18 maio 2016, Agência PT
http://www.pt.org.br (Brasil)
Em entrevista à emissora
norte-americana Democracy Now!, o linguista norte-americano e professor emérito do
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) Noam Chomsky afirmou, nesta terça-feira (17), que “uma gangue
de ladrões” está tentando destituir a presidente do Brasil, Dilma
Rousseff, orquestrando “um golpe brando” no país.
O escritor, que é um dos mais respeitados analistas
políticos do mundo, avalia que uma das causas do golpe é que os derrotados
nas últimas eleições procuram chegar ao poder de outra forma. “A elite
detestava o Partido dos Trabalhadores e está usando essa oportunidade para se
livrar do partido que venceu as eleições. Eles não estão esperando pelas
eleições, em que provavelmente perderiam, mas querem se livrar do PT,
explorando uma recessão econômica, que
é séria, e a corrupção massiva que foi
exposta”, disse.
Chomsky afirmou, lembrando que inclusive o The New York Times ressaltou essa informação, que Dilma Rousseff
“talvez seja a única política que não roubou para se beneficiar. Ela está
sendo acusada de manipulações no orçamento, que são práticas comuns em muitos
países, tirar de um bolso para colocar em outro. Talvez seja uma prática ruim
de alguma maneira, mas certamente não justifica impeachment.”
E avaliou: “Nós temos uma
líder política que não roubou para enriquecer a si mesma, que está sendo
acusada por uma gangue de ladrões, que o fizeram. Isso conta como
um tipo de golpe brando. Eu acho que é isso mesmo”, respondendo à
pergunta se o que está ocorrendo na política brasileira pode ser
classificado como “golpe de Estado”.
Falando sobre América Latina, o linguista pontuou que
nos últimos “10 ou 15 anos” a região se libertou do domínio estrangeiro,
notadamente dos Estados Unidos. “É um desenvolvimento dramático nas relações
mundiais, é a primeira vez em 500 anos”, disse. E afirmou ainda que, no
passado, os EUA tinham mais capacidade para isso, mas ainda tentam derrubar
governos no continente, citando os golpes e as tentativas de golpe na Venezuela
em 2002, no Haiti em 2004, em Honduras em 2009 e no Paraguai em 2012.
Entrevista legendada: https://www.facebook.com/ImprensaInternacionalDenunciaOGolpe/videos/243097742723206/
Desde a último dia 12 de maio, data em que terminou a
votação no Senado que aprovou a admissibilidade do
pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o governo interino do golpe de Michel
Temer, o assunto foi destaque das páginas dos principais veículos de
todo o mundo, sempre de maneira
negativa.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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