17 maio 2016 Opera
Mundi http://operamundi.uol.com.br (Portugal)
Marana Borges
'Sabia que
teríamos apoio, mas não imaginávamos que fosse unânime',
disse Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM) sobre solidariedade
de parlamentares na EuroLat
Parlamentares brasileiros
em Portugal receberam nesta segunda-feira (16/05) a solidariedade e o repúdio
ao possível impeachment da presidente brasileira, Dilma Rousseff, de seus pares
latino-americanos que participam da Assembleia Parlamentar
Euro-Latino-Americana (EuroLat). O encontro reúne 150 representantes políticos
e
segue até quarta-feira na Assembleia da República, em Lisboa.
Entre os sete
brasileiros participantes, cinco condenaram a destituição de Rousseff: os
senadores Roberto Requião (PMDB-PR), que preside a ala latino-americana do
evento, Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lindbergh
Farias (PT-RJ) e Lídice da Mata (PSB-BA). Os outros brasileiros presentes são o
deputado federal Arthur Maia (PPS-BA) e o senador José Medeiros (PSD-MT).
"Sabia que
teríamos algum apoio contra o impeachment, mas não imaginávamos que fosse
unânime, inclusive vindo de partidos conservadores da América Latina",
declarou a senadora Grazziotin a Opera Mundi.
Na reunião desta
segunda-feira, Myriam Suazo, deputada de centro-direita de Honduras – cujo
ex-presidente Manuel Zelaya foi destituído em 2009 após um golpe militar –, leu
uma moção repudiando a composição dos ministérios nomeados pelo presidente
interino, Michel Temer, que não inclui mulheres. O documento, formulado por
vontade da Comissão da Mulher da EuroLat, foi recebido com surpresa e agrado
pela delegação brasileira, que o desconhecia.
Para Grazziotin, é
grave a decisão do governo interino de incorporar o Ministério das Mulheres, da
Igualdade Racial e dos Direitos Humanos à pasta da Justiça: "As minorias e
os movimentos sociais viraram uma questão de segurança nacional, como acontecia
na ditadura militar", afirmou.
O senador Lindebergh
Farias (PT-RJ) foi enfático durante a reunião: "As ruas estão do nosso
lado, por isso acredito que ainda podemos reverter o processo se convencermos
dois senadores", falou no Salão Nobre da Assembleia de Portugal. Na fase
de julgamento do impeachment, ainda sem marcação, são necessários dois terços
dos votos favoráveis dos senadores (54). Na primeira votação no Senado, houve
55 votos a favor e 22 contra a admissão do processo de impeachment.
A EuroLat elaborará
recomendações sobre vários pontos, como o processo de paz na Colômbia, o
combate aos paraísos fiscais, a abertura comercial entre Cuba e Estados Unidos,
a precarização do trabalho e, de modo proeminente, a crise política no Brasil.
Estão previstas diversas manifestações de ativistas brasileiros e portugueses
contra o impeachment de Dilma Rousseff durante a semana em Lisboa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário