São Tomé, 18 julho 2008 - O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Rafael Branco, anunciou hoje (sexta-feira), que vai dar seguimento a um programa de reestruturação salarial a nível das empresas públicas, argumentando que os valores são incompatíveis com a actual situação económica" do país.
Em conferência de imprensa, Rafael Branco afirmou que, com esta medida, o governo pretende recuperar a confiança dos cidadãos nas instituições do estado.
"Temos empresas com um director, mais dois directores adjuntos, além de um Conselho de Administração com três a quatros membros, que todos os meses recebem um salário e não trabalham. Não pode ser", sublnihou.
"Temos empresas que não produzem, no entanto, o salário do director é quatro a cinco vezes superior que o salário de um ministro", esclareceu Rafael Branco.
Analistas políticos são-tomenses prevêem que esta medida possa provocar algum "mal-estar", uma vez que muitos dos dirigentes das empresas públicas integram partidos políticos que apoiam o actual governo.
"Os partidos disseram que apoiam o governo. Apoiar o governo significa fazer aquilo que é bom para o nosso povo. Não podem apoiar o governo e não querer que ele faça o que é bom para a sociedade", disse Rafael Branco, quando questionado sobre as consequências desta medida.
"Estou no governo com o espírito de servir. No dia em que os partidos que me apoiam acharem que eu não estou a servir, vou-me embora. Não ficarei nem mais um dia", disse o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe.
"Estou confiante que esses partidos participaram na elaboração do programa de governo porque entendem que é absolutamente necessário recuperarmos a confiança do cidadão, e a nossa missão é parar a degradação da nossa situação económica, politica e social", defendeu.
Rafael branco considera que o governo tem de ser "claro, determinante e transparente" para que os cidadãos percebam que o trabalho do executivo "não é para o benefício de alguns, de um partido ou dois, mas da colectividade". (AngolaPress)
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