O historiador angolano Pedro Almeida Capumba defendeu hoje, em Luanda, a necessidade da realização de projectos socioeconómicos e culturais que mostrem uma imagem diferente e real do continente africano no mundo ocidental.
Em entrevista à Angop, à margem da mesa redonda subordinada ao tema "O presente e o futuro da historiografia africana" realizada hoje, na sala de reuniões do Instituto Superior de Ciências de Educação (Isced), o também professor universitário defende que a visão dos dirigentes africanos deve estar estrategicamente virada para o desenvolvimento do continente.
Segundo ele, os projectos de desenvolvimento devem reflectir as transformações positivas na vida das pessoas, por forma que os beneficiários se revejam nesse quadro de realizações, sem qualquer tipo de discriminação.
"É necessário acabar com esta imagem negativa que o mundo ocidental tem sobre África e para tal é obrigatório que os dirigentes africanos se apliquem a fundo no que toca a tarefa de desenvolvimento"- disse.
Para a concretização de tal objectivo, Pedro de Almeida Catumba aponta como vias a contrução de mais escolas, acções de formação, criação de condições de habitabilidade e acabar as mortes por doenças que se podem prever e previnir.
Outros factores que podem ajudar nesta luta, diz o historiador, é garantir mais emprego e fazer com que a juventude não fique desemparada e a mulher seja observada, não apenas como uma companheira, mais como uma pessoa de quem se pode esperar tanto como se espera dos homens.
"Deve-se acabar com os problemas da habitação, água, luz e estradas e mostrar que África e os africanos são tão iguais como os cidadãos do ocidente"- reforçou.
Quanto ao papel do africanista Joseph Ki-Zerbo, adiantou ter sido uma pessoa preocupada em satisfazer os interesses mais profundos da população.
"Demonstrou, ao longo da sua vida, que África e os africanos tinham a sua história e que não eram meros assistentes no proceso de desenvolvimento e integração mundial"- disse.
O conhecimento que se tinha da África naquela altura era surpeficial, facto que, de acordo com o entrevistado, levou Joseph Ki-Zerbo a procurar que se destacasse a realidade africana no quadro dos seus reais sentimentos.
A mesa redonda de hoje enquadrou-se no âmbito das actividades relativas ao 25 de Maio, Dia de África, a ser assinalado na próxima sexta-feira. (AngolaPress / 23 de maio de 2005)
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