12 maio 2016, Blog do Planalto
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A presidenta Dilma recebe o carinho das pessoas
após sua
saída do Palácio do Planalto.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Já comunicada pelo Senado sobre seu afastamento, a
presidenta Dilma Rousseff classificou, no final da manhã desta quinta-feira
(12), o processo de impeachment como uma “grande injustiça”, em pronunciamento
à imprensa, no Palácio do Planalto. Ao falar do impedimento, Dilma relacionou
este acontecimento com outros passagens de sua vida, como quando teve de lutar
contra o câncer e a ditadura, para dizer que a vida sempre reservou grandes
desafios para ela e que continuará lutando “com todos os meios legais”.
“O destino sempre me reservou muitos desafios, muitos e
grandes desafios. Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los”, afirmou a
presidenta. “O que mais dói, neste momento, é a injustiça (…) é perceber que
estou sendo vítima de uma farsa jurídica e política. Mas não esmoreço”,
disse. “Aos brasileiros que se opõem ao golpe, independentemente de posições
partidárias, faço um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta
pela democracia não tem data para terminar”.
Dilma afirmou que foi vítima de uma “intensa e incessante” sabotagem desde o início de seu segundo
mandato, com o objetivo de criar um ambiente propício
para o golpe, e classificou o impeachment como uma farsa jurídica. Ela disse
ainda que não cometeu qualquer crime de responsabilidade. “Esta farsa
jurídica deve-se ao fato de que eu, como presidenta, nunca aceitei e nem
aceitarei chantagem de qualquer natureza”.Dilma afirmou que foi vítima de uma “intensa e incessante” sabotagem desde o início de seu segundo
Ela admitiu ter cometido erros e disse que, no entanto, que eles não são motivos para a abertura do processo. “Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada injustamente por ter feito tudo o que a lei me autorizava a fazer.Os atos que pratiquei foram legais, corretos, atos necessários, atos de governo. Atos idênticos foram executados pelos presidentes que me antecederam”.
Antes de deixar o Palácio, Dilma disse que o fato de o
próximo governo não ter sido eleito é um potencial risco para fazer com que a
crise aumente no País, e acrescentou que o golpe não é contra seu mandato, e
sim contra as conquistas sociais dos 13 anos de seu governo e do ex-presidente
Lula.
Nos braços do povo
Dilma deixou o Palácio do Planalto pela porta da frente
para se encontrar manifestantes contrários ao seu afastamento. A presidenta
agradeceu o “calor, a energia e o carinho” da multidão. “Eu tenho a honra de
ter sido, no meu governo, fiadora da democracia”, afirmou.
A presidenta disse também que se sentia bem por ter
“honrado os votos que as mulheres” lhe deram, mas lamentou a forma como foi
afastada. “Eu enfrentei o desafio terrível e sombrio da Ditadura, mas o que
mais dóis é o que estão fazendo agora”, comparou. “O que mais dóis é a
injustiça. É ver que estou sendo vítima de uma farsa jurídica e política”,
ressaltou.
Presente à manifestação de apoio à presidenta Dilma, o
estudante de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), Luis Felipe,
disse estar decepcionado. “É um momento em que a democracia chora”,
disse ele acompanhado por colegas universitários. Em outra manifestação de
contrariedade, a artesã Amália Maria Queiroga disse lamentar o momento que o
País atravessa: “Lutei muito durante a ditadura pela democracia agora sinto
que fui roubada.”
Opinião similar foi manifestada pela professora Vanilda
Salgado, que disse ser este um momento para ser lamentado. “É uma página
infeliz da nossa história”, afirmou.
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