Lisboa, 13 novembro 2007 - O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prevê encontrar-se, em Lisboa, com o primeiro-ministro português a 20 de Novembro para "falar de negócios energéticos", disse fonte diplomática.
"Está previsto que o presidente Hugo Chávez e o primeiro-ministro José Sócrates jantem, em Lisboa, e falem sobre acordos energéticos, nomeadamente o convénio assinado em Outubro (último) com a GALP Energia", acrescentou a fonte, precisando que vão debater "quais as áreas do mesmo que podem ser expandidas ou aplicadas na prática".
Frisou ainda que "horas depois do encontro José Sócrates iniciará uma viagem para Singapura".
Antes de visitar Portugal, o Presidente venezuelano prevê partir, no próximo dia 15 de Novembro, para a Arábia Saudita, onde participará na III Cimeira de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que decorrerá a 17 e 18 deste mês, em Riade.
A 19 de Novembro, Hugo Chávez visitará o Irão e antes de chegar a Portugal, no mesmo dia 20 de Novembro, reunir-se-á, em Paris, com o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, a quem prevê entregar uma "prova de vida", que lhe será remetida pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), da ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt, sequestrada durante a campanha presidencial de 2002.
A Agência Lusa tentou, sem sucesso, obter mais pormenores da viagem junto do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, do Palácio Presidencial de Miraflores e da Embaixada de Portugal em Caracas.
A 2 de Outubro último, a Galp Energia e a Petróleos de Venezuela (PDVSA) assinaram um memorando para estudar o desenvolvimento de projectos conjuntos no sector energético, como o desenvolvimento de actividades de exploração, produção e abastecimento de petróleo e gás.
O acordo prevê a participação da GALP Energia em projectos de exploração e produção de petróleo na Faixa Petrolífera de Orinoco e que a Venezuela garanta 30 por cento das necessidades energéticas de Portugal.
A visita de Hugo Chávez a Portugal ocorre numa altura em que os empresários portugueses e venezuelanos estão interessados em reforçar as relações bilaterais, que dizem ser "irrelevantes" do ponto de vista comercial.
Desde Abril que o embaixador português em Caracas, João Caetano da Silva, tem promovido uma campanha de "relançamento das relações comerciais" entre os dois países, junto de portugueses e autoridades locais com o intuito de "aumentar as ligações entre os empresários luso-venezuelanos e portugueses".
Actualmente, produtos portugueses como o azeite, alguns vinhos, enlatados e outros ganham visibilidade no mercado venezuelano.
Caracas e Lisboa definiram, por outro lado, uma agenda de cooperação comum em matéria de combate ao narcotráfico, ao terrorismo e ao branqueamento de capitais.
Hugo Chávez visitou Portugal pela primeira vez em Outubro de 2001, altura em que se reuniu com o então Presidente, Jorge Sampaio, e deslocou-se ao Funchal onde foi recebido pelo presidente do governo regional, Alberto João Jardim.
Durante a visita, o Presidente venezuelano defendeu a criação de um triângulo de cooperação entre Portugal, Brasil e Venezuela, para aproximar a Comunidade Europeia da América Latina.
Em Abril de 2004, Hugo Chávez defendeu que as relações entre Lisboa e Caracas tinham um novo impulso, com a assinatura de uma "Carta de Intenção - Convénio Marco de Cooperação entre China e Portugal com a Venezuela" para o desenvolvimento de diversos projectos de telefones móveis, infra-estruturas, programas de acção social, um canal de televisão, um banco e uma companhia aérea.
Em Julho de 2006, o primeiro-ministro português e o Presidente venezuelano encontraram-se em Lisboa, tendo debatido o reforço das relações bilaterais.
Durante a cimeira ibero-americana, realizada na última semana em Santiago do Chile, o Presidente da Venezuela destacou o contributo da comunidade portuguesa, num contacto com o seu homólogo português, Aníbal Cavaco Silva.
"Tive ontem (sexta-feira) ao almoço oportunidade de trocar breves impressões com o Presidente da Venezuela, que me chamou a atenção para o contributo da comunidade portuguesa para aquele país", afirmou Cavaco Silva, ainda em Santiago do Chile.
Segundo o chefe de Estado, Hugo Chávez "manifestou grande apreço pela comunidade portuguesa".
"Disse: 'Sr. Presidente, a comunidade portuguesa pode estar descansada'", afirmou Cavaco Silva, acrescentando que a situação está a ser acompanhada "dia-a-dia".
(Notícias Lusófonas)
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