sábado, 19 de maio de 2007

Xanana E Horta Os “Sobas” Da Era Moderna

Blog Portugal DirectoQuinta-feira, 17 de Maio de 2007

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De há um ano para cá têm acontecido em Timor-Leste factos impares que a comunidade internacional identifica como a descarada ingerência do governo australiano num país vizinho, com motivações na exploração máxima e quase gratuita do petróleo e gás natural do Mar de Timor a que a Austrália não deitaria a mão se Timor fosse um país soberano.

Políticos timorenses que anteriormente cativaram a opinião pública mundial estão agora em muito baixa cotação, por considerarem que estão claramente dominados pelos interesses energéticos dos australianos e norte-americanos, fazendo o que lhes é sugerido em vez de pensarem com a sua própria cabeça e consolidarem a independência e estabilidade do país.

Nos primeiros meses de 2006, o golpe militar patrocinado pela Igreja, por Xanana Gusmão e Ramos Horta, mas provocado pelos serviços de inteligência norte-americanos e australianos, deram origem a largas dezenas de mortes e centenas de casas devastadas pelo fogo e vandalismo, atingindo o número de refugiados-deslocados timorenses mais de 150 mil pessoas – dos quais ainda restam 30 mil.

Nessa altura, Xanana Gusmão revelou as suas intenções ao partir para o confronto com o então primeiro-ministro Mari Alkatiri, da Fretilin, em vez de procurar ser consensual e pacificador como compete a um Chefe de Estado. Por sua vez Ramos Horta manteve-se na sombra, diplomaticamente hipócrita, e acabou por ocupar o lugar de primeiro-ministro até então de Mari Alkatiri.

Xanana ameaçava demitir-se de Chefe de Estado se Alktiri não se demitisse, chantageando, indiferente às consequências que daí poderiam advir em mais mortes e destruição.
“Não quero governar sobre cadáveres”, foi a resposta de Alkatiri ao sair de chefe do governo, acusando indirectamente Xanana de já estar a presidir sobre cadáveres – coisa que continuaria a fazer.

Várias tentativas de fazer cair todo o governo e a Assembleia Legislativa foram feitas através da instabilidade provocada por grupos arruaceiro e militares rebeldes orquestrados e financiados pela Austrália e pelos Estados Unidos da América, mas dadas as dificuldades impostas pelo facto de a Fretilin ser partido maioritário, Xanana Gusmão recuou e preferiu prolongar a situação de instabilidade, mortes e destruição, com o intuito de desgastar a Fretilin e os seus principais lideres.

Dizendo-se cansado e desiludido da política, anunciou que se iria dedicar à agricultura assim que terminasse o mandato de PR, mas aquilo que foi demonstrado veio comprovar análises de profissionais de vários órgãos de comunicação social que apontavam o dedo a Xanana na sua subserviência a interesses estrangeiros.

O protagonismo de Ramos Horta em quase um ano em primeiro-ministro foi nulo no propósito de governar mas frutuoso na promoção e estruturação do ambiente político que lhe permitiria vir a substituir Xanana Gusmão na Presidência da República, ao invés o percurso de Xanana movimentou-se para a formação de um partido que colhe os “lucros” da implementação de um país em estado de sítio, anunciando que se vai candidatar à Assembleia Legislativa nas eleições de 30 de Junho, porque quer ser primeiro-ministro.

Para quem estava cansado e desiludido com a política e se ia dedicar à agricultura, às abóboras, a recuperação foi rápida.

Temos assim a consumação do golpe de estado por via “democrática”, de forma mais discreta que os golpes militares da América Latina, patrocinados pelos EUA, mas com uma mortandade e uma destruição significativa, que aterrorizou, uma vez mais, os timorenses. Ao ponto de eles votarem nos novos “Sobas” do país para que alguma paz quotidiana lhes seja concedida.

Ramos Horta, em 9 deste mês já foi eleito Presidente da República e irá substituir Xanana Gusmão. Em 30 de Junho, tudo indica, Xanana, com o seu partido CNRT, será eleito primeiro-ministro…

As moscas mudam de poiso mas a trampa vai ser a mesma, como a Austrália quer.

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