O diretor-geral adjunto de Comércio da Comissão Européia, Karl Falkenberg, reiterou o pedido ao Mercosul para progredir na abertura de investimentos e serviços e em ser uma verdadeira união alfandegária, no caminho rumo a um acordo comercial entre os dois blocos.
As negociações para um acordo entre os dois blocos estão congeladas desde outubro de 2004, com a saída de Romano Prodi do cargo de presidente da Comissão Européia e a entrada do português José Manuel Durao Barroso.
As negociações para um acordo entre os dois blocos estão congeladas desde outubro de 2004, com a saída de Romano Prodi do cargo de presidente da Comissão Européia e a entrada do português José Manuel Durao Barroso.
Falkenberg iniciou nesta segunda-feira (28) uma viagem pelos países do bloco, que continuará pelo Uruguai, Paraguai e depois pelo Brasil, como mostra do interesse europeu em chegar a uma boa conclusão das negociações que começaram há quase uma década.
Durante uma exposição em Buenos Aires, o diplomata disse que os eventuais resultados na negociação multilateral da Organização Mundial do Comércio (OMC) marcarão uma base a partir da qual se poderá aprofundar o acordo com o Mercosul.
Falkenberg, que se reuniu ontem com o secretário de Relações Econômicas Internacionais argentino, Alfredo Chiaradia, acrescentou que nestes últimos meses a União Européia concluiu que a OMC e a negociação bi-regional com o Mercosul são complementares e não excludentes, e por isto ambos merecem grande atenção.
Desse modo, o diplomata previu que ambos os blocos poderiam retomar a negociação até o final do ano, depois que se esclarecerem os avanços na negociação multilateral de Genebra.
Brasil no centro das discussões
O governo português, que assume a presidência de turno da União Européia no segundo semestre deste ano, já antecipou que promoverá um encontro entre Brasil e UE que vise também a impulsionar as negociações entre os europeus e o Mercosul.
O funcionário europeu expressou que a União Européia prevê oferecer quotas para os produtos agrícolas do Mercosul que possam ser aceitos no mercado da União Européia, e taxas preferenciais para os menos sensíveis ao mercado.
Ele também definiu a UE como o principal sócio comercial do Mercosul e o mercado mais aberto para os produtos agropecuários do bloco que, no entanto, exige uma abertura muito maior da parte dos europeus.
Falkenberg insistiu na reciprocidade do Mercosul em abrir seus mercados para os investimentos, os serviços e os bens industriais, mas reconheceu que a União Européia poderia aprovar um cronograma de adequação de 10 anos para competir com a oferta dos atuais 27 países do bloco europeu.
O diplomata reiterou a necessidade de que o Mercosul seja uma verdadeira união alfandegária, onde um produto europeu pague impostos apenas uma vez e não em cada país do bloco, o que gera custos que desanimam os empresários. Também afirmou que não é possível pensar que a União Européia possa desfazer completamente o sistema de subsídios que permitiu ao bloco ter um horizonte de segurança alimentar.
Finalmente, Falkenberg disse que a atenção está voltada para quanto o Mercosul está disposto a negociar e quanta bravura haverá dos dois lados para concluir o acordo bi-regional. (Vermelho / 29 de maio de 2007/ Fonte: Ansa Latina)
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