segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa deverão ultrapassar este ano meta de 2009

Macau, China, 25 agosto 2008 - A meta de alcançar trocas comerciais de 50 mil milhões de dólares entre a China e os países de língua portuguesa em 2009 deve ser alcançada já este ano, graças a uma quase duplicação de transacções no primeiro semestre.

Dados divulgados este mês pelas estatísticas dos serviços da Alfândega da China indicam que entre Janