terça-feira, 5 de agosto de 2008

Primeiro centro unificado de fronteira do Mercosul agiliza liberação de cargas

Amanda Cieglinski, enviada Especial

Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br

São Borja (RS) - Trafego de caminhões na Ponte Internacional da Integração que liga o Brasil ao primeiro Centro Unificado de Fronteira do Mercosul, na Argentina. A ponte existe desde 1995, quando os governos argentinos e brasileiros decidiram implementar uma nova alternativa de ligação fronteiriça entre os dois países

São Borja (RS) - O primeiro centro unificado de fronteira do Mercosul funciona em Santo Tomé, província de Corrientes, na Argentina. O centro fica logo após a Ponte da Integração, que liga a pequena cidade do país vizinho ao município de São Borja (RS). Graças à unificação dos serviços, houve uma acentuada redução no tempo de liberação dos veículos e cargas que cruzam a ponte sobre o Rio Uruguai.

A aduana argentina, a Polícia Federal, a Câmara Argentina de Comércio, a Receita Federal, os Ministérios da Agricultura, da Saúde e todos os organismos públicos dos dois países responsáveis pela nacionalização e liberação de veículos trabalham no mesmo local.

“Nossa fronteira [centro unificado] é muito ágil. O tempo médio de liberação aqui é de sete horas, enquanto em outras fronteiras os caminhões esperam de três a cinco dias”, compara Maristela Trindade, gerente comercial da Mercovia, consórcio que administra a ponte. Segundo ela, passam por dia pelo local cerca de 200 caminhões, além de veículos de passeios.

De acordo com Maristela, é grande a variedade de mercadorias que atravessam os dos países. Mas a maioria, 65%, são importações e exportações de autopeças. Com a desvalorização da moeda argentina, cresceu também o fluxo de brasileiros que visitam aquele país em busca de serviços, compras e entretenimento. Muitos moradores de São Borja e região vão até Santo Tomé para abastecer automóveis ou freqüentar o cassino, atividade proibida no Brasil, mas permitida na Argentina.

“Do lado de lá tem um posto Petrobras que o preço do combustível é metade do daqui”, explica Maristela. Com o aumento do preço da carne no Brasil também é cada vez mais comum os gaúchos atravessarem a fronteira para comprar o alimento do lado Argentino. No verão, o fluxo é contrário: apesar da desvalorização do peso os argentinos viajam para passar férias no litoral gaúcho e catarinense.

O consórcio, que administra o serviço há 11 anos, conta com cerca de 600 funcionários, brasileiros e argentinos, para fazer a travessia. “O comércio exterior não fazia parte das cidades antes. Santo Tomé era bem agropecuária, mas hoje o comércio é bem mais desenvolvido”, afirma Maristela. A Mercovia é formada por um consórcio de empresas italianas, argentinas e brasileiras.

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