10 de outubro de 2014, Agência PT de Notícias www.pt.org.br (Brasil)
Marília Arraes (PSB) conta que escutou seu avô criticar debandadas de grupos de esquerda para a direita, como agora está acontecendo com o PSB. “A meu ver, o PSB está perdendo o rumo e enterrando os seus princípios. Escutei Miguel Arraes se referir, algumas vezes, a situações parecidas como “o caminho da perdição”.
Prima de Eduardo Campos, a vereadora em Recife
era contra o lançamento de Eduardo à Presidência da República e apoiou as
candidaturas do PT no Estado. Na última quarta-feira (8), quando o PSB
decidiu apoiar a candidatura do tucano Aécio Neves. Marília subiu o tom das
criticas e afirmou que dirigentes querem transformar o “S” da sigla, em apenas
uma letra. O “S” em questão, significa: Socialismo.
Marília questionou como uma legenda de esquerda, que
teve entre seus quadros Antonio Houaiss, João Mangabeira e Miguel Arraes, pode
se unir ao PSDB. Para ela, o partido de Aécio é ligado aos interesses
conservadores da parcela mais privilegiada da população: “como é possível
aliar-se a um partido de direita, que sempre combatemos e que não representa em
nada os nossos ideais progressistas e socialistas? Como é possível ignorar
todos os avanços sociais do projeto político conduzido por Lula e por Dilma?”
No mês de Julho, Marília Arraes declarou apoio a
reeleição da presidenta Dilma. A pessebista já vinha em atrito com seu primo,
por conta do rumo que o PSB estava tomando antes mesmo das eleições, quando
impôs o seu secretário Paulo Câmara (PSB), como candidato ao governo.
A “Nova Política” também foi alvo de Marília durante
as eleições, por achar um conceito que leva ao
descomprometimento. “Acredito que em política a gente tem que ter lado”,
dizia ela durante o primeiro turno.
Por Marcos Paulo Lima, da Agência PT de Notícias
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Brasil/Presidente do PSB diz
que apoio a Aécio “trai a história do partido”
10 de outubro de 2014, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)
Amaral, que defendia a
independência do partido no segundo turno da campanha, disse que o PSB, ao
apoiar Aécio, estava “traindo a história do partido”. Ele completa: “Em outras
palavras, quando o Partido Socialista Brasileiro teve a oportunidade de
avançar, de se preparar para construir uma proposta de socialismo para o século
21, ele optou pelo patriarcalismo, ou, se quisermos, pelo coronelismo”.
Segundo Amaral, essas lideranças articulam internamente para lançar um candidato à Presidência da legenda na eleição marcada para segunda-feira (13).
“Mesmo quando o engenho vai à falência e o filho do dono do senhor do engenho vai morar em Boa Viagem [principal avenida do Recife], ele continua ideologicamente senhor de engenho. Isso tem consequências em tudo. No seu relacionamento com as pessoas, com as coisas, com as instituições. Ele fica preso ao engenho que já se acabou. Volta às formas tradicionais de dominação, que determinam as formas tradicionais de fazer política. Isso está sendo levado à eleição do PSB. Esse é o perigo que eu aponto. Poderá marcar profundamente o partido”, disse Amaral.
Nome aos bois
Essa postura, de acordo com Amaral, está sendo tomada pela direção do PSB de Pernambuco, que comandou a campanha pela adesão a Aécio. “É uma máquina, não são as pessoas”, definiu Amaral, afirmando que tem um e-mail datado do dia 27 de agosto e assinado por Sileno Guedes, presidente do partido no estado, e pelo prefeito Geraldo Júlio, se comprometendo a apoiar a sua candidatura.
“Mas pela imprensa vejo que usam também o estilo ‘esqueçam o que escrevi’ e saem notas dizendo que não vão respeitar o que eles mesmos escreveram. Fazem um compromisso e depois o transformam em letra morta”, disparou Amaral.
Motivos
O presidente do PSB atribui esse ataque à sua posição contrária ao apoio a Aécio Neves. “De uns 15 dias para cá, começaram a aparecer notinhas nos jornais que tentam me reduzir a um agente da presidente Dilma Rousseff e a agente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa tentativa busca a minha desqualificação ética e ideológica, como se a disputa pela Presidência do partido fosse uma disputa de pessoas, quando se trata de uma disputa entre uma visão de esquerda contra uma visão conservadora. Represento os companheiros de partido querem conservar o PSB na esquerda”, pontuou Amaral.
PSB da Bahia oficializa apoio a Dilma
O diretório estadual do PSB da Bahia oficializou nesta sexta-feira (10) apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff na disputa do segundo turno. Em nota oficial, o diretório afirma que a presidenta “está menos distante do posicionamento político e ideológico” do partido.
O documento destaca que o partido, nacionalmente, optou por Aécio Neves, do PSDB, mas o diretório não endossava a decisão porque o projeto dos tucanos para a Bahia “é representado pelas forças de direita às quais nos opusemos durante toda a nossa vida política” e por isso decidia “por maioria, apoiar a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República”.
A nota enfatiza a posição programática “na defesa da proposta de 10% do PIB nacional para Educação e 10% da receita bruta da União para a Saúde”, o que converge com o plano de governo de Dilma.
A senadora Lídice da Mata, presidente do partido no estado, já havia manifestado sua posição contrária ao apoio a Aécio. “De jeito nenhum apoiaria Aécio”, disse a senadora à coluna Satélite, do jornal Correio. E completou: “Marina Silva vai ter uma posição com a Rede e o PSB vai ter a sua. Elas podem coincidir ou não. Pensar, eu penso em um lado”. (Com informações de agências)
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