terça-feira, 12 de junho de 2007

Portugal e Índia buscam 'colaboração trilateral' com Angola

Lisboa - Portugal e a Índia admitiram nesta segunda-feira a intenção de investir numa "colaboração trilateral" com Angola, na área de petróleo e de diamantes, e anunciaram que pretendem colaborar com o país em setores como o de infra-estrutura, de energia e de agroalimentos.

As afirmações foram feitas pelo vice-ministro português das Relações Exteriores João Gomes Cravinho, durante a visita oficial do vice-ministro dos Assuntos Externos da Índia, Anand Sharma, a Lisboa.

Em entrevista coletiva, Cravinho, que é secretário de Estado das Relações Exteriores e da Cooperação, fez alusão à recente visita de Sharma à Angola, onde esteve na empresa Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola), indicando que uma das possibilidades de colaboração trilateral com Angola passa pela área do petróleo. A Sonangol é uma das acionistas da petrolífera portuguesa Galp Energia.

"A Índia manifestou ainda muito interesse em trabalhar na área das minas de diamantes, já que detém 80% do mercado do consumo e existem empresas portuguesas atuando em Angola", disse o secretário português, destacando que a colaboração entre os dois países com Angola ainda será alinhavada.

Quanto às relações bilaterais com Portugal, o vice-ministro indiano enfatizou as "boas possibilidades de desenvolvimento de áreas de cooperação" e a "divisão de opiniões e consensos", principalmente nos setores de infra-estruturas, informação e tecnologia, e em matéria de energia e ambiente, nas quais considerou existirem "novas oportunidades".

Sharma aproveitou a ocasião para abordar a importância da Presidência portuguesa da União Européia, a partir do segundo semestre deste ano, evidenciando a estratégia indiana de parceria com novos países e com a União Européia.

"Esta visita é obviamente desejada no âmbito da política de diálogo entre a UE e a Índia", disse Sharma, evidenciando o início das conversações relativas ao investimento nas trocas comerciais.

Cravinho afirmou que estão ocorrendo "negociações técnicas" para discutir essa parceria e reiterou a intenção da "parceria estratégica entre a UE e a Índia", no âmbito comercial e do ponto de vista do diálogo político, principalmente nas questões relacionadas com o Afeganistão e o Iraque, no combate às armas nucleares e ao terrorismo. (Lusa Brasil / 11 Junho 2007)

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