Marco Antônio Soalheiro/Repórter da Agência Brasil
Brasília, 16 novembro 2007 - O tema da legalização do aborto chegou a ser aprovado como recomendação na 11ª Conferência Nacional de Saúde, mas não resultou em providências práticas por parte das autoridades.
Agora, na 13 ª edição do evento, a diretora da Rede Nacional Feministas da Saúde, Clair Castilhos acredita que uma deliberação favorável à descriminalização terá outros efeitos:
“A novidade é que a posição do Ministro da Saúde é claramente favorável ao tratamento do aborto como problema de saúde pública. Nosso país é um estado laico e não confessional, como o Irã e outros islâmicos. Então, as religiões não têm que impor sua posição em relação a decisões que cabem aos cidadãos brasileiros em sua totalidade”.
Em entrevista hoje (16) à Agência Brasil, ela lembrou que as mulheres fazem o aborto pelas mais diferentes causas, inclusive para evitar situações traumáticas. Em alguns estados e capitais, o aborto aparece como principal causas de morte materna.
“É inaceitável, porque tem tecnologia, dinheiro e formas de tratar e prevenir que não estão sendo feitas”.
Castilhos acredita na aprovação do projeto encaminhado à Câmara dos Deputados pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do governo federal. Ela admite, porém, que a proposta ainda sofre muita resistência.
“Tem deputados federais fundamentalistas de religiões atrasadas que se aproveitam desse tipo de debate para angariar votos. Mas o debate já está mais avançado na sociedade, e a conferência é uma prova disto”.
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