26 abril
2013, Jornal Notícias
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(Moçambique)
O Instituto Nacional de Estatística (INE) realizou
recentemente um estudo visando examinar o perfil e as variações do índice de
desenvolvimento humano (IDH) da população moçambicana, Reportando ao período
que vai de 1997 a 2011.
As
estimativas mostram também uma grande assimetria entre as regiões,
caracterizada por uma grande concentração da actividade económica na
região Sul, com uma contribuição média de 46.4 por cento de todo o Valor
Acrescentado Bruto (VAB), gerado na economia nacional. Os resultados evidenciam
também um forte domínio dos sectores secundário (Indústria Transformadora,
Energia e Construção) e terciário (Transportes e Comunicações, Comércio,
Finanças e Serviços) na zona sul, com uma participação respectivamente de 59.2
por cento e de 53.8 por cento de todo o VAB gerado na economia nacional.
As
regiões Centro e Norte dominam o sector primário da economia (Agricultura,
Agricultura, Pesca e Extracção Mineral), com uma participação de 41.1 por cento
e 34.5 por cento respectivamente.
Entretanto,
as estimativas do IDH mostram também que há um longo caminho a ser percorrido
por todas as províncias para atingirem o nível de realização máxima do
desenvolvimento humano e lograr alcançar igualdade nesses os níveis de
desenvolvimento.
Explorando,
em termos conceptuais e metodológicos, as práticas internacionais seguidas na
realização deste tipo de estudos, o INE procurou analisar o perfil de
desenvolvimento humano no interior de Moçambique, com destaque para os
seguintes indicadores: Desempenho económico medido pelo PIB e outros indicadores
a Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
e aquele que ele derivados; Incidência da pobreza ajusta as realizações entre homens e mulheres; medida pela abordagem de privações através do
Índice de Pobreza Humana Desenvolvimento humano no contexto dos Objectivos de (IPH-1) e o
Desenvolvimento do Milénio (ODM).
Com a
excepção das Províncias de Maputo Província e Maputo Cidade com um IDH que as
coloca no grupo de províncias com IDH médio, as restantes províncias com IDH
abaixo de 0.500, caem no grupo de desenvolvimento humano baixo. Relativamente à
pobreza humana, os resultados mostram que até 2009, esta afectava cerca de 46,8
por cento da população moçambicana comparativamente à pobreza do rendimento que
foi estimada no mesmo ano em 55 por cento e com maior profundidade nas
províncias do Centro e Norte.
A análise
do ODMs permite concluir que todas províncias estão a fazer progressos
assinaláveis em direcção às metas. As taxas do progresso actual na maior parte
dos indicadores é superior à taxa do progresso requerido para atingir as metas
em 2015, se as tendências actuais prevalecerem. Contudo, constitui ainda um
grande desafio para todas as províncias o alcance de alguns objectivos, sendo o
mais crítico o relacionado com a travagem e reversão do HIV/SIDA. Para este
objectivo, a taxa do progresso actual em todas as províncias é de longe
inferior à taxa requerida para atingir a meta em 2015.
Sul
contribui mais no crescimento do PIB
Os
resultados mostram que a economia moçambicana medida pelo Produto Interno Bruto
(PIB) cresceu em média 8 por cento ao ano, com a região Sul a apresentar uma
contribuição mais elevada, com taxas de crescimento médio anual a superar a
média nacional em 0.3 pontos percentuais. Segue-se a região Centro com taxas de
crescimento médio igual à média nacional e finalmente a região Norte com
crescimento assinalável, porém, abaixo da média nacional em 0.5 pontos
percentuais.
Embora
todas as províncias apresentem crescimentos assinaláveis, apenas três
províncias superam a média nacional, nomeadamente, Maputo Província, Inhambane
e Tete, com crescimento médio anual de 9.1 por cento, 9.0 por cento e 10.5 por
cento, respectivamente. Os mega-projectos como a Mozal, Gás de Pande e
Hidroeléctrica de Cabora Bassa, tiveram um peso determinante no crescimento
assinalável destas províncias. As restantes províncias tiveram crescimento
médio anual que varia entre 7.2 por cento (províncias de Niassa e Zambézia) a
7.9 por cento (Maputo Cidade e Sofala), para uma média nacional de 8 por cento.
Em termos
sectoriais, a economia moçambicana é predominantemente de serviços com o sector
terciário a contribuir com 43.6 por cento de todo o Valor Acrescentado Bruto
gerado na economia nacional, seguido pelo sector primário com uma participação
média de 26,4 por cento e por último o sector secundário com um peso médio de
20 por cento ao ano. A forte contribuição do sector terciário na região sul é
explicada pela grande concentração de serviços, incluindo hotéis e
restaurantes, serviços financeiros, transporte e comunicações e serviços da
administração pública central.
Esta
estrutura, prevalece também nas economias regionais sendo a região Sul onde
mais se concentra a actividade deste sector com uma participação de 53.8 por
cento de todo o VAB gerado na economia nacional, e de onde se destaca a
província Maputo Cidade que contribui com 61.8 por cento de todo o VAB deste
sector na região.
A zona
Sul domina também em termos da sua participação no sector secundário
contribuindo com 59.2 por cento de todo o VAB gerado por este sector na
economia nacional, impulsionado pela contribuição da Província de Maputo que
gera 35.8 por cento de todo o VAB nacional e 60.5 por cento do VAB deste sector
na região.
A região
Centro e Norte, dominam o sector primário com uma participação de 41.1 por
cento e 34.5 por cento respectivamente. As províncias de Nampula e Zambézia,
são as que mais contribuem para o VAB gerado por este sector na economia. Em
conjunto, estas duas províncias contribuem com 41.8 por cento de todo o VAB
gerado pelo sector primário na economia nacional. As estimativas mostram também
uma grande assimetria entre as regiões caracterizada por uma grande
concentração da actividade económica na região Sul (Gráfico 2.7), com uma
contribuição média de 47.7 por cento de todo o VAB gerado na economia nacional,
impulsionada pelas províncias de Maputo Cidade e Maputo província.
Em
conjunto, estas duas províncias contribuem com 35.8 por cento de todo o VAB
gerado na economia nacional e mais de 3/4 do VAB gerado na região Sul. As
províncias de Sofala no Centro e Nampula no Norte, são as que mais contribuem
para o VAB nacional nestas regiões com uma participação de 10.6 por cento e
14.9 por cento respectivamente, e contribuindo com 35.7 por cento e 65.7 por
cento para o VAB gerado nas respectivas regiões.
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