Presidente
interino demonstrou constrangimento com a situação. Ele pediu a parlamentares
para que seja aprovada, amanhã (24), proposta para mudança da meta fiscal, que
permita ajustes na economia.
Brasília – A primeira
ida do presidente interino Michel Temer, ao Congresso Nacional, programada pelo
governo para ser um evento emblemático, terminou sendo considerada “um fiasco”
do início ao fim por assessores, senadores do PMDB, parlamentares que fazem
oposição a Temer e até aliados dele. Em vez de pronunciamento ou entrevista, a
visita de hoje (23) ao Legislativo, com objetivo de discutir a proposta de
alteração da meta fiscal, foi sufocada pela queda do ministro do Planejamento,
Romero Jucá. Temer foi recebido por manifestantes e parlamentares com vaias,
seguidas frases de “fora golpista”. Nem ele, nem sua equipe conseguiram
disfarçar o constrangimento.
Temer entrou no
Senado em tom formal, pela chapelaria, prometendo falar com a imprensa e sendo
reverenciado por aliados. Saiu calado, em meio a gritos e cartazes levantados
em sua direção e na dos ministros que o acompanharam e preferiu entrar no carro
sem dizer uma única palavra.
O ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, que se atrasou e chegou para a reunião um pouco depois
do presidente, entrou de cabeça baixa. Precisou ser conduzido com a ajuda de
seguranças
legislativos e não respondeu aos pedidos dos jornalistas. Na sala do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se encontravam os ministros
Henrique Meirelles (Fazenda), Geddel Vieira Lima (secretário de Governo),
Romero Jucá (titular da pasta de Planejamento, minutos antes de anunciar que
estava se licenciando) e vários deputados e senadores.
Conforme contou Renan
após o encontro, tratou-se de uma reunião para entrega formal da proposta de
alteração da meta fiscal do governo, medida que permitirá a aprovação de
matérias de ajuste na economia do país a serem encaminhadas nos próximos dias,
caso seja aprovada. Calheiros ainda disse que o presidente interino fez um apelo
aos deputados e senadores para que aprovem a mudança da meta, de forma a ajudar
o Executivo e o país.
O presidente do
Senado ressaltou que, por conta disso, antecipou a sessão conjunta do
Congresso, que estava programada para se realizar a partir das 16h de amanhã
para as 11h, para poder possibilitar, além da apreciação de outras matérias, a
discussão e votação dessa proposta de mudança de meta.
“Me comprometi em
ajudar e digo aqui que vamos nos esforçar para continuar ajudando o país da
mesma forma como nos comprometemos com os integrantes do governo Dilma
Rousseff. O que está em jogo, neste momento, não é o Michel, mas o Brasil”,
acentuou o senador.
Para se ter ideia de
como a programação do Executivo deu errado nesta segunda-feira, estava prevista
uma entrevista coletiva a ser concedida pelo presidente interino no Palácio do
Planalto às 17h, ao lado de ministros da equipe econômica, para falar sobre a
meta fiscal e divulgar novas medidas a serem adotadas pelo Executivo. A
reunião terminou sendo cancelada.
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