quarta-feira, 6 de junho de 2007

Cúpula Alternativa considera reunião do G8 ilegítima

Teve início nesta terça-feira (5) em Rostock, na Alemanha, uma cúpula crítica ao G-8. A Cúpula Alternativa, que defende o lema "Pensar a globalização de outra maneira", considera ilegítima a cúpula "oficial" por ela representar apenas 14% da população mundial.

A Cúpula Alternativa deverá reunir, até quinta-feira, cerca de mil participantes, incluindo alguns ativistas internacionais, como a Prêmio Nobel da Paz Alternativo, a indiana Vandana Shiva, e o cineasta Michael Moore, famoso pelas contundentes críticas ao sistema e ao presidente americano, George W. Bush.

A Cúpula foi organizada por 40 diferentes organizações não governamentais, com destaque para a americana ATTAC e para os ambientalistas do Greenpeace.

A Cúpula Alternativa pretende fazer o contraste com a Cúpula dos líderes do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia), que será realizada a partir de amanhã até 8 de Junho, num luxuoso hotel de Heiligendamm, estância balneária do Mar Báltico.

"Trata-se de lutar contra uma ordem mundial exterminadora e absurda", disse hoje a jornalistas, em Rostock, o relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, Jean Ziegler, que fará a intervenção inaugural da Cúpula Alternativa, hoje à noite, na Igreja de S. Nicolau, em Rostock.

Segundo os organizadores, a Cúpula não é contra a globalização, "mas sim por uma globalização a partir das bases, que seja justa, social, e marcada por relações justas entre os países industrializados e os países em desenvolvimento".

Em dois dias, a Cúpula terá 120 painéis, nomeadamente sobre combate à pobreza, política climática, justiça global, migrações, racismo, militarização, trabalho e assuntos sociais.
Como os Estados do G8 apenas representam 14% da população mundial, "os bilhões de pessoas atingidas pela sua política também precisam de ter uma voz", argumentam os organizadores da Cúpula Alternativa.

Simultaneamente, distanciaram-se de violentas manifestações de rua contra o G8, que Jean Ziegler considerou "um fenômeno secundário".

A "violência primordial é morrer uma criança com menos de 10 anos a cada cinco segundos no mundo", disse o alto funcionário da ONU. (Vermelho / 5 de junho de 200)

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