Vermelho 14/05/2007 - 10h19
A venda das duas refinarias da Bolívia por US$ 112 milhões, que inclui a transferência de uma dívida de US$ 30 milhões com vencimento em 2009, não é considerada um mau negócio pela Petrobras. Os acionistas da estatal brasileira receberam US$ 126 milhões em dividendos pagos pelas refinarias Guillermo Elder Bell e Gualberto Villarroel, na Bolívia desde que elas foram adquiridas, em 1999. Nesse período, o lucro líquido acumulado pela Petrobras Bolívia Refinación, que controla as duas, foi de US$ 139 milhões.
A Petrobras pagou US$ 104 milhões pelas plantas, sendo que US$ 8 milhões não foram desembolsados devido a um acordo que previa a solução de um passivo ambiental, principalmente na refinaria de Cochabamba, que ainda persiste, porque autoridades do país não permitiram a retirada de toneladas de produtos armazenados em tambores na época em que eram administradas pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
Por isso, foram desembolsados US$ 96 milhões pelas duas plantas. Com a geração de caixa de ambas foram investidos US$ 20 milhões em melhoramentos das instalações, que estavam em péssimas condições. "Colocamos US$ 96 milhões e vamos retirar US$ 238 milhões. Se calcularmos o investimento com base no fluxo de caixa descontado, o resultado foi positivo. A Petrobras não perdeu nada com essas refinarias e até ganhou um pouco acima da taxa de atratividade que costuma balizar os investimentos", explicou o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas.
Nesta terça-feira (15) será assinado um documento provisório e temporário que, segundo Freitas, vai marcar o ponto de corte a partir do qual será paga a primeira parcela, marcando também a entrada da YPFB no controle. O objetivo da companhia brasileira é que a transição seja a mais rápida possível. A segunda parcela, também em dinheiro e não em gás, como chegou a ser cogitado no Brasil, será paga 60 dias depois da primeira, segundo informou o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas.
A expectativa da Petrobras é de que em 15 dias possa ser assinado um contrato que permitirá a transferência efetiva das ações, seguido de uma assembléia para nomear a nova diretoria. O dinheiro para compra das duas refinarias sairá da receita com exportações de petróleo reconstituído e gasolinas especiais, única fonte de lucro das refinarias.
Um decreto estabelecendo o monopólio da YPFB na comercialização desses produtos foi o estopim que acelerou a venda. Para comprar as duas plantas o presidente da Bolívia, Evo Morales, publicou no sábado outro decreto estabelecendo o valor da compra, a estabilidade dos funcionários e a permissão para que continuem recebendo seus salários.
Isso foi necessários porque a lei boliviana proíbe que funcionários públicos recebam mais que o presidente Evo Morales, cujo salário é de 13.500 bolivianos. O valor é menor que o salário de alguns gerentes das refinarias.
No sábado, durante os festejos pela retomada, o ministro Villegas disse que o próximo passo é recuperar o controle das empresas parcialmente privatizadas (ou capitalizadas, como preferem os bolivianos) nos anos 90. São elas a Compañía Logística de Hidrocarburos (CLHB), controlada por chilenos e alemães; a transportadora Transredes (Shell e Ashmore) e as companhias de petróleo Chaco (BP e Bridas) e Andina (Repsol YPF). O Estado quer o controle com no mínimo 50% mais uma ação dessas companhias e já nomeou representantes nessas companhias.
Fonte: Valor Econômico
A venda das duas refinarias da Bolívia por US$ 112 milhões, que inclui a transferência de uma dívida de US$ 30 milhões com vencimento em 2009, não é considerada um mau negócio pela Petrobras. Os acionistas da estatal brasileira receberam US$ 126 milhões em dividendos pagos pelas refinarias Guillermo Elder Bell e Gualberto Villarroel, na Bolívia desde que elas foram adquiridas, em 1999. Nesse período, o lucro líquido acumulado pela Petrobras Bolívia Refinación, que controla as duas, foi de US$ 139 milhões.
A Petrobras pagou US$ 104 milhões pelas plantas, sendo que US$ 8 milhões não foram desembolsados devido a um acordo que previa a solução de um passivo ambiental, principalmente na refinaria de Cochabamba, que ainda persiste, porque autoridades do país não permitiram a retirada de toneladas de produtos armazenados em tambores na época em que eram administradas pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
Por isso, foram desembolsados US$ 96 milhões pelas duas plantas. Com a geração de caixa de ambas foram investidos US$ 20 milhões em melhoramentos das instalações, que estavam em péssimas condições. "Colocamos US$ 96 milhões e vamos retirar US$ 238 milhões. Se calcularmos o investimento com base no fluxo de caixa descontado, o resultado foi positivo. A Petrobras não perdeu nada com essas refinarias e até ganhou um pouco acima da taxa de atratividade que costuma balizar os investimentos", explicou o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas.
Nesta terça-feira (15) será assinado um documento provisório e temporário que, segundo Freitas, vai marcar o ponto de corte a partir do qual será paga a primeira parcela, marcando também a entrada da YPFB no controle. O objetivo da companhia brasileira é que a transição seja a mais rápida possível. A segunda parcela, também em dinheiro e não em gás, como chegou a ser cogitado no Brasil, será paga 60 dias depois da primeira, segundo informou o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas.
A expectativa da Petrobras é de que em 15 dias possa ser assinado um contrato que permitirá a transferência efetiva das ações, seguido de uma assembléia para nomear a nova diretoria. O dinheiro para compra das duas refinarias sairá da receita com exportações de petróleo reconstituído e gasolinas especiais, única fonte de lucro das refinarias.
Um decreto estabelecendo o monopólio da YPFB na comercialização desses produtos foi o estopim que acelerou a venda. Para comprar as duas plantas o presidente da Bolívia, Evo Morales, publicou no sábado outro decreto estabelecendo o valor da compra, a estabilidade dos funcionários e a permissão para que continuem recebendo seus salários.
Isso foi necessários porque a lei boliviana proíbe que funcionários públicos recebam mais que o presidente Evo Morales, cujo salário é de 13.500 bolivianos. O valor é menor que o salário de alguns gerentes das refinarias.
No sábado, durante os festejos pela retomada, o ministro Villegas disse que o próximo passo é recuperar o controle das empresas parcialmente privatizadas (ou capitalizadas, como preferem os bolivianos) nos anos 90. São elas a Compañía Logística de Hidrocarburos (CLHB), controlada por chilenos e alemães; a transportadora Transredes (Shell e Ashmore) e as companhias de petróleo Chaco (BP e Bridas) e Andina (Repsol YPF). O Estado quer o controle com no mínimo 50% mais uma ação dessas companhias e já nomeou representantes nessas companhias.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário