Vermelho / 17 de maio de 2007 - 23h26
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Ao abrir nesta quinta-feira a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o país não deve ''ter medo'' de promover as reformas política, tributária, trabalhista e previdenciária. ''Longe de mim tirar direitos do trabalhador, mas tem de haver mudanças'', disse Lula sobre a reforma trabalhista que, segundo ele, deve ser feita para aumentar o grau de formalidade do emprego.
Lula fala aos integrantes do CDES
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou hoje aos sindicatos que vai mesmo iniciar o debate de uma reforma nas leis trabalhistas da era Vargas. Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto, ele também fez coro com segmentos que defendem as reformas política, previdenciária e tributária. Ele deixou claro, para início de conversa, que não pretende tirar direitos, mas flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, garantindo contratos especiais a um ''exército'' de jovens entre 15 e 24 anos.
''Ora, meu Deus do céu, longe de mim querer tirar direito de trabalhador'', ressaltou. ''Se eu não puder dar, tirar eu não tiro'', garantiu. Lula observou que a tecnologia está ocupando um espaço ''extraordinário'' e o mundo do trabalho mudou desde o decreto 5.452, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, da CLT, há mais de 50 anos. Na avaliação de Lula, o cenário também é diferente daquele dos anos 1970, quando presidia o famoso Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista e liderava as grandes greves.
Lula recorreu, em diversos momentos, à proximidade com os sindicalistas para defender as reformas, especialmente ao sugerir uma carteira de trabalho diferente para novos empregados. Lembrou que na época de sindicato no ABC só precisava xingar o governo. ''Como vocês não podem me xingar agora - pelo menos por companheirismo, vocês me resguardam - temos de ser produtivos e criativos, fazer o possível para mudar as coisas'', disse. ''Temos milhões de jovens entre 15 e 24 anos querendo trabalhar, como é que vamos dar emprego para eles?''
O presidente relatou que, nas conversas com sindicalistas, os ''companheiros'' dizem que um contrato especial vai tornar mais precário o sistema de trabalho e criar um ''trabalhador diferente''. ''Tudo bem, trabalhador diferente ele já é quando está na rua, sem trabalhar'', ressaltou. Por fim, avaliou que não se pode esperar a economia crescer para resolver a situação dos trabalhos informais.
Nos últimos dias, diversos líderes sindicais criticaram propostas de restrição ao direito de greve e de flexibilização das leis trabalhistas. (leia mais)
Uma das críticas mais contundentes foi do ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício. Ele qualificou o projeto de lei que a a Advocacia Geral da União enviou à Casa Civil regulamentando a lei de greve como uma ação ''estimulada pela postura preconceituosa e anti-sindical ainda existente na sociedade brasileira e em segmentos do próprio governo''. ''Algumas das peças do baú de maldades são verdadeiras pérolas, jogadas aos porcos da grande mídia, cujos patrões insistem em pautar e impor o programa neoliberal derrotado nas últimas eleições como política de governo, desconstruindo o serviço público e ridicularizando os servidores para melhor viabilizar a privatização do Estado brasileiro'', disse Felício.
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