July 25, 2014 Global Research http://www.globalresearch.ca
(Canada)
By Prof Michel Chossudovsky
A morte de três jovens
israelenses alegadamente assassinados por Hamas foi o pretexto dado para os
atuais bombardeios de Gaza.
Operação Margem de
Proteção – Operation Protective Edge (OPE) – dirigida contra Gaza,
é reminescente do abominável Plano Dagan denominado “Operação
Vingança Justificada”, no qual mortes de inocentes israelenses civís tinham
sido previstas pelo planejamento militar da IDF, Força de Defesa de Israel.
As mortes seriam
usadas para convocar o apoio do público israelense, assim também como para
dar justificação a uma operação contra-terrorista nos territórios dos
palestinianos, ocupados por Israel, fazendo-a “legitima” aos olhos da
comunidade internacional.
Planejado atrás de
portas fechadas, em julho de 2001, o Plano Dagan (denominado assim em
referência ao então chefe do serviço secreto Mossad, Meir Dagan) tinha sido
escolhido pelos arquitetos da IDF e do serviço secreto israelense, Mossad, para
ser “lançado imediatamente após o próximo alto-número de vítimas”.
A Operação Margem de
Proteção (OPE), dirigida agora contra Gaza, foi planejada bem anteriormente ao
sequestro e morte dos três adolescentes israelenses.
O Primeiro Ministro
Netanyahu, já agora também, convocou 40.000 reservistas. No segmento dos
ataques, e dos raids de bombardeios aéreos, um cenário de uma maior operação
terrestre é a ser esperada.
Ainda mais, de maneira
similar a lógica do Plano Dagan, o chefe do Mossad, serviço de inteligência,
“fez uma predição” do sequestro dos três adolescentes.
Abaixo do título “A
frieza da presciente profecia do chefe da Mossad quanto ao sequestro”
Haaretz, de Israel, confirmou que o “Chefe da Mossad, Tamir Pardo, tinha ‘feito um
perfil’ de um cenário fantasmagóricamente [sic] similar ao do sequestro dos
três adolescentes desaparecidos na Cisjordânia” Haaretz, 13 de
julho de 2014, ênfases acrescentadas).
As mortes dos civís
israelenses são apresentadas como culpa de Hamas, sem evidências, e isso para
justificar uma operação militar contra Gaza. O objetivo final da “Operação Margem
de Proteção” (OPE) é o de romper a base institucional da liderança de Hamas, e
destruir a infraestrutura civil de Gaza, tendo em vista uma eventual anexação
da Faixa de Gaza a Israel. Foi relatado que Israel já teria atacado 1.320
sítios em Gaza, resultando em 167 mortes e mais do que 1.000 feridos, e isso de
até quando da presente data, 13 de julho. (Mannam News, 13 de julho de 2014)
Foram os três rapazes
assassinados por Hamas?
Em reportagens da mídia
israelense relatou-se que os três adolescentes poderiam ter sido executados por
entidades afiliadas a Al Qaeda, mais especificamente pelo Estado Islâmico do
Iraque e do Levante (ISIL) que, como por acaso, são “encobertamente”, assim como
“abertamente”, apoiados por Israel.
Abaixo do título “Grupo Jihadista toma responsabilidade pela morte dos
adolescentes”, o the Times of Israel
confirmou que:
Um novo grupo
palestiniano de guerra santa, a jihad, prometendo lealdade ao Estado Islâmico (anteriormente
conhecido como ISIL) tomou a responsabilidade pelas mortes dos três
adolescentes israelenses no mês passado na Cisjordânia, assim como para outros
recentes ataques mortais, contra soldados e civís israelenses.
“A ação foi feita em
honra de Abu Bakr al-Baghdadi, o auto-proclamado “califa” do Estado Islâmico, a
reencarnação do Estado Islâmico da Síria e do Levante (ISIL), declarado no mês
passado, foi dito na declaração.” (Times of Israel, 3 de julho de 2014)
ISIL (com o novo nome
Estado Islâmico) (veja foto) constitue-se na principal força de luta rebelde da
Al Qaeda na Síria, dirigida contra o governo de Bashar al Assad. Mais
recentemente, brigadas da ISIL entraram também no Iraque confrontando forças
governamentais.
Enquanto ISIL é uma
entidade afiliada a Al Qaeda, financiada pela Arábia Saudita e Catar,
retribuições para as mortes dos adolescentes foi dirigida contra Gaza, em vez
de contra a Arábia Saudita e os Países do Golfe.
O apoio que os Estados
Unidos e Israel dão as entidades afiliadas da Al Qaeda não se limita ao domínio
das operações encobertas. Os militares israelenses (IDF) estão apoiando a
entidade da guerra santa, jihadista, no ocupado Elevados dos Golãs – Golan Heights.
