terça-feira, 10 de maio de 2016

BRICS, БРИКС/Cinco canções soviéticas que marcaram a Segunda Guerra



9 maio 2016, Газета.Ру http://www.gazeta.ru (Россия)


No Dia da Vitória, relembre os versos que melhor traduziram o sentimento da época.

Canções ajudaram a aliviar a tensão de quem partia para 
guerra e também de quem esperava pelo retorno 
Foto:Viktor Kinelovski/RIA Nôvosti

 “Na casamata”
Quando o poeta e correspondente de guerra do jornal “Komsomolskaia Pravda” Aleksêi Surkov foi designado para escrever sobre a 9ª Divisão de Guardas de Rifle, ele se viu sob fogo. Tendo escapado, Surkov e vários outros jornalistas e oficiais se esconderam em uma casamata (abrigo), onde escreveu um poema.

Fonte: YouTube/pustinnik50

Uma semana depois, a música estava pronta e, em 25 de março, as notas e
o texto foram publicados no veículo. Os versos “Você está longe, mas a morte – a quatro passos” logo se tornaram famosos. Em 1945, após a batalha de Berlim, Lidia Ruslanova cantou “Na casamata” nos entornos do edifício do Reichstag e do Portão de Brandemburgo.

“Noite Escura” 
O filme “Dois soldados”, de Leonid Lukov, foi filmado durante a evacuação em 1943. A cena em que o protagonista Mark Bernes canta para seus companheiros soldados em um esconderijo subterrâneo precisava de uma canção. Primeiro surgiu a melodia e, depois, repentinamente, as letras foram improvisadas: “Na noite escura/só as balas assoviam pela estepe/apenas o vento vibra nos telégrafos, as estrelas cintilam vagamente/Na noite escura, eu sei que você, meu amor, está dormindo/E está furtivamente enxugando uma lágrima ao lado do berço”.

Fonte: YouTube/Alexander Bogdanov

No dia seguinte,  a cena foi filmada, e a música ficou famosa antes mesmo de o filme ser lançado. O renomado cantor soviético Leonid Utiosov soube da música e fez sua própria versão. Mas esta gravação não mudou o destino de “Noite Escura”: embora interpretada por muitos cantores, a versão original de Mark Bernes continuou sendo a favorita de todos.

“Espere por mim” 
O prosador e poeta Konstantin Simonov escreveu os versos “Espere por mim e eu vou voltar, mas espere bastante” no verão de 1941, após o início da guerra, dedicando-os à sua amada, a atriz Valentina Serova. Ele leu os versos aos soldados durante suas viagens ao fronte e, em breve, as frases penetrantes, cheios de saudade pela amada, ficaram famosas. “Espere por mim” não seria publicada, mas, vendo o quão popular o poema se tornou, Simonov decidiu fazê-lo. Vários jornais se recusaram a publicá-lo, porém, até que “Espere por mim” saiu, em 1942, nas páginas do “Pravda”. Nos dias mais negros da guerra, o poema lírico era uma salvação para muitos soldados, bem como para aqueles que estavam a sua espera em casa.

Fonte: YouTube/dundurey

No filme “Paren iz nashego goroda” (“O rapaz da nossa cidade”, em tradução livre), que foi baseado em peças de Simonov, o poema se tornou uma canção. É cantado pela protagonista feminina em um hospital onde ela encontra o marido entre os feridos.

“O lenço azul”
A história desta música começou não muito tempo antes da guerra, quando,  em 1940, a Orquestra Polonesa de Jazz estava em turnê na Rússia. Durante as apresentações, o pianista e compositor Jerzy Peterburgski tocou uma de suas novas melodias, e o poeta Iakov Galitski imediatamente escreveu a letra. Quando a mostrou para Peterburgski, o último compôs a música e assim nasceu a famosa valsa “O lenço azul”. 

Fonte: YouTube/Mushtaid's channel
Muitas cantoras russas passaram a interpretá-la a partir de então, mas a fama nacional veio em 1942, quando cantada pela primeira vez pela lenda dos palcos soviéticos Klaidia Chuljenko. Durante suas apresentações no fronte, ela apresentou uma versão com letras mais contextualizadas do ponto de vista militar. E, assim, surgiu a versão “Lenço”, mais tarde interpretada em concertos e inúmeras gravações.

“Katiucha” 
Esta música foi cantada pela primeira vez em 1938. A intérprete soviética de canções folclóricas Lidia Ruslanova ouviu-a durante a apresentação de um conjunto estatal de jazz e, em seguida, resolveu cantá-la durante um show no Salão de Colunas da Casa dos Sindicatos, em Moscou. 

Fonte: YouTube/LUKEJAMESBARRETT

Durante a guerra, a canção ganhou diversas versões; na época, entretanto, “Katiucha” era vista como uma menina real, e não como uma imagem coletiva. A música ainda é uma das populares daquele período – e não só na Rússia, mas também no exterior.

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