10 de outubro de
2014, Agência PT de Notícias www.pt.org.br (Brasil)
Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias
À CartaCapital, ex-presidente explica que os programas
do PT beneficiaram todas as classes sociais
Eles não têm preconceito contra o nordestino rico,
contra o negro rico. É contra os pobres, contra quem trabalha”. A frase foi
dita por um nordestino, que nasceu pobre e se tornou presidente do Brasil. Luiz
Inácio Lula da Silva, em entrevista à revista CartaCapital, lamentou a
declaração de Fernando Henrique Cardoso, que a população nordestina é pobre e
desinformada.
Ofendido com o preconceito do ex-presidente, Lula
acredita que Fernando Henrique não conhece a evolução política da classe mais
pobre da sociedade. Para ele, essa evolução não é somente por conta dos
programas sociais, que elevaram suas condições de vida. “É pela conquista da
cidadania. Os brasileiros estão pensando mais”, afirmou.
Lula questiona como o governo PSDB avalia seus
próprios programas de governo em relação aos programas do PT. “Quando o governo
financiava os estudos de um jovem no exterior antes do Ciência sem Fronteiras,
tratava-se de uma bolsa aceita por todo o mundo, algo fantástico. Quando o
governo cria uma bolsa para dar direito a crianças não morrerem de fome é
assistencialismo, é retrocesso, é criar vagabundo”, avalia
Lula. “Certamente, o ex-presidente ficou com a imagem do Brasil que ele
governou”, disse Lula, ao lembrar que nos tempo de FHC, a população não tinha
uma política de assistência e vivia à procura de trabalho.
Hoje, além do Bolsa Família, o governo do PT criou
políticas públicas que beneficiaram diversos setores da sociedade. Como
exemplo, Lula citou os pequenos produtores, com o crédito rural; e os
microempreendedores, com a Lei Geral da Pequena e Média Empresa. Os
benefícios, porém, não tiveram objetivo apenas assistencialista. Os programas
sociais, de distribuição de renda e inclusão social, contribuíram para tirar 36 milhões de pessoas da miséria, elevou outras 42 milhões à classe média.
Além disso, geraram milhões de empregos com carteira
assinada e duplicaram o número de jovens no Ensino Superior. Lula falou
sobre a expansão de crédito no país. Segundo ele, mais de 60 milhões de contas
bancárias abertas. Uma recente pesquisa da Associação Nacional dos Executivos
de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), revelou que a oferta de
crédito no país cresceu mais de 500%, entre 2004 e 2014.
“As pessoas passaram a entrar no banco para negociar
empréstimo, não apenas para pagar conta de luz”, disse. Na reflexão de
Lula, essas conquistas também beneficiaram a classe média. “Em vez de ficar
constrangida quando se fala de política social, (a classe média) deveria
entender que, ao receber algum recurso, o pobre gasta. Para comer, para vestir,
esse dinheiro retorna para o mercado no dia seguinte e quem ganha é a loja, o
shopping, a fábrica, o agricultor”.
Para dar outro exemplo, Lula citou o programa Luz para
Todos. “Certa vez, discuti com um cidadão que reclamava porque o Luz para Todos
era mais uma política do Lula para ajudar o pobre. Eu lembrei a ele que, quando
a gente levava o Luz para Todos, o beneficiado ligava três lâmpadas, comprava
uma geladeira, 80% deles compravam um televisor”, contou. O programa levou
energia para 15 milhões de brasileiros e resultou na venda de quase 4 milhões
de mercadorias. “Mas, infelizmente, há ainda quem prefira ver indigentes nas
ruas em lugar de gente humilde consumindo”.
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