Além disso, amplamente documentado, lá encontram-se também Forças Especiais
ocidentais, assim como israelenses, nas fileiras dos rebeldes do ISIL.
Em março um oficial
militar austríaco da Força ONU de Observação do Desembaraçamento nos Elevados
dos Golãs – UNDOF – “confirmou que Israel tinha dado apoio militar e
logístico, em alta-escala, aos terroristas e rebeldes [ISIL e Al Nusrah]
em diferentes partes da Síria”.
O official da UNDOF
confirmou a existência de uma “sala de operações conjuntas”, entre Israel e os
rebeldes da Al Qaeda, pertencendo “ao fornecimento de assistência de Israel aos
terroristas.”
Essa assistência não se
limita a assuntos de logística:
“De acordo com o Canal
1 da televisão de Israel, ‘fontes ligadas a segurança’ informaram a respeito de
um novo sistema de mísseis chamados ‘Mitar’, estabelecido nos Golãs para dar cobertura de retaguarda a grupos militantes
anti-Síria.
Esse sistema inclui
mísseis de meia e de longa distância, de acordo com o relatório.” (Al Alam May 3, 2014 ênfases acrescentadas)
Um hospital militar da
IDF, nos ocupados Elevados dos Golãs foi estabelecido para tratamento dos
rebeldes da Al Qaeda que tivessem sido feridos.
Em fevereiro o
Jerusalem Post disse que o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu tinha visitado
o hospital de batalha da IDF nos ocupados Golãs, hospital esse que tinha sido
levantado para apoio dos rebeldes jihadistas operando na Síria. O hospital
tinha sido levantado então para tratar dos rebeldes feridos da Al Qaeda.
O Jerusalem Post
reconhece que o hospital está sendo usado em apoio aos jihadistas da
insurgência. Netanyahu referiu-se ao hospital como um lugar que “separava o bem
no mundo, do mau no mundo.”
“O bem” de acordo com
Netanyahu “é Israel” o qual, numa amarga ironia, apoia de todo coração, os
“lutadores da liberdade” da Al Qaeda na Síria; e “o mau refere-se ao Irã, o qual
apoia Bashar Al Assad”.
O bem, disse o primeiro
ministro, é Israel, o qual “salva vidas da carnificina diária tendo lugar na
Síria. Essa é a face real de Israel.”
O mau, ele continuou, é
o Irã, que está armando os que fazem essa carnificina. (Jerusalem Post, 19 de
fevereiro de 2014)
Enquanto o hospital de
campo de batalha da IDF foi estabelecido para apoiar a Al Qaeda, numa operação
coordenada pelas Forças Especiais da IDF, Netanyahu casualmente acusa o Irã por
“seu apoio a grupos terroristas através do mundo”. (JP, 19 de fevereiro de
2014).
Netanyahu não nega o
apoio de seu governo aos jihadistas. O alto chefe da IDF implicitamente
reconhece que “elementos da global jihad dentro da Síria” são apoiados por Israel:
Netanyahu fez uma
visita aos Golãs conjuntamente com o Ministro Mosje Ya’ alon e o Chefe do
Personal, Chief of Staff, Lt.-General Benny Gantz.
Num local de miradouro,
com vista panorâmica da fronteira da Síria, OC Comando Norte, Maj.-General Yair
Golan, informou Netanyahu a respeito da presença de elementos da jihad global dentro da
Síria, assim também como a
respeito do trabalho sendo feito para fortificar as defesas da fronteira. (Ibid)
(Foto de direita
: O Primeiro Ministro Netanyahu cumprimentando um Terrorista da Al Qaeda)
Seria esse terrorista
ferido um trunfo de inteligência de Israel?
Na foto: “O Primeiro
Ministro Benjamin Netanyahu e o Ministro da Defesa Moshe Ya’ alon ao lado de um mercenário ferido. Hospital militar de campo de batalha nos ocupados
Elevados dos Golãs, na fronteira com a Síria, 18 de fevereiro de 2014 (ibid,
ênfases acrescentadas)
Quem matou os três
adolescentes israelenses?
Ironicamente, o mesmo grupo jihadista que foi apontado na reportagem
como tendo sequestrado e assassinado os três adolescentes é apoiado pela IDF de
Israel, a partir dos ocupados Elevados dos Golãs.
Uma simples
coincidência.
Michel
Chossudovsky
Artigo original em
inglês :
“Justified
Vengeance”, The Pretext for Bombing Gaza: Was the Netanyahu Government behind
the Killings of the Three Israeli Teenagers?, 13 de Julio de 2014
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