sábado, 4 de outubro de 2014

“MARINA, A NOVA DIREITA BRASILEIRA”, define jornal francês L'Humanité

3 outubro 2014, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)


“Marina, a nova direita brasileira”, assim definiu em manchete o jornal francês de esquerda L'Humanité Dimanche sobre a candidata Marina Silva (PSB), em edição publicada no domingo (28).

O L'Humanité, que é um dos principais jornais da esquerda francesa, fundado em 1904, com papel importante no apoio à resistência contra o nazismo durante a II Guerra, enviou jornalista para acompanhar as eleições brasileiras.

Em reportagem de três páginas, com chamada de capa, o jornal descreve Marina como uma “criação de Washington para derrubar Dilma Rousseff”. A publicação pontua que as eleições brasileiras colocam na disputa a “continuidade de uma política progressista ou o retorno a um projeto neoliberal disfarçado”.

De acordo com o jornal, Marina Silva significa “a anulação de 12 anos de progressos”, e faz referência a dois exemplos importantes: desemprego em baixa e salário mínimo em alta.

“A candidata ecologista encarna essa ‘nova direita’ sul-americana. Ela ataca as alianças regionais e quer relançar o tratado de livre comércio com os Estados Unidos – bloqueado com a vitória de Lula em 2002. Sua equipe de campanha reúne ex-ministros dos governos de direita, como André Lara Resende e Giannetti da Fonseca, e Neca Setúbal, herdeira do banco Itaú”, explica o L’Humanité.

A reportagem também apontou o recuo da candidata na questão da criminalização da homofobia: “seu recuo na questão da homossexualidade, para agradar ao eleitorado evangélico, mostra-se como um problema de fato, pois faz com que seu já confuso programa de governo esteja sempre sendo alterado. A questão toda é saber, agora, até que ponto suas convicções pesarão sobre esse tema”.

Comunistas brasileiros
A publicação ouviu uma série de lideranças brasileiras, entre os destaques está o Secretário Nacional de Comunicação do PCdoB e editor do Vermelho, José Reinaldo Carvalho. O jornalista faz um balanço positivo dos 12 anos dos governos progressistas no Brasil, ressalta o aprofundamento da democracia, as conquistas sociais, o fortalecimento da soberania nacional e a política externa “por meio da qual o Brasil desempenha um papel progressista no mundo na luta contra o hegemonismo das grandes potências e pela paz”.

Reinaldo destaca o apoio do PCdoB ao governo Dilma, no quadro de uma ampla aliança política. Ele aponta a necessidade de prosseguir na luta pela realização de mais reformas estruturais democráticas, o que o poderá ser alcançado com a reeleição da presidente Dilma, afirma ele.

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