostri antenati, pochi, molti o tutti, sono venuti dall’Europa.
Il mondo intero ha ricevuto con generosità i lavoratori dell’Europa migrante.
Ora, una nuova legge europea, dettata dalla nascente crisi economica, punisce come crimine la libera circolazione delle persone, che è un diritto consacrato dalla legislazione internazionale già da molti anni.
In questo non c’è niente di originale perché da sempre gli stranieri sono i capri espiatori, messaggeri delle crisi di un sistema che li utilizza quando ne ha bisogno e poi li getta nel secchio della spazzatura.
Non c’è niente di originale ma c’è molto di infame.
L’ amnesia, niente affatto innocente, impedisce che l’Europa ricordi che non sarebbe Europa senza la manodopera a buon mercato venuta da fuori e senza i servizi che il mondo intero le ha prestato: l’Europa non sarebbe Europa senza la strage degli indigeni delle Americhe e senza la schiavitù dei figli dell’Africa, per fare soltanto un paio di esempi tra ciò che ha dimenticato.
L’Europa dovrebbe chiedere perdono al mondo, o per lo meno ringraziarlo, invece di consacrare con una legge la cacciata e la punizione dei lavoratori che toccano il suo suolo spinti dalla fame e dalle guerre che i padroni del mondo regalano loro.

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Messieurs les Gouvernants et parlementaires Européens

Certains de nos ancêtres, quelques-uns, beaucoup, voire tous, sont venus d'Europe.
Le monde entier a reçu avec générosité les travailleurs de l'Europe migrante.
Aujourd'hui, une nouvelle loi européenne, dictée par la crise économique naissante, punit comme un crime la libre circulation des personnes, qui est un droit consacré par la législation internationale depuis déjà plusieurs années.
Cela n'a rien d'étrange, car depuis toujours les travailleurs étrangers sont les boucs émissaires des crises d'un système qui les utilise tant qu'il en a besoin puis les jette comme des moins que rien.
Cela n'a rien d'étrange, mais c'est très infâme.
L'amnésie, en rien innocente, empêche à l'Europe de se rappeler qu'elle ne serait pas l'Europe sans la main-d'œuvre bon marché venue de l'extérieur et sans les services que le monde entier lui rend : l'Europe ne serait pas l'Europe sans le massacre des indigènes des Amériques, et sans l'esclavage des enfants de l'Afrique, pour ne donner ici que deux exemples de ces oublis.
L'Europe devrait demander pardon au monde, ou tout au moins lui dire merci, plutôt que de consacrer par une loi la chasse et le châtiment aux travailleurs qui arrivent à sa solde, chassés par la faim et les guerres que les maîtres du monde leur offrent en cadeau.
Depuis les Amériques,
Cordialement

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Honorable European Governments and Parliamentarians

Some of our ancestors, a few, or many, or all of them, came from Europe.
The world received these immigrant workers from Europe with generosity.
Now, with the new European Directive on Forced Return of Migrants, dictated by the looming economic crisis, Europe is criminalizing the free circulation of people, despite this having been consecrated as a right in international law since many years ago.
There is nothing strange about this, because foreign workers have always been used as scapegoats for the periodic crises of a system that uses them when necessary, and then discards them in the in the dustbin when no longer needed.
It is not strange, but it is shameful.
It seems that a convenient amnesia prevents Europe from remembering what Europe would be like without cheap labor from abroad, and without the services that the entire world has provided her with. Europe would not be Europe without the massacre of indigenous peoples in the Americas and without the enslavement of the sons and daughters of Africa, to mention only a few forgotten examples.
Europe should apologize to the world, or at the very least give thanks for what the world has given her, instead of legalizing the hunting down and punishment of hard working people who have come to Europe, fleeing the hunger and the wars that the masters of the world have sent them.
From the Americas,
cordially,

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An die Regierungen und Parlamentarier Europas
Einige unserer Vorfahren - wenige, viele oder alle - kamen aus Europa.
Überall auf der Welt wurden die Arbeiter, die von dort kamen, großzügig aufgenommen.
Ein neues europäisches Gesetz, diktiert von der wachsenden Wirtschaftskrise, macht jetzt den freien Personenverkehr, der seit langem in der internationalen Gesetzgebung ein unantastbares Recht ist, zu einer strafbaren Handlung.
Das ist nicht überraschend, weil ausländische Arbeitskräfte immer als Sündenböcke für die Krisen eines Systems verantwortlich gemacht werden, das sie gebraucht solange sie nützlich sind, um sie dann in den „Müllkübel" zu werfen!
Daran ist nichts überraschendes, aber sehr viel Schändliches!
Das - keineswegs unschuldige - Vergessen hindert Europa daran, sich zu erinnern, das es nicht dieses Europa wäre ohne die billige Arbeitskraft von außen und die Reichtümer, die aus allen Teilen der Welt geholt wurden. Europa wäre nicht Europa ohne den Genozid an den indigenen Völkern Amerikas und ohne die Versklavung der Kinder Afrikas, um nur zwei vergessene Beispiele zu nennen!
Europa sollte die Länder des Südens um Vergebung bitten, oder ihnen zumindest danken, anstatt mittels Gesetz ausländische ArbeiterInnen zu verfolgen und zu bestrafen, die aus ihren Heimatländern durch Hunger und Kriege vertrieben werden, die ihnen die Herren der Welt aufzwingen.

(Übersetzung: Johann Kandler- Áustria)

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