quarta-feira, 1 de maio de 2013

Moçambique /Perfil do Desenvolvimento Humano: INE reporta crescimento assinalável nas províncias



26 abril 2013, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O Instituto Nacional de Estatística (INE) realizou recentemente um estudo visando examinar o perfil e as variações do índice de desenvolvimento humano (IDH) da população moçambicana, Reportando ao período que vai de 1997 a 2011.

Os resultados do referido estudo, apontam que embora todas as províncias apresentem crescimentos assinaláveis, apenas três (Maputo Província, Inhambane e Tete) superam a média nacional estimada em 8 por cento.

As estimativas mostram também uma grande assimetria entre as regiões, caracterizada por uma grande concentração da actividade económica na região Sul, com uma contribuição média de 46.4 por cento de todo o Valor Acrescentado Bruto (VAB), gerado na economia nacional. Os resultados evidenciam também um forte domínio dos sectores secundário (Indústria Transformadora, Energia e Construção) e terciário (Transportes e Comunicações, Comércio, Finanças e Serviços) na zona sul, com uma participação respectivamente de 59.2 por cento e de 53.8 por cento de todo o VAB gerado na economia nacional.

As regiões Centro e Norte dominam o sector primário da economia (Agricultura, Agricultura, Pesca e Extracção Mineral), com uma participação de 41.1 por cento e 34.5 por cento respectivamente.

Entretanto, as estimativas do IDH mostram também que há um longo caminho a ser percorrido por todas as províncias para atingirem o nível de realização máxima do desenvolvimento humano e lograr alcançar igualdade nesses os níveis de desenvolvimento.

Explorando, em termos conceptuais e metodológicos, as práticas internacionais seguidas na realização deste tipo de estudos, o INE procurou analisar o perfil de desenvolvimento humano no interior de Moçambique, com destaque para os seguintes indicadores: Desempenho económico medido pelo PIB e outros indicadores a  Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e aquele que ele derivados;  Incidência da pobreza ajusta as realizações entre homens e mulheres;  medida pela abordagem de privações através do Índice de Pobreza Humana Desenvolvimento humano no contexto dos Objectivos de (IPH-1) e o  Desenvolvimento do Milénio (ODM).

Com a excepção das Províncias de Maputo Província e Maputo Cidade com um IDH que as coloca no grupo de províncias com IDH médio, as restantes províncias com IDH abaixo de 0.500, caem no grupo de desenvolvimento humano baixo. Relativamente à pobreza humana, os resultados mostram que até 2009, esta afectava cerca de 46,8 por cento da população moçambicana comparativamente à pobreza do rendimento que foi estimada no mesmo ano em 55 por cento e com maior profundidade nas províncias do Centro e Norte.

A análise do ODMs permite concluir que todas províncias estão a fazer progressos assinaláveis em direcção às metas. As taxas do progresso actual na maior parte dos indicadores é superior à taxa do progresso requerido para atingir as metas em 2015, se as tendências actuais prevalecerem. Contudo, constitui ainda um grande desafio para todas as províncias o alcance de alguns objectivos, sendo o mais crítico o relacionado com a travagem e reversão do HIV/SIDA. Para este objectivo, a taxa do progresso actual em todas as províncias é de longe inferior à taxa requerida para atingir a meta em 2015.

Sul contribui mais no crescimento do PIB
Os resultados mostram que a economia moçambicana medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média 8 por cento ao ano, com a região Sul a apresentar uma contribuição mais elevada, com taxas de crescimento médio anual a superar a média nacional em 0.3 pontos percentuais. Segue-se a região Centro com taxas de crescimento médio igual à média nacional e finalmente a região Norte com crescimento assinalável, porém, abaixo da média nacional em 0.5 pontos percentuais.

Embora todas as províncias apresentem crescimentos assinaláveis, apenas três províncias superam a média nacional, nomeadamente, Maputo Província, Inhambane e Tete, com crescimento médio anual de 9.1 por cento, 9.0 por cento e 10.5 por cento, respectivamente. Os mega-projectos como a Mozal, Gás de Pande e Hidroeléctrica de Cabora Bassa, tiveram um peso determinante no crescimento assinalável destas províncias. As restantes províncias tiveram crescimento médio anual que varia entre 7.2 por cento (províncias de Niassa e Zambézia) a 7.9 por cento (Maputo Cidade e Sofala), para uma média nacional de 8 por cento.

Em termos sectoriais, a economia moçambicana é predominantemente de serviços com o sector terciário a contribuir com 43.6 por cento de todo o Valor Acrescentado Bruto gerado na economia nacional, seguido pelo sector primário com uma participação média de 26,4 por cento e por último o sector secundário com um peso médio de 20 por cento ao ano. A forte contribuição do sector terciário na região sul é explicada pela grande concentração de serviços, incluindo hotéis e restaurantes, serviços financeiros, transporte e comunicações e serviços da administração pública central. 

Esta estrutura, prevalece também nas economias regionais sendo a região Sul onde mais se concentra a actividade deste sector com uma participação de 53.8 por cento de todo o VAB gerado na economia nacional, e de onde se destaca a província Maputo Cidade que contribui com 61.8 por cento de todo o VAB deste sector na região.

A zona Sul domina também em termos da sua participação no sector secundário contribuindo com 59.2 por cento de todo o VAB gerado por este sector na economia nacional, impulsionado pela contribuição da Província de Maputo que gera 35.8 por cento de todo o VAB nacional e 60.5 por cento do VAB deste sector na região.

A região Centro e Norte, dominam o sector primário com uma participação de 41.1 por cento e 34.5 por cento respectivamente. As províncias de Nampula e Zambézia, são as que mais contribuem para o VAB gerado por este sector na economia. Em conjunto, estas duas províncias contribuem com 41.8 por cento de todo o VAB gerado pelo sector primário na economia nacional. As estimativas mostram também uma grande assimetria entre as regiões caracterizada por uma grande concentração da actividade económica na região Sul (Gráfico 2.7), com uma contribuição média de 47.7 por cento de todo o VAB gerado na economia nacional, impulsionada pelas províncias de Maputo Cidade e Maputo província.

Em conjunto, estas duas províncias contribuem com 35.8 por cento de todo o VAB gerado na economia nacional e mais de 3/4 do VAB gerado na região Sul. As províncias de Sofala no Centro e Nampula no Norte, são as que mais contribuem para o VAB nacional nestas regiões com uma participação de 10.6 por cento e 14.9 por cento respectivamente, e contribuindo com 35.7 por cento e 65.7 por cento para o VAB gerado nas respectivas regiões.

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