domingo, 22 de maio de 2016

Timor-Leste/Condecoração de Samora em Díli: Um reconhecimento ao povo moçambicano



Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)


O filho de Samora Machel considerou um grande reconhecimento ao seu pai e ao povo moçambicano a condecoração, a título póstumo, que foi conferida ontem ao primeiro Presidente de Moçambique independente pelo Chefe do Estado timorense, Taur Matan Ruak.

“É de grande importância para o povo moçambicano, para a minha família e para mim pessoalmente. É um grandiosíssimo reconhecimento porque Samora Machel sempre lutou pela libertação do povo maubere”, disse
ontem Samora Machel Júnior, em Timor-Leste.

O filho do antigo Presidente moçambicano lembrou que o pai, “junto das organizações internacionais, nas Nações Unidas, na organização que é hoje a União Africana, sempre se bateu para que houvesse reconhecimento de que a ocupação da Indonésia era ilegal, de que o povo maubere merecia ser apoiado para estar liberto”.

Samora Machel Júnior falava depois de receber, das mãos do Presidente timorense, Taur Matan Ruak, durante as cerimónias do 14.º aniversário da restauração da independência de Timor-Leste, o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, entregue postumamente ao seu pai.

“Hoje, o povo em que ele acreditou faz este grande reconhecimento à sua luta”, disse, destacando a importância de os povos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) conhecerem cada vez mais a história uns dos outros, porque tem muitos elementos em comum.

O antigo Presidente moçambicano Samora Machel foi ontem condecorado, a título póstumo, pelo Presidente da República timorense com o Grande-Colar da Ordem de Timor-Leste.

O decreto presidencial que confirma a decisão destaca o papel de Samora Machel como “um verdadeiro irmão do povo timorense” e alguém que desde o início “ficou sensibilizado com a causa do povo timorense e manifestou decisivamente o apoio total de Moçambique à luta do povo timorense”.

“O Marechal Samora Moisés Machel foi um visionário corajoso e determinado, não havendo barreiras que o impedissem de defender o direito inalienável do povo de Timor-Leste à sua autodeterminação, direito este que uma vez reposto tornaria a libertação uma realidade”, refere o decreto.
O decreto presidencial timorense recorda que Samora Machel defendia que “enquanto Timor-Leste não se tornasse um país independente, a independência de Moçambique não seria completa”.

O documento assinado por Taur Matan Ruak destaca ainda “a solidariedade prestada pelo povo moçambicano”, sob a direcção de Samora Machel, aos povos do Zimbabwe, da Namíbia e da África do Sul, o que “resultou na libertação destes três povos irmãos (…), um precioso contributo à Humanidade”.

A Ordem de Timor-Leste pretende “demonstrar o reconhecimento de Timor-Leste por aqueles, nacionais e estrangeiros, que, na sua atividade profissional, social ou, mesmo, num acto espontâneo de heroicidade ou altruísmo, tenham contribuído significativamente em benefício de Timor-Leste, dos timorenses ou da Humanidade”.

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