sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Moçambique/Dificuldade no transporte de carvão ameaça projecto de Moatize


Maputo, 3 Agosto 2007 - A indefinição sobre a estrutura de transporte para o escoamento do carvão de Moatize, em Tete, pode inviabilizar o projecto, afirmou o presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli.

Em conferência de imprensa realizada quarta-feira, Agnelli afirmou que a Vale está a negociar com uma empresa indiana — cujo nome não quis revelar — a instalação de uma linha de caminho-de-ferro na região para tornar os custos de exploração e escoamento mais competitivos.

Agnelli informou que a companhia mantém negociações também com o governo moçambicano para encontrar uma solução que torne a exploração de carvão de Moatize, situada na província de Tete (noroeste do país), economicamente viável.

O executivo alertou para as dificuldades de logística com que a empresa se tem vindo a deparar para exploração de carvão e minérios em geral em países da África e de outros continentes.

A carência energética foi outro entrave apontado por Agnelli para uma maior expansão do sector de mineração.

`O custo da energia tem subido no Brasil e em vários outros países. Aqueles que mais rapidamente se posicionarem e equacionarem essa questão de custo e disponibilidade de energia vão ter uma vantagem competitiva e comparativa muito grande a nível mundial´, afirmou.

Em 4 de Julho, o governo moçambicano entregou oficialmente à Vale do Rio Doce os direitos de exploração do carvão em Moatize, com reservas estimadas em 2,5 mil milhões de toneladas, por 25 anos (tempo máximo permitido pela lei mineira do país).

O projecto da Vale pretende extrair 11 milhões de toneladas de carvão por ano, dos quais 8,5 milhões de toneladas de coque para a indústria metalúrgica e 2,5 milhões de toneladas de carvão de queima para a produção de energia elétrica.

Ao comentar a aprovação do governo de Moçambique, há pouco mais de um mês, Agnelli já havia dito que o aval era um `importante passo dentro das estratégicas da companhia´, mas destacou a necessidade de soluções para reduzir custos e melhorar a logística no projeto, o que inclui a construção de linhas férreas para escoamento do carvão. (Imensis)

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