Opará. É assim que os povos indígenas que vivem ao longo do rio São Francisco chamam este rio. É o lugar onde vivem alguns de seus "encantados" e de onde eles tiram muito de seu sustento físico e cultural.
Em defesa do rio e de todos os povos que vivem dele, Dom Luiz Cappio, bispo da Diocese de Barra (Bahia), retomou ontem seu jejum e suas orações para tentar sensibilizar a sociedade brasileira e o presidente da República sobre os males que a Transposição do rio São Francisco pode gerar no nordeste do país.
O Cimi se solidariza a Dom Luiz em seu ato profético. Um recurso extremo ao qual ele apela novamente, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não honrou o compromisso assumido em outubro de 2005. Na ocasião, Dom Cappio suspendeu um jejum de onze dias, após Lula ter se comprometido a suspender o processo da transposição e iniciar um amplo diálogo sobre o projeto com a sociedade. Dom Cappio e toda a sociedade se sentem enganados pelo presidente.
Dom Luiz e todas e todos que lutam em defesa do São Francisco sabem que a transposição não atenderá à população pobre do semi-árido. Ela beneficiará as grandes empresas responsáveis pela obra, os grandes proprietários de terra da região, os produtores de camarão, de flores e de outros produtos destinados à exportação.
Para atender à população do semi-árido, o próprio governo apresentou uma alternativa melhor e mais barata: as 530 obras sugeridas pela Agência Nacional de Águas (ANA) em seu Atlas do Nordeste e que seriam suficientes para abastecer os 1,3 mil municípios da região com mais de 5 mil habitantes a um custo muito inferior ao da transposição: R$ 3,6 bilhões contra R$ 6,6 bilhões.
A transposição, ao contrário, trará danos sociais e ambientais irreversíveis. A obra afetará 22 povos indígenas, desde os territórios Truká (em Pernambuco) e Tumbalalá (na Bahia) até o povo Anacé, no Ceará.
A vida do franciscano Dom Cappio e do rio São Francisco estão agora, mais do nunca, atreladas. E a vida do São Francisco é também a vida dos diversos povos indígenas, das comunidades dos quilombolas, de ribeirinhos, de camponeses... Todas essas vidas estão agora atreladas à vida de Dom Cappio. Todas essas vidas dependem de uma decisão do presidente da República.
Dom Cappio está na Capela de São Francisco, na Vila São Francisco, no município de Sobradinho (Bahia), às margens do rio, próximo à barragem de Sobradinho. O testemunho deste peregrino, que em 1992 realizou uma longa jornada da nascente à foz do rio, convoca-nos para um compromisso solidário, urgente e inadiável com esta causa.
Em defesa do rio e de todos os povos que vivem dele, Dom Luiz Cappio, bispo da Diocese de Barra (Bahia), retomou ontem seu jejum e suas orações para tentar sensibilizar a sociedade brasileira e o presidente da República sobre os males que a Transposição do rio São Francisco pode gerar no nordeste do país.
O Cimi se solidariza a Dom Luiz em seu ato profético. Um recurso extremo ao qual ele apela novamente, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não honrou o compromisso assumido em outubro de 2005. Na ocasião, Dom Cappio suspendeu um jejum de onze dias, após Lula ter se comprometido a suspender o processo da transposição e iniciar um amplo diálogo sobre o projeto com a sociedade. Dom Cappio e toda a sociedade se sentem enganados pelo presidente.
Dom Luiz e todas e todos que lutam em defesa do São Francisco sabem que a transposição não atenderá à população pobre do semi-árido. Ela beneficiará as grandes empresas responsáveis pela obra, os grandes proprietários de terra da região, os produtores de camarão, de flores e de outros produtos destinados à exportação.
Para atender à população do semi-árido, o próprio governo apresentou uma alternativa melhor e mais barata: as 530 obras sugeridas pela Agência Nacional de Águas (ANA) em seu Atlas do Nordeste e que seriam suficientes para abastecer os 1,3 mil municípios da região com mais de 5 mil habitantes a um custo muito inferior ao da transposição: R$ 3,6 bilhões contra R$ 6,6 bilhões.
A transposição, ao contrário, trará danos sociais e ambientais irreversíveis. A obra afetará 22 povos indígenas, desde os territórios Truká (em Pernambuco) e Tumbalalá (na Bahia) até o povo Anacé, no Ceará.
A vida do franciscano Dom Cappio e do rio São Francisco estão agora, mais do nunca, atreladas. E a vida do São Francisco é também a vida dos diversos povos indígenas, das comunidades dos quilombolas, de ribeirinhos, de camponeses... Todas essas vidas estão agora atreladas à vida de Dom Cappio. Todas essas vidas dependem de uma decisão do presidente da República.
Dom Cappio está na Capela de São Francisco, na Vila São Francisco, no município de Sobradinho (Bahia), às margens do rio, próximo à barragem de Sobradinho. O testemunho deste peregrino, que em 1992 realizou uma longa jornada da nascente à foz do rio, convoca-nos para um compromisso solidário, urgente e inadiável com esta causa.
Brasília, 27 de novembro de 2007.
Conselho Indigenista Missionário - Cimi
http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=2874&eid=341
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