5 agosto 2013, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br
(Brasil)
Da Agência Lusa
Nova York – Os ministros dos
Negócios Estrangeiros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) manifestaram hoje (5),
em encontro com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban
Ki-moon, preocupação com o programa de espionagem norte-americano, revelado
pelo ex-consultor de informática Edward Snowden.
No encontro, os representantes do
Brasil, da Argentina, do Uruguai e da Venezuela manifestaram a
"indignação" e a "preocupação" com que seus países
receberam a notícia de que o governo dos Estados Unidos tinha acesso a
mensagens de instituições, empresas e cidadãos de países latino-americanos.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Elías Jaua Milano, a
espionagem de dados viola os direitos humanos e ameaça a "mútua
confiança" necessária para o bom funcionamento da comunidade
internacional.
"Estamos convencidos de que é
uma prática que viola os direitos internacionais e os direitos humanos
fundamentais, ao ignorar o direito sagrado da privacidade dos nossos
cidadãos",
disse o ministro da Venezuela, que detém atualmente a
presidência rotativa do Mercosul.
A mensagem foi transmitida pelos
ministros a Ban Ki-moon a pedido dos chefes de Estado e de governo dos
países-membros do Mercosul, após uma decisão tomada durante a última cúpula
bloco, realizada em junho em Montevidéu.
Os ministros também expressaram
repúdio ao fechamento do espaço aéreo de Portugal, da Espanha, da Itália e da
França a um avião que transportava o presidente boliviano, Evo Morales. O
incidente ocorreu no início do mês passado, quando Morales voltava de uma
viagem à Rússia.
De acordo com o ministro
venezuelano, durante o encontro, foi reforçada a posição do bloco no que diz
respeito à liberdade para concessão de asilo político e humanitário.
"Colocamos muita ênfase para que seja conservado o direito de concessão de
asilo, que na nossa região permitiu salvar tantas vidas durante períodos de
ditadura. Deixamos claro que esse é um princípio de que não estamos dispostos a
negociar", completou.
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