quinta-feira, 12 de maio de 2016

Brasil/Estou cansada de desleais e traidores, mas não de lutar -- Dilma



10 maio 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)


A um dia da votação do Senado que deve decidir se será afastada, a presidenta Dilma Rousseff disse que é uma "figura incômoda" mas que vai se manter de "cabeça erguida" e lutará com todas as suas forças para que o seu mandato termine somente no dia 31 de dezembro de 2018. A presidenta afirmou ainda que está "cansada de desleais e traidores", mas que isso impulsiona ainda mais a sua luta. Para ela, a história dirá "o quanto de violência contra a mulher" há neste processo de impeachment. 

“Quero dizer a vocês que não estou cansada de lutar. Estou cansada dos desleais e dos traidores. Tenho certeza que o Brasil também está cansado dos desleais e traidores, e é esse cansaço que impulsiona a minha luta cada dia mais”, afirmou, ao participar da cerimônia de lançamento da 4ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres, em Brasília.

Dilma reiterou que sofre um um "golpe", liderado por duas pessoas. “Temos de dar nomes aos bois. Este é um processo [de impeachment] conduzido pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e pelo vice-presidente [Michel Temer]. Os dois proporcionaram ao país esta espécie moderna de golpe, um golpe feito rasgando a nossa Constituição”,

declarou.

Em várias ocasiões, o discurso da presidenta foi interrompido pela plateia formada por mulheres, que manifestou seu apoio, entonado palavras de ordem, como “no meu país eu boto fé porque ele é governado por mulher”, “mulheres na rua, a luta continua” e “não vai ter golpe, vai ter luta” .

Dilma reafirmou que usará todos os meios legais para combater o que qualificou como "uma enorme injustiça". "Eu sou uma figura incômoda. Eu me mantenho de pé, de cabeça erguida, honrando as mulheres. [Com isso], ficará claro que cometeram contra mim uma inominável, uma enorme injustiça. Eu vou lutar com todas minhas forças usando todos os meios disponíveis e legais de luta. Vou participar de todos atos e ações que me chamarem", disse.

A presidenta voltou a dizer que não vai renunciar e que essa hipótese "jamais" passou pela sua cabeça. "A história vai mostrar como o fato de eu ser mulher me tornou mais resiliente, mais lutadora. Queriam que eu renunciasse, e jamais passou a renúncia pela minha cabeça. Só pela cabeça deles, não pela minha". De acordo com a presidenta, os que propõem a sua renúncia querem evitar "de todas as formas" que ela continue denunciando o que tem classificado como golpe.

"Para mim é um momento decisivo para a democracia brasileira que estamos vivendo hoje. Sem dúvida estamos num momento em que a gente sente que estamos fazendo a história desse país. A história ainda vai dizer o quanto de violência contra a mulher, de preconceito contra mulher tem nesse processo de impeachment golpista", disse, acrescentando que um dos componentes do processo decorre do fato de ser a primeira presidenta eleita pelo voto popular.

O evento reuniu milhares de delegadas de todas as regiões do país para discutir políticas públicas voltadas a garantir mais direitos e participação às mulheres. Quando chegou ao local, Dilma foi ovacionada pelas presentes e permaneceu durante seis minutos abraçando as presentes no palco e mandando beijos para a plateia. Antes de o evento começar, elas cantaram de mãos dadas e à capela o Hino Nacional. (Confira abaixo no original)

Do Portal Vermelho, com Agência Brasil e G1


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Brasil/Dilma participa da abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

10 maio 2016, Blog do Planalto http://blog.planalto.gov.br (Brasil)

Não permitir retrocessos. Com este lema, três mil mulheres de todo Brasil reúnem-se para a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (4ª CNPM) de hoje (10) a quinta-feira (12), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A cerimônia de abertura terá a participação da presidenta Dilma Rousseff. No encontro, representantes dos 26 Estados e do Distrito Federal debatem avanços relacionados aos direitos das mulheres e fazem o diagnóstico das conquistas obtidas nos últimos anos. Como resultado, serão feitas recomendações para o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM).

O processo conferencial, iniciado em junho de 2015 com as etapas preparatórias, mobilizou mais de 150 mil pessoas em torno do debate. “Estamos convictas da força e da luta das mulheres, nos mais diversos movimentos e organizações por todo o país”, afirma a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos. Ela ressalta, ainda, a importância do trabalho desenvolvido pela SPM ao longo desses 13 anos para garantir os direitos das mulheres.

“As ações da Secretaria são fundamentais para impulsionar, de forma definitiva, a construção de um Brasil mais justo, desenvolvido, participativo e de igualdade entre homens e mulheres”, afirma.

Com o tema “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”, a 4ª CNPM tem como desafio aprofundar a democracia e assegurar a consolidação das políticas já colocadas em prática. Nesta edição, mais de 2,5 mil cidades participaram de conferências municipais e intermunicipais. Todos os Estados e o DF realizaram as suas etapas estaduais. Também foram promovidas conferências livres e uma Plenária Governamental, com ministérios, secretarias e instâncias do governo federal.
Inovação democrática

A novidade desta 4ª Conferência é a realização de consultas nacionais com grupos que tradicionalmente encontram maior dificuldade de acesso e expressão nos processos convencionais de participação social. Tudo para que a diversidade das mulheres brasileiras estivesse bem representada na etapa nacional da 4ª CNPM. As seis consultas realizadas garantiram, assim, visibilidade e voz aos vários segmentos, grupos e etnias. Mulheres transexuais, ciganas, mulheres com deficiência, indígenas, quilombolas e de religião de matriz africana tiveram suas Consultas Nacionais.

Também pela primeira vez, as jovens tiveram suas demandas apresentadas em conferência específica. A I Conferência Livre de Meninas do Maranhão, realizada em novembro de 2015, repercutiu as discussões de meninas e adolescentes sobre temas como pedofilia, abuso sexual, gênero na educação, sexualidade e violência de gênero. A pluralidade típica da cultura brasileira esteve presente em todas as etapas da 4ª CNPM. Todas convergiram na defesa de mais direitos no mundo do trabalho, no enfrentamento à violência, mais participação nos espaços políticos, nas decisões, e mais poder para as mulheres.

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