13 maio 2016, https://www.brasildefato.com.br
(Brasil)
Atos contra o presidente interino ocuparam as ruas de
outras cidades, como Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre
O encerramento aconteceu às 20h30 com uma pixação
dos vidros do
escritório da Presidência da República /
Gisele Brito/Brasil de Fato
Na noite desta quinta-feira (12), cerca de 35 mil pessoas se manifestaram
na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), contra o afastamento da presidenta
Dilma Rousseff e a posse do presidente interino Michel Temer. A
concentração do ato começou às 17h no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp)
e, por volta das 18h30, seguiu até o escritório da Presidência da
República, em frente ao metrô Consolação. O ato foi chamado pela Frente Povo
sem Medo.
Apesar do grande
número de pessoas, o clima era de melancolia. O
movimento manteve as características culturais de seus atos, com músicas e
intervenções artísticas políticas. O ápice foi a queima de um pato de plástico
que fazia alusão ao símbolo criado pela Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (Fiesp) na sua campanha pelo impeachment. A Polícia Militar (PM)
cercou toda o perímetro em frente à sede da entidade para evitar a entrada dos
manifestantes.
O carro de som foi animado pela Liga do Funk, mas havia pouca
conversa entre as pessoas. Os sentimentos de esperança e de festividade, que
predominavam nos protestos que visavam impedir o que aconteceu
hoje, desapareceram no ato desta quinta. A postura, porém,
permanecia de luta e resistência.
Havia muitos vendedores ambulantes circulando entre a
multidão. Alguns deles vendiam marmitas para os trabalhadores que vieram
direto do trabalho, sem jantar.
Um exemplo é Josué Rocha, membro do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST), que faz parte da Povo sem Medo. Ele afirma que o
"trancamento foi só um recado". "Se Temer pensa que vai se
sentar na cadeira e acabar com tudo que ele quiser, ele está muito enganado. De
onde veio 35 mil pessoas vêm muito mais", declarou à reportagem.
O encerramento aconteceu por volta das 20h30, com uma pixação dos vidros
do escritório da Presidência da República, que fica perto do metrô
Consolação. Neste momento, houve explosão de uma única bomba, mas não foi
possível identificar se foi jogada pela PM ou pela segurança do local. Ninguém se feriu.
Outras capitais
Com o mesmo objetivo de deslegitimar o governo interino, o Levante
Popular da Juventude promoveu escrachos em frente às sedes do PMDB,
partido de Temer, nas cidades de Recife (PE), Aracaju (SE), Porto Alegre (RS),
Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB) e Cuiabá (MT).
Na capital gaúcha, cerca de 1200 pessoas que participavam da
manifestação na região da Cidade Baixa foram atacadas com bombas de efeito
moral e gás lacrimogêneo.
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Brasil/Milhares protestam no Rio contra governo golpista de Temer
14 maio 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)
Na noite desta sexta-feira (13), cerca de 15 mil pessoas lotaram a Cinelândia, no Centro do Rio, na manifestação "Temer, Jamais", que critica as primeiras medidas do peemedebista, como a dissolução de ministérios, incluindo as pastas de Igualdade Racial, Cultura e Direito das Mulheres. No ato, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) convocou os manifestantes a continuarem resistindo. Também aconteceram protestos em Porto Alegre (RS).
Eles nos subestimaram, não acharam que
íamos parar o Brasil no dia seguinte. Mas peço a vocês que continuemos fazendo
o que aos olhos deles é o impossível, mas para nós é completamente possível:
lutar todos os dias até o fim desse jogo no Senado", afirmou.
E completou: "É impossível que um governo de direita deste tenha uma agenda que represente as mulheres, os negros, os trabalhadores. Eles não sabem o que somos nós na oposição, mas eles vão ver, vão ver um povo revoltado nas ruas. Estamos unindo os movimentos sociais em volta do que mais nos importa: nossos direitos, nosso estado democrático de direito", discursou.
E completou: "É impossível que um governo de direita deste tenha uma agenda que represente as mulheres, os negros, os trabalhadores. Eles não sabem o que somos nós na oposição, mas eles vão ver, vão ver um povo revoltado nas ruas. Estamos unindo os movimentos sociais em volta do que mais nos importa: nossos direitos, nosso estado democrático de direito", discursou.
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) também falou aos manifestantes, anunciando que "não vamos nos submeter nenhum dia sequer a esse governo ilegítimo", disse. "Essa multidão está repleta de mulheres, trabalhadores da cultura, lésbicas, gays, negros. Nós somos o Brasil. Quando nossas vozes são silenciadas, só nos resta a desobediência civil. E é isso que vamos fazer. Não vamos abrir mão do nosso estado, temos a força sagrada da vida, que é o axé. Fascistas não passarão!", ressaltou.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) também discursou. "Essa praça é o contraste com as fotos que saíram hoje no jornal. O que mostrou aquela foto lembra o Brasil colônia, o Brasil dos machos, brancos, donos de gado ocupando o poder. Eles acham que o que vence é o tamanho do bolso, nós vamos mostrar que o que vence é o tamanho das idéias e do coração", reforçou.
Marcelo Freixo (Psol) destacou, em sua fala, que "(eles) disseram que não tem problema não ter ministras mulheres, porque o Brasil não tem tempo a perder. Se o Brasil não tem tempo a perder, nos não temos tempo de Temer! Aquilo não é uma esplanada de ministérios, é uma casa grande", criticou.
Em Porto Alegre
Em Porto Alegre, onde a presidenta Dilma Rousseff possui um apartamento e onde mora a filha, os netos e o ex-marido, os manifestantes fizeram o "velório da democracia", na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre, na noite desta sexta-feira (13) . O grupo, contrário a posse de Michel Temer na Presidência da República após o processo de impeachment de Dilma Rousseff, também fez um protesto em frente a sede do PMDB local. A organização contabilizou cerca de cinco mil pessoas.
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