27 maio 2016, Agência PT http://www.pt.org.br
(Brasil)
Parlamentares contornaram a Constituição
para afastar uma presidenta que não cometeu nenhum crime, afirma revista
britânica
A revista “The Economist” afirmou que o
impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) foi um
jeitinho brasileiro na Constituição Federal. Na reportagem, a publicação
britânica explica que a palavra “jeitinho” significa uma maneira brasileira de
solucionar as coisas contornando as leis, ou seja: sem legalidade.
Na matéria, a revista lembra que Dilma foi afastada do
cargo sem nenhuma comprovação de crime. E que muitos políticos que votaram pelo
impeachment recorrem ao “jeitinho” em sua trajetória política – em crimes
durante a captação de recursos para a campanha,
por exemplo.
O texto explica o caráter cultural da palavra
“jeitinho” e remonta o passado colonial do Brasil para explicar porque aqui
muitas vezes a lei não é respeitada.
Parlamentares
Também no Reino Unido, um grupo de 20
parlamentares britânicos – a maioria do Partido
Trabalhista local -- condenou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
No texto, eles afirmam ser completamente errado que alguns parlamentares
ignorem o voto de 54 milhões de brasileiros.
Segundo eles, o novo governo golpista de Michel Temer
(PMDB) mostra sua falta de representatividade, com um gabinete totalmente
masculino, e implementando reformas neoliberais.
“O governo interino não tem mandato para implementar políticas que revertam os programas sociais que levou 40 milhões de pessoas da pobreza. Juntamo-nos movimentos progressistas políticos e sociais, e grupos brasileiros de toda a sociedade civil global, incluindo o movimento sindical , em condenar essa tentativa de derrubar a democracia no Brasil”, afirma.
----------- Relacionada
Imprensa internacional repercute áudios que comprovam conspiração
24 maio 2016, Agência PT http://www.pt.org.br
(Brasil)
Mídia estrangeira fala claramente o que
veículos golpistas brasileiros tentam esconder: gravação de conversas entre
Jucá e Machado reforçam tese de golpe.
Para boa parte da imprensa internacional,
a divulgação do áudio com as conversas entre o ministro Romero
Jucá (PMDB-RR) o ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado reforça a tese do governo afastado de que o
processo de impeachment de Dilma Rousseff teria sido arquitetado para
barrar as investigações da Operação Lava Jato. Os jornais britânicos “The
Guardian” e “Financial Times”, assim como o americano “New York Times”, o
alemão “Deutsche Welle” e o argentino
“Página 12″ afirmaram que essa é a primeira grande crise do governo Temer, e
enfatizam os indícios de conspiração contra a presidenta eleita Dilma Rousseff
como artífice para abafar mais facilmente denúncias de corrupção contra
empresários e políticos. The Guardian O jornal
britânico “The Guardian” repercutiu nesta segunda-feira (23)
a notícia sobre as gravações que indicam uma conspiração para
retirar a presidente Dilma Rousseff. O afastamento faria parte do plano
para estacar as investigações da operação Lava Jato.
A Deutsche
Welle, serviço de comunicação pública da Alemanha, aponta uma
crise tão profunda no governo interino de Michel Temer (PMDB) que pode gerar o
retorno da presidente Dilma Rousseff. A reportagem questiona até
por quanto tempo Temer conseguirá se manter no posto de presidente. “Apenas 12
dias após o impeachment de presidente Dilma Rousseff, o governo do presidente
interino Michel Temer está sendo abalado por seu primeiro escândalo”, diz o texto
ao se referir à divulgação dos áudios das conversas entre o senador Romero Jucá
e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Página 12 O jornal argentino Página
12 publicou também nesta segunda-feira (23), na sua versão
impressa, nota em que destaca que foram necessários apenas onze dias
para que acontecesse o primeiro grande escândalo do governo interino do
vice-presidente em exercício Michel Temer.
Intitulado “Confissões de um golpista“, artigo refere-se ao vazamento de áudios
de conversas entre o senador e ex-ministro do planejamento Romero
Jucá (PMDB-RR) o ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado.
Financial Times O também britânico “Financial Times“ disse que a
saída de Jucá pode prejudicar o governo Temer, “bem quando ele está tentando
lançar um plano econômico ambicioso que visa equilibrar as contas do Brasil e
lançar as bases para uma recuperação econômica.”
New York Times Já o americano “The New York Times” afirma em nota que as “transcrições sugerem um plano por trás do
esforço de afastar a presidente do Brasil”. “O presidente interino do Brasil,
Michel Temer, sofreu um grande revés em sua campanha para ‘conquistar’ o país”,
devido ao surgimento de gravações que sugerem “que um de seus ministros
tramou para parar a investigação
na Petrobras ao buscar o impeachment de Dilma Rousseff”, constata. Para o
jornal, fica muito claro que Dilma tinha que ser afastada para
possibilitar uma negociação que interrompesse a investigação da Lava Jato. E
afirma: “Foi Jucá que comandou o movimento decisivo para a movimentação da
engrenagem que permitiu a votação na Câmara, o desembarque do PMDB”.
Deutsche Welle O jornal alemão “Deutsche Welle” definiu como “a primeira
grande bomba do governo Temer” a gravação que mostra Romero Jucá, homem forte do
presidente interino, sugerindo um pacto para frear a operação Lava Jato.
“Gravação eleva desconfiança sobre intenções do governo em relação à operação”,
reforça. Segundo o periódico, “o episódio envolvendo Jucá também ocorre em
um momento delicado para Temer, que tenta aprovar reformas econômicas e
garantir um bom relacionamento com o Congresso”. “Considerado um negociador
habilidoso, Jucá recebeu o ministério com a missão de encaminhar projetos do
governo para melhorar as finanças públicas e aliviar a crise”, completa. Em
outro trecho da matéria do DW, o analista político francês Garpard Estrada
avalia que o novo episódio explicita que o “impeachment não resolveu nada”. “A
crise política continua. Fica claro que o problema não era só a corrupção do
PT, mas o esgotamento de todo o sistema e a relação entre dinheiro e política.
O Executivo de Temer é tão frágil como o de Dilma. Ele está dependente de
pessoas como Jucá e precisa lidar com um Congresso fortalecido que quer
enterrar a Lava Jato”, diz o especialista. Leia o texto do DW (em
português) aqui.
El País Nesta terça-feira (24) o jornal espanhol “El
País” repercutiu a
demissão do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) após o vazamento de um diálogo
onde “insinuava que a saída de Dilma Rousseff do poder ajudaria a brecar
as investigações anti corrupção”; o periódico afirmou que “muitos viram em
suas palavras um mau presságio a respeito do novo poder Executivo, que, apesar
do discurso de renovação, contra a corrupção, o que se pretende é minimizar o
caso Petrobras, que atinge vários partidos, incluindo o do presidente Temer”.
Para “El
País”, a gravação cai como uma bomba para o governo golpista de
Michel Temer, que “já enfrenta desconfiança por seus vínculos com o caso
Petrobras”, e afirma que apesar de dizer que não vai interferir nas
investigações, Temer nomeou para cargos chave em seu governo nomes “não de todo
limpos”, como Alexandre Moraes, Gustavo do Vale Rocha, Carlos Henrique Sobral
e Marcelo Ribeiro do Val, que tem vínculos com Eduardo Cunha, acusado de ter contas milionárias na Suíça, possivelmente de fundos vindos da corrupção da
Petrobras.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do
Brasil 247
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