Marco Antônio Soalheiro, repórter da Agência Brasil
Brasília, 27 novembro 2007 - O efeito das alterações climáticas provocadas pelo acúmulo dos gases de efeito estufa na atmosfera exige uma resposta mundial imediata, sob pena de resultar futuramente em eventos catastróficos e em um amplo retrocesso nos índices de desenvolvimento humano. Esta é a principal conclusão do relatório Combater a Mudança do Clima: Solidariedade Humana em um Mundo Dividido, lançado hoje (27) no Brasil pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O documento é traduzido em mais de 100 línguas e lançado anualmente nesses países, desde 1990.
O coordenador do relatório, Kevin Watkins, diz que buscou traduzir o significado dos aspectos científicos das mudanças climáticas para os mais pobres.
"O cenário é que a nossa geração já vai experimentar reversões em grande escala na saúde, na educação e na pobreza. Para as futuras, há ameaça real de catástrofe ecológica". Segundo Watkins, o Brasil junto com os países africanos, entre os mais suscetíveis aos efeitos nocivos do descontrole ambiental.
O especialista explica que as pessoas de menor poder econômico tendem a ser sempre as mais afetadas por tempestades violentas, secas prolongadas ou inundações. "Quando um evento desses atinge uma comunidade pobre ela perde ativos produtivos, perde qualidade em alimentação, tira crianças da escola e corta gastos de saúde. O efeito cumulativo é o aumento da desnutrição e a pobreza de longo prazo.
A solução preventiva proposta no relatório passa pela definição de uma espécie de orçamento global do carbono, que defina limites para o acréscimo de dióxido de carbono na atmosfera. A meta seria fazer com que o aumento médio de temperaturas até 2.050 não ultrapasse 2°C. O documento estima que uma redução das emissões na casa de 80% entre 1990 e 2050 representaria 50% de chance de atingir o ideal.
Para Watkins, a façanha só poderá ser alcançada com uma mudança radical de postura dos países mais desenvolvidos, onde o nível de emissão é infinitamente superior ao registrado em nações pobres. "Quem cria o problema não pode virar as costas para as vítimas". Ele lembra que caberia aos países ricos uma posição de liderança, mas sem prescindir da colaboração daqueles em desenvolvimento.
Entre as providências práticas sugeridas pelo PNUD, estão a taxação sobre da emissão de dióxido de carbono, regulamentação rígida para veículos, edifícios e aparelhos eletrônicos, estímulo aos biocombustíveis e transferência de tecnologia entre os países.
Watkins se diz otimista quanto à aceitação do chamamento: "A redução de emissões que propomos representa apenas 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) global. É possível amenizar efeitos sem grandes perdas econômicas".
O coordenador do relatório, Kevin Watkins, diz que buscou traduzir o significado dos aspectos científicos das mudanças climáticas para os mais pobres.
"O cenário é que a nossa geração já vai experimentar reversões em grande escala na saúde, na educação e na pobreza. Para as futuras, há ameaça real de catástrofe ecológica". Segundo Watkins, o Brasil junto com os países africanos, entre os mais suscetíveis aos efeitos nocivos do descontrole ambiental.
O especialista explica que as pessoas de menor poder econômico tendem a ser sempre as mais afetadas por tempestades violentas, secas prolongadas ou inundações. "Quando um evento desses atinge uma comunidade pobre ela perde ativos produtivos, perde qualidade em alimentação, tira crianças da escola e corta gastos de saúde. O efeito cumulativo é o aumento da desnutrição e a pobreza de longo prazo.
A solução preventiva proposta no relatório passa pela definição de uma espécie de orçamento global do carbono, que defina limites para o acréscimo de dióxido de carbono na atmosfera. A meta seria fazer com que o aumento médio de temperaturas até 2.050 não ultrapasse 2°C. O documento estima que uma redução das emissões na casa de 80% entre 1990 e 2050 representaria 50% de chance de atingir o ideal.
Para Watkins, a façanha só poderá ser alcançada com uma mudança radical de postura dos países mais desenvolvidos, onde o nível de emissão é infinitamente superior ao registrado em nações pobres. "Quem cria o problema não pode virar as costas para as vítimas". Ele lembra que caberia aos países ricos uma posição de liderança, mas sem prescindir da colaboração daqueles em desenvolvimento.
Entre as providências práticas sugeridas pelo PNUD, estão a taxação sobre da emissão de dióxido de carbono, regulamentação rígida para veículos, edifícios e aparelhos eletrônicos, estímulo aos biocombustíveis e transferência de tecnologia entre os países.
Watkins se diz otimista quanto à aceitação do chamamento: "A redução de emissões que propomos representa apenas 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) global. É possível amenizar efeitos sem grandes perdas econômicas".
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