quarta-feira, 9 de julho de 2008

Moçambique/FRELIMO diz que infra-estruturas sociais são um desafio nos 28 municípios que gere

Maputo, 9 julho 2008 - A FRELIMO, partido no poder em Moçambique, fez hoje um balanço positivo da sua governação nos 28 municípios que gere, mas admitiu que há ainda desafios, principalmente ao nível de infra-estruturas sociais.

Em declarações à imprensa, a propósito da II Sessão Extraordinária do Comité Central da FRELIMO, para um balanço da governação autárquica, o porta-voz desta organização, Edson Macuácua, declarou que "a FRELIMO cumpriu o seu manifesto nas 28 autarquias que venceu em 2003".

Nessas cidades e vilas geridas pelo partido "aumentou a capacidade de arrecadação das receitas locais, a transparência na gestão administrativa, patrimonial e financeira, bem como a interacção e participação dos munícipes na busca de soluções", sublinhou Macuácua.

Também foi "aprofundada a administração e gestão participativa, o atendimento público e a resposta às solicitações e interesses dos munícipes" nas autarquias governadas pela FRELIMO, acrescentou o porta-voz.

Edson Macuácua reconheceu que, apesar da avaliação positiva, ainda há problemas nos 28 municípios, "como a escassez de infra-estruturas económicas e sociais".

A deficiente gestão do solo urbano é outro dos desafios com que as autarquias nas mãos do partido no poder em Moçambique ainda se debatem, disse Macuácua.

Mesmo atribuindo nota positiva ao trabalho desenvolvido pelos presidentes e assembleias municipais da FRELIMO, o porta-voz não deu como garantida a indicação dos actuais titulares dos órgãos autárquicos para candidatos do partido às próximas eleições municipais, agendadas para 19 de Novembro deste ano.

"Os candidatos da FRELIMO às próximas eleições autárquicas sairão das eleições internas já em curso, em que podem também candidatar-se os actuais membros do poder autárquico.

Naturalmente que os membros do partido tomarão em conta as realizações dos candidatos", afirmou Edson Macuácuá.

No município de Maputo já apresentaram a sua candidatura às eleições internas da FRELIMO o actual presidente, Eneas Comiche, e David Simango, actual ministro da Juventude e Desportos.

Na mensagem de abertura da II Sessão Extraordinária do Comité Central da FRELIMO, o presidente do partido, Armando Guebuza, apelidou de "apóstolos da desgraça" os que "celebram cada infortúnio que se abate sobre o povo moçambicano", numa referência ao impacto negativo da crise internacional nos combustíveis e alimentação.

"A crise dos combustíveis e dos cereais, que gradualmente se avoluma, despoletou debates acalorados, no seio da nossa sociedade", disse o também chefe de Estado.

"Nesses debates, há quem defenda que se trata de uma crise exclusivamente moçambicana, retirando-lhe a complexa dimensão internacional.

Nas autárquicas de 19 de Novembro, o principal partido da oposição, a RENAMO, aposta em aumentar o número de autarquias sob seu controlo, que agora são apenas cinco.

O próximo escrutínio para os órgãos autárquicos em Moçambique contará com mais 10 novos municípios, num total de 43.

As primeiras eleições autárquicas em Moçambique realizaram-se em 1998, tendo sido boicotadas pela RENAMO, alegando falta de transparência do processo eleitoral, o que permitiu a vitória da FRELIMO em todas as 33 autarquias.

A RENAMO viria a participar no segundo acto eleitoral, em 2003, ganhando em cinco municípios.

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