21 maio 2016, Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
O filho de Samora
Machel considerou um grande reconhecimento ao seu pai e ao povo moçambicano a
condecoração, a título póstumo, que foi conferida ontem ao primeiro Presidente
de Moçambique independente pelo Chefe do Estado timorense, Taur Matan Ruak.
“É de grande
importância para o povo moçambicano, para a minha família e para mim
pessoalmente. É um grandiosíssimo reconhecimento porque Samora Machel sempre
lutou pela libertação do povo maubere”, disse
ontem Samora Machel Júnior, em
Timor-Leste.
O filho do antigo
Presidente moçambicano lembrou que o pai, “junto das organizações
internacionais, nas Nações Unidas, na organização que é hoje a União Africana,
sempre se bateu para que houvesse reconhecimento de que a ocupação da Indonésia
era ilegal, de que o povo maubere merecia ser apoiado para estar liberto”.
Samora Machel Júnior
falava depois de receber, das mãos do Presidente timorense, Taur Matan Ruak,
durante as cerimónias do 14.º aniversário da restauração da independência de
Timor-Leste, o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, entregue postumamente ao
seu pai.
“Hoje, o povo em que
ele acreditou faz este grande reconhecimento à sua luta”, disse, destacando a
importância de os povos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) conhecerem
cada vez mais a história uns dos outros, porque tem muitos elementos em comum.
O antigo Presidente
moçambicano Samora Machel foi ontem condecorado, a título póstumo, pelo
Presidente da República timorense com o Grande-Colar da Ordem de Timor-Leste.
O decreto presidencial
que confirma a decisão destaca o papel de Samora Machel como “um verdadeiro
irmão do povo timorense” e alguém que desde o início “ficou sensibilizado com a
causa do povo timorense e manifestou decisivamente o apoio total de Moçambique
à luta do povo timorense”.
“O Marechal Samora
Moisés Machel foi um visionário corajoso e determinado, não havendo barreiras
que o impedissem de defender o direito inalienável do povo de Timor-Leste à sua
autodeterminação, direito este que uma vez reposto tornaria a libertação uma
realidade”, refere o decreto.
O decreto presidencial
timorense recorda que Samora Machel defendia que “enquanto Timor-Leste não se
tornasse um país independente, a independência de Moçambique não seria
completa”.
O documento assinado
por Taur Matan Ruak destaca ainda “a solidariedade prestada pelo povo
moçambicano”, sob a direcção de Samora Machel, aos povos do Zimbabwe, da
Namíbia e da África do Sul, o que “resultou na libertação destes três povos
irmãos (…), um precioso contributo à Humanidade”.
A Ordem de Timor-Leste
pretende “demonstrar o reconhecimento de Timor-Leste por aqueles, nacionais e
estrangeiros, que, na sua atividade profissional, social ou, mesmo, num acto
espontâneo de heroicidade ou altruísmo, tenham contribuído significativamente
em benefício de Timor-Leste, dos timorenses ou da Humanidade”.
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