O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, terminou hoje (6) uma digressão de um mês e meio pelo país, durante a qual foi distribuindo reprimendas e aplausos em função do desempenho de cada uma das 11 províncias no combate à pobreza absoluta.
Na "estrada" desde 12 de Abril, o Chefe de Estado avaliou "in loco" o grau de cumprimento do programa quinquenal do Governo, centrado no combate à pobreza no país (que afecta mais da metade da população moçambicana, estimada em mais de 19 milhões), mas não deixando de apontar o que considerou ser a "falta de hábito do trabalho" e zurzir nos que "passam a vida a descansar até se cansarem de descansar".
Na "estrada" desde 12 de Abril, o Chefe de Estado avaliou "in loco" o grau de cumprimento do programa quinquenal do Governo, centrado no combate à pobreza no país (que afecta mais da metade da população moçambicana, estimada em mais de 19 milhões), mas não deixando de apontar o que considerou ser a "falta de hábito do trabalho" e zurzir nos que "passam a vida a descansar até se cansarem de descansar".
Ao longo da presidência aberta, os destinatários principais da mensagem presidencial foram quase sempre os responsáveis distritais e provinciais, instados a empenharem-se mais na concretização dos objectivos definidos pelo Governo moçambicano no combate à pobreza absoluta e a garantirem uma melhor aplicação dos 200 mil euros distribuídos aos governos distritais.
Se em relação a algumas províncias Armando Guebuza apontou atrasos no cumprimento de metas, em relação a outras, casos de Zambézia, Tete, Niassa e Inhambane, elogiou as estruturas locais por terem "compreendido o que se deve fazer" com as transferências dos cofres do Estado e por demonstrarem que "estão preparadas para corrigir as falhas cometidas no ano passado".
"A impaciência das pessoas tem a ver com a pobreza. O pobre não pode esperar e um dos elementos que ilustra melhor esse aspecto é a fome. Quem tem fome não pode pensar", disse Guebuza no decurso de uma das visitas efectuadas à província de Maputo (sul).
Nas visitas às províncias, o chefe de Estado moçambicano dirigiu vários comícios populares, onde foi ainda confrontado com queixas, sobretudo problemas de falta de água potável e infra-estruturas sanitárias que obrigam os habitantes dessas províncias a caminhadas de vários quilómetros para obter água para consumo e receber atendimento hospitalar.
A criminalidade foi outro dos tópicos levados pela população ao Presidente moçambicano, que assegurou ser "preocupação" do seu executivo inverter o actual cenário. Recentemente, as autoridades policiais moçambicanas admitiram o recrudescimento da criminalidade em quase todas as regiões do país, destacando-se a capital moçambicana, Maputo, onde nos últimos meses uma dezena de agentes das Polícia da República de Moçambique foi assassinado.
Uma forma particular de criminalidade - a alegada presença de homens armados da RENAMO, antigo movimento rebelde, hoje segunda força política do país, nos distritos de Inhaminga e Cheringoma - levou Armando Guebuza a uma das mais simbólicas declarações na sua jornada presidencial.
"Aqui, nesse distrito, há ainda homens armados que não respeitam as normas. Mas hoje não é tempo de violência, mas sim de trabalho (...) há alguns moçambicanos que ainda querem a guerra (...) mas não têm força para a fazer", disse o Chefe de Estado, que falava em Inhaminga, vila na província de Sofala (centro).
O périplo ficou marcado também pelas inaugurações de diversos empreendimentos, alguns dos quais de capitais estrangeiros, como é caso de uma empresa de luso-angolana de produção de ouro, em Manica (centro) e barragem de Massingir, uma importante fonte de produção de energia para a província de Gaza (sul).
A iniciativa presidencial foi, no entanto, criticada pelo líder da RENAMO, principal partido da oposição.
"Nestas suas visitas, Guebuza faz-se acompanhar por seis helicópteros alugados a 2.000 dólares [1.500 euros] por hora (...). O mais caricato é o facto de nestas visitas estar a fazer pronunciamentos partidários à custa dos nossos impostos", acusou Dhlakama. (Noticias Lusófonas / 6 Junho 2007)
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