sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Moçambique/Ligar universidades ao sector produtivo - defende Guebuza

Foto: Universidade Eduardo Mondlane gradua mais 957 estudantes, entre bacharéis, licenciados e mestres (C.Bila)

Maputo, 30 novembro 2007 - A ligação entre a Universidade e o sector produtivo constitui um imperativo no quotidiano, devendo, por isso, ser reforçada, aprimorada e diversificada, segundo defendeu o Presidente da República, Armando Guebuza, na cerimónia de graduação de 957 estudantes da Universidade Eduardo Mondlane, instituição que já tem prevista a abertura de cursos virados para esta realidade, como é o caso da Escola Superior de Desenvolvimento Rural de Vilankulo, em Inhambane.
Segundo o Chefe do Estado, só assumindo este papel as universidades serão valorizadas como centros de produção do saber relevante e integradas na agenda da luta contra a pobreza que flagela, de forma aguda, cerca de dez milhões de moçambicanos. Defendeu que esta será também uma das formas mais visíveis de estas instituições de ensino valorizarem o investimento público e privado que é realizado e acrescentou que a aliança entre as universidades e o sector produtivo revela-se pertinente ainda se se tiver em conta que o país encontra-se no limiar do desenvolvimento sócio-económico.
Esta ligação pode ser feita através da presença das universidades no distrito ou do contacto entre os estudantes e a realidade em que vão intervir finda a sua formação, permitindo que o sector produtivo interiorize e se aproprie das soluções propostas para determinados problemas.
As universidades seriam, assim, factor dinamizador do aumento da produção e produtividade e, ainda, da identificação e rentabilização dos recursos locais, para além de apoiarem na melhor localização e sustentabilidade dos empreendimentos.
"Olhando para o número de mais de duas dezenas de universidades que Moçambique já possui, estamos certos de que as condições estão criadas para que cada um dos 128 distritos beneficie, de forma sistemática e directa, da contribuição das nossas universidades", desafiou o Chefe do Estado.
Saudou os passos já dados pelas universidades para responder a este imperativo, ao desenvolverem projectos na área de línguas moçambicanas, na busca de alternativas para a redução do custo do pão, na produção de fogões de baixo consumo, entre outras.
Destacou que os trabalhos de extensão ou pesquisa que são levados a cabo pela Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras em Quelimane e nalguns distritos da província da Zambézia, bem como a implantação da Escola Superior de Desenvolvimento Rural de Vilankulo, ilustram o tipo de presença física nos distritos em que as universidades deveriam apostar.
Falando na mesma ocasião, o Reitor da UEM, Filipe Couto, indicou como principais desafios a integração regional e o desenvolvimento distrital. As universidades não podem ficar alheias à integração regional, havendo já uma reflexão sobre o papel a desempenhar. A UEM reflectiu também ao nível das faculdades no sentido de desenvolver alguns projectos ao nível das comunidades.
Dos 957 graduados ontem, 80 são bacharéis, 866 licenciados e 11 mestres. (Notícias)


Nenhum comentário: