quinta-feira, 7 de agosto de 2014

FÓRUM MOSTRA REAIS INTERESSES ECONÔMICOS E MILITARES DOS EUA NA ÁFRICA

7 agosto 2014, Vermelhohttp://www.vermelho.org.br (Brasil)
A Fórum EUA-África, que aconteceu entre segunda (4) e quarta-feira (6), em Washington, capital estadunidense, mostrou o grande interesse que hoje os norte-americanos possuem no continente africano. Ainda sem se recuperar totalmente da crise econômica que atingiu o país, os EUA desejam realizar uma expansão do seu comércio e para isso pretendem investir nas nações da África, um mercado com cerca de um bilhão de consumidores.

Além disso, a Casa Branca tem manifestado uma imensa vontade em reforçar a sua influência militar no continente, o qual possui inúmeras reservas minerais e naturais, algumas delas consideradas estratégicas para os estadunidenses como: petróleo, água, ouro, platina e diamantes.

Embora estejam focados em ampliar as relações comerciais entre os dois lados e a sua presença na África, os EUA insistem em negar que
o Fórum tenha respondido a sua preocupação com o aumento da influência chinesa nos países africanos. As relações comerciais entre os norte-americanos e o continente, atualmente, giram em torno de $ 85 bilhões de dólares anuais, o que coloca os Estados Unidos como, somente, o terceiro maior parceiro da África, muito atrás da União Europeia e da China.

Durante o encontro na segunda-feira (4), em Washington, com a presença de mais de 40 líderes africanos, o presidente estadunidense, Barack Obama, anunciou os próximos investimentos do país para estreitar as relações com a África, somando um total de $ 33 bilhões, os quais serão direcionados para impulsionar o comércio e promover as exportações estadunidenses na região.

Durante o Fórum, muitos líderes africanos sublinharam a necessidade de aumentar as suas ligações com os norte-americanos, mas ao mesmo tempo, eles destacaram a importância de um apoio maior dos EUA no combate às epidemias que atingem o povo africano como o Ebola e a malária, e a necessidade de uma maior participação para que possam reforçar as suas capacidades de defesa contra ameaças globais como o terrorismo.

O Presidente mauritano, Mohamed Ould Abdel Aziz, afirmou que “apesar dos progressos realizados pelo continente nas questões econômicas, ainda existe um longo caminho a percorrer para se erradicar a pobreza e para se garantir a segurança e a estabilidade regionais. Os conflitos armados, o crime organizado, o tráfico de armas e as drogas ameaçam nossos países e o desenvolvimento de novas gerações”.

Analistas citados por diversos meios de comunicação sentiram que os Estados Unidos estão interessados nessas reuniões por conta do desejo que possuem em controlar as imensas reservas naturais e minerais na África. Alguns dias atrás, líderes do alto escalão militar estadunidense, sob a condição de anonimato, disseram ao jornal The Washington Post que a expansão militar na África é necessária devido ao aumento do extremismo e da violência em países como o Sudão e a Líbia.

Aliás, Barack Obama pediu na quarta-feira (6) para que se reforce a cooperação com os países africanos afim de responder aos conflitos e as ameaças terroristas de grupos extremistas, como o Boko Haram na Nigéria e o Shebab na Somália. O líder do Poder Executivo defendeu que os EUA participem no continene africano com apoio logístico, assistência financeira e inteligência e treinamento das tropas da União Africana. Em suma, sob o pretexto de combater o terrorismo, Washington quer manter na África mais de cinco mil soldados sob a direção do Pentágono.

Da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina


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