27 agosto 2014, Portal do Governohttp://www.portaldogoverno.gov.mz
(Moçambique)
Luanda (AIM) – O
Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi,
defende a supressão de vistos de entrada entre Moçambique e Angola, pois
acredita que esta medida poderá estimular sobremaneira a actividade empresarial
entre ambos os países.
Esta posição foi expressa durante a sessão de abertura
da IX Sessão da Comissão Mista de Cooperação Bilateral entre Moçambique e
Angola, um evento que decorre em Luanda desde terça-feira sob a co-liderança de
Baloi e do Ministro angolano do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial,
Job Graça.
Segundo Baloi, para dinamizar as relações económicas e
empresariais, é imprescindível que os nossos países embarquem na facilitação da
circulação de pessoas e bens.
Por isso, disse o chefe da diplomacia moçambicana “apresenta-se, neste contexto, prioritária a conclusão das negociações visando a supressão de vistos em passaportes ordinários entre os nossos dois países com benefícios no desempenho das nossas economias e no intercâmbio entre os nossos povos”.
Aliás, Angola é o único país dos 15 que integram a
Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) onde os moçambicanos
necessitam de um visto de entrada, o que na óptica de Baloi não condiz com o
facto de serem dois povos amigos e irmãos que apenas vivem distantes uns dos
outros.
Referiu que abolição de vistos irá contribuir para a
maximização da cooperação entre os dois países que, a nível empresarial, ainda
não condiz com as excelentes relações políticas, de amizade e irmandade que
unem os dois governos e povos desde a década de 60, do século passado, quando
ambos lutavam contra o seu então inimigo comum que era o colonialismo
português.
Baloi sublinhou haver muita vontade política de ambos
os países para que a cooperação esteja no mesmo nível de excelência quanto
estão politicamente, faltando apenas a aplicação prática dos compromissos já
acordados.
Revelou que na Reunião da Comissão Mista deverão ser
identificadas as causas que estão por detrás da baixa cooperação entre estes
dois países irmãos. Aliás, apesar de estarem separados por cerca de três mil
quilómetros de distância, os seus povos sentem-se muito chegados ao ponto de a
distância não se fazer sentir.
Antes de Baloi tecer estas considerações, o Ministro
Job Graça havia também dito, no discurso de abertura da reunião de três dias,
que a cooperação bilateral ainda não atingiu o ponto ideal, considerando mais o
facto de que as economias dos dois países estarem a registar um crescimento
muito elevado, ou seja, a uma média anual superior a seis por cento ao longo da
última década.
Disse ser uma taxa que mostra que há muito que os dois
países podem fazer no seu intercâmbio nas áreas já identificadas, incluindo
política, económica e social.
Por isso, disse Baloi, Moçambique e Angola devem fazer tudo ao seu alcance para maximizar a cooperação bilateral público-privada, para o benefício de seus povos, cujas relações são muito especiais e excelentes.
Segundo Baloi, estas relações já atingiram uma escala
de uma verdadeira irmandade amistosa.
Moçambique e Angola querem cooperar em mais de 27
áreas de Índole Politica, Económica e Social.
Durante o evento, Moçambique e Angola manifestaram a
sua intenção de cooperar em 27 áreas já identificadas, entre as quais relações
internacionais, agricultura, desenvolvimento rural e pescas, desenvolvimento
industrial, comércio, finanças, geologia e minas, urbanismo e construção civil,
entre outras.
Os participantes acreditam que os dois países dispõem
de todos os meios e condições para uma melhor cooperação, porque partilham uma
plataforma comum que é a língua portuguesa e uma relação crescente de amizade
que os une há mais de meio século.
Ao longo da sessão deverão ser assinados alguns acordos e protocolos que irão servir de base para o incremento da sua cooperação bilateral público-privada.
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