quarta-feira, 5 de junho de 2013

Angola/Orçamento Programa evitará desperdícios financeiros e econômicos



4 junho 2013, AngolaPress http://www.portalangop.co.ao (Angola)

Luanda – O Orçamento Programa, novo modelo de Orçamento Geral do Estado adoptado este ano pelo Governo, vai evitar desperdícios de recursos financeiros e económicos e permitirá a avaliação dos custo-benefícios dos projectos a serem implementados, disse hoje o docente de Finanças Públicas da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto (FDUAN) Custódio Armando.

Em entrevista à Angop, Custódio Armando disse que o Orçamento Programa vem para colmatar a falta de racionalidade no uso dos recursos financeiros e económicos públicos.

Comparando com a metodologia anterior de elaboração do OGE, o docente explicou que o actual traz vantagens em relação ao modelo tradicional usado até ao ano passado, em que as despesas são feitas por organismos ou unidades orçamentadas e as mesmas é que fazem a sua própria avaliação e ao fazerem tomam como referência os gastos dos anos anteriores e deste modo procedem a um acréscimo.

Já no Orçamento Programa, segundo o entrevistado, as despesas estão vinculadas a determinados objectivos e programas e no final da realização das despesas são efectuadas a avaliação dessas acções na base do critério custo-benefíco.

Explicou que, com base na Lei do OGE, as despesas têm diferentes classificações, uma delas prevista é a chamada classificação funcional programática, que vincula as acções do Executivo às metas previamente traçadas, de maneira que no programa os recursos financeiros do Estado estejam direccionados para a concretização do mesmo (programa).

De acordo com o professor, o OGE Programa é extremamente vantajoso e a iniciativa do Governo nesse sentido é louvável, mas coloca-se a questão se terá êxito. “ Espero bem que sim, mas requer uma grande entrega e sobretudo quadros competentes para levarem a cabo o programa”, sublinhou o interlocutor.

O OGE programa foi teorizado em alguns países mais avançados que o nosso. Foi primeiramente implementado em empresas privadas com mais racionalidade económica.

“ São programas essencialmente técnicos e o Estado angolano adoptou também essa forma de preparar o seu OGE, de modo a evitar desperdícios, despesas inúteis e desnecessárias, porque o dinheiro é público e precisa ser usado racionalmente para os programas que o Executivo previamente delineia ”, argumentou.

O orçamento é um documento de previsão de receitas e despesa públicas que o Estado vai realizar durante o período financeiro e tem geralmente a duração de um ano.

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