12 agosto 2014, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
António Luvualu de Carvalho*
A visita oficial que a Presidente do Chile
Verónica Michelle Bachelet, efectua ao nosso país tem como pontos altos a
recepção no Palácio da Cidade Alta e o discurso que vai proferir hoje na Assembleia
Nacional.
Esta visita é mais um sinal de que
Angola é um país estratégico na região e claramente uma potencia africana à
qual os países de outras partes do mundo prestam atenção. Neste momento Angola
é a terceira maior economia do continente com tendências a continuar a
melhorar, pelos sinais claros de estabilidade política e social que
afastam desconfianças, fazendo com que
investidores internacionais continuem a
apostas na economia nacional.Depois das visitas oficiais a Angola das Presidentes Dilma Rouseff, do Brasil, e Cristina Kirchner, da Argentina, as outras potências da América do Sul rapidamente se mobilizaram e definiram metas concretas para também poderem estreitar relações com Angola, um dos países que mais cresce em África e no mundo. Assim que tomou posse a 11 de Março deste ano a Presidente Michelle Bachelet incluiu nas suas prioridades uma maior abertura da economia chilena. As relações comerciais com Angola são muito fracas. Mas o Chile pretende abrir as portas da sua economia a Angola. Durante muitos anos, o comércio intercontinental da América do Sul foi efectuado com países da União Europeia, EUA e a República Popular da China. Em África o grande parceiro comercial foi sempre a Nigéria. Mas, nos últimos tempos, as aberturas proporcionadas pela paz em Angola fazem com que o petróleo produzido no país em clima de paz e estabilidade possa facilmente chegar aos grandes mercados internacionais e a América do Sul não é excepção.
Actualmente, o Chile é a quarta maior economia da América do Sul, atrás do Brasil, Colômbia e Argentina. Com um Produto Interno Bruto de 342, 914mil milhões de dólares, as exportações do Chile são asseguradas em grande parte por minérios com o cobre, que corresponde a mais de 50 por cento das suas exportações. Os outros produtos exportados em grande escala pelo Chile são produtos agrícolas com particular destaque para maçãs. A exportação de vinho também desempenha um papel muito importante nas receitas do Estado chileno.
Quanto à industrialização da sua economia, os principais produtos são o cobre, lítio, ferro, aço, cimento, processamento de madeira, produtos do mar, equipamentos de transportes e da indústria têxtil.
Na sua lista de principais produtos importados constam o petróleo e os seus derivados, máquinas industriais, automóveis e equipamentos electrónicos. A sua economia é dividida em 59,5 por cento em serviços, 37 por cento na indústria e 3,5 por cento na agricultura.
O grande limitador da economia chilena é a dependência integral de petróleo e gás estrangeiro o que faz com que o país seja vulnerável às variações dos preços destes produtos no mercado internacional. Angola pode ser uma mais valia para o Chile já que o projecto Angola LNG começa em breve a exportar o seu gás natural liquefeito e pode dirigir grande parte da sua produção para aquele país que tem altas taxas de crescimento e a economia tem sido superavitária.
O Chile consegue desde 2012 ter importações de 70, 2 mil milhões de dólares e exportações de 83,66 mil milhõesde dólares. A taxa de inflação é de 2,8 por cento e a de desemprego de 6,4 por cento mantendo a sua força de trabalho em 8,2 milhões de trabalhadores activos. Com estes indicadores, Angola tem tudo para ser um parceiro privilegiado do Chile em termos comerciais. Pode exportar petróleo e gás e importar tecnologia mineira para dinamizar o sector nacional e também tecnologia industrial agrícola para aproveitar os nossos solos aráveis.
* Docente Universitário.
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