“Ao lançarmoS as bases estruturais para o contínuo
desenvolvimento da nossa Pátria amada, cumprimos a nossa missão: a missão de
luta contra a pobreza, colocando Moçambique na rota da construção e do
bem-estar”.
Foi assim que o Presidente da República, Armando
Guebuza, se pronunciou ontem na Assembleia da República, no seu último Informe
sobre o Estado Geral da Nação, apresentado na qualidade de Chefe do Estado.
O documento, de 59 páginas, procurou fazer uma
radiografia dos quase dez anos de governação de Armando Guebuza. Nele, o Chefe
do Estado destacou
o facto de a sua governação ter sido orientada por dois
planos quinquenais, sufragados nas eleições de 2004 e 2009 e aprovados pela
Assembleia da República.
Destes dois documentos orientadores, Guebuza destacou,
exactamente, dez desafios para ilustrar o desempenho que obteve enquanto Chefe
do Estado. Trata-se da elevação da auto-estima do moçambicano; consolidação da
unidade nacional, da paz e da reconciliação nacional; formação do capital
humano; promoção do bem-estar da juventude; combate aos obstáculos ao
desenvolvimento; construção e reabilitação de infra-estruturas sociais e
económicas; viabilização do distrito como pólo de desenvolvimento; reforço dos
determinantes do Estado de Direito Democrático e o reforço da cooperação
internacional.
Na sua intervenção de mais de duas horas e meia,
interrompida diversas vezes pelos aplausos da bancada da Frelimo e dos membros
do Governo ali presentes, Guebuza esmiuçou cada um destes temas, tendo depois
concluído que o país, efectivamente, deu passos significativos na luta contra a
pobreza e os resultados estão visíveis para todos.
“Liderámos o nosso maravilhoso povo a compenetrar-se
do facto de que o direito de não ser pobre, como o direito inalienável à
Independência Nacional, é um dos direitos fundamentais do Homem e nenhum
moçambicano deve ter medo de ser rico”, disse.
Acrescentou que em muitos cantos do país muitos
cidadãos anónimos, com visão ofuscada pelo espírito de mão-estendida e pelo
hábito de culpar terceiros pela sua situação, tornaram-se empreendedores, com
auto-estima, determinação e clareza de que vão e estão a vencer a sua pobreza e
a criar o seu bem-estar e a melhorar as condições de vida de outros
moçambicanos.
“Na realidade são muitos os exemplos de cidadãos que
passaram de proprietários de bicicletas para donos de motorizadas e viaturas,
de oficinas e de lojas de venda de sobressalentes ou de diferentes bens e
mercadorias; são muitos os moçambicanos que de donos de casas de pasto passaram
a prósperos donos de motéis, pensões, hotéis ou salas de conferências; são
muitos os produtores agrários moçambicanos de pequena dimensão que transitaram
para produtores com áreas mais extensas, maior produtividade e diversidade de
actividades agrárias, comerciais e sociais; nos centros urbanos e nas zonas
rurais vemos como a qualidade de vida do nosso povo está a mudar para melhor,
através da nova matriz de lazer, de produtos e de serviços que demanda”,
defendeu o Presidente da República na sua avaliação sobre o Estado da nação.
Para Guebuza, Moçambique também mudou a sua paisagem
nestes quase dez anos da sua presidência, com investimentos e obras que se sucedem
todos os dias e por todos os lados, que estão a mudar as condições de vida e de
bem-estar do nosso povo. “Na realidade, em muitos espaços geográficos as casas
de caniço, pau-a-pique e adobe estão a ceder o seu espaço a casas de alvenaria,
nas quais despontam caleiras e cisternas e melhores condições de higiene e
saneamento. Casas espaçosas e espaçadas e com janelas e divisões amplas
salpicam novos bairros deste nosso belo Moçambique, nas zonas rurais e nas
zonas urbanas.
Segundo o Presidente, ao fim destes quase dez anos, é
gratificante sentir que contribuiu para despertar em cada um dos nossos
compatriotas a consciência e a convicção de que os moçambicanos serão os heróis
da sua libertação da pobreza, como foram contra a dominação estrangeira.
“Por isso, distintos deputados, através destes dez
desafios e pela forma como os superámos, podemos proclamar para a Nação e para
o Mundo que, ao lançar as bases estruturais para o contínuo desenvolvimento da
nossa Pátria Amada, cumprimos a nossa missão”, sublinhou para depois fechar a
sua intervenção com agradecimentos em torno da colaboração que teve, de todos,
para o sucesso da sua missão como terceiro Chefe do Estado moçambicano.
Mussa Mohamed
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