Luanda – A economia da República de Angola encontra-se entre as dez melhores do continente africano, indica um Relatório da Comissão Económica das Nações Unidas para África, sobre a evolução económica de África no ano de 2006.
No documento, publicado pela Direcção Nacional das Alfândegas (DNA), Angola aparece em segundo lugar, no que concerne ao crescimento anual, com 17,6% em 2006, apenas ultrapassada pela Mauritânia, com um crescimento do PIB de 19,4%, em 2006.
A nível da África Austral, Angola aparece no topo da lista, seguida por Moçambique (7,9%), Malawi (6,9%) e da Zâmbia (6%). O Zimbabwe conheceu um crescimento negativo de -4,4% em 2006, contra os -7,1% em 2005, uma melhoria de 3,3%.
A nível da gestão monetária, Angola também aparece entre os três países de África melhor cotados. O Kwanza conheceu uma apreciação de 8,5% na taxa de câmbio em relação ao dólar norte-americano no ano de 2006.
0 Kwacha zambiano e o Dinar sudanês conheceram as taxas de apreciação mais altas do continente com 23% e 12,5%, respectivamente. O Zimbabwe aparece no fundo da lista com uma depreciação de 87% e a inflação na ordem dos 1216%.
A estabilidade da economia angolana não se deve apenas ao aumento das receitas do petróleo bruto, mas também devido ao aumento do investimento estrangeiro directo, política monetária sustentada e uma gestão macro-económica adaptada a conjuntura, de acordo com o relatório.
Os efeitos do bom desempenho económico do país, segundo ainda o documento, já se fazem sentir na prática, embora se reconheça ainda de forma tímida, devido aos factores estruturais, perfeitamente compreensíveis, como é o caso da guerra, cujos efeitos até a data se fazem sentir.
Os custos dos serviços públicos tiram a maior fatia do Orçamento Geral do Estado (OGE), com 22,65% em 2007, contra os 19,22% em 2006 (OGE revisto) e os encargos financeiros captaram 22,44% do OGE no corrente ano, contra os 14,54% em 2006.
O relatório indica que, apesar do Estado suportar sozinho a distribuição da riqueza nacional, o OGE de 2007 aumentou as verbas dos sectores que constituem o núcleo do desenvolvimento social, de forma geral.
A saúde passou de 5,56% em 2006 (OGE revisto) para 5,61% em 2007; Habitação e serviços comunitários 7,19% em 2006 para 7,51 em 2007; Agricultura, pescas e ambiente 2,57% em 2006 para 2,96% em 2007.
Os estudos, de acordo com o documento publicado pela DNA, mostram que os países recém-saídos de longos anos de conflitos armados levam 22 anos, em média, para recuperar a sua economia.
A economia africana manteve a dinâmica de crescimento que vem conhecendo nos últimos anos, tendo registado uma taxa global do crescimento real do PIB na ordem dos 5,7% contra os 5,3% registrados no ano de 2005 e 5,2 em 2004.
Vinte e cinco países do continente africano registaram uma melhoria no seu crescimento em 2006.
Não se deve ignorar o papel dos altos preços do petróleo bruto e dos recursos minerais para o crescimento económico que o continente registou. 57,5% da taxa de crescimento do continente deve-se aos países exportadores de petróleo, mas a boa gestão macro-económica também contribui de forma significativa.
Apesar do crescimento da economia africana ser global, caso se faça uma análise particularizada de cada um dos países, sobressaem disparidades.
Apenas Angola, Moçambique e o Sudão figuram entre as 10 melhores economias de 2006 que já figuravam entre as 10 melhores em termos de taxa de crescimento durante o período de 1998-2006.
Da lista, constam ainda a Etiópia, Líbia, Libéria, RD Congo, Congo Brazzaville e Malawi. (AngolaPress / 06 Junho 2007)
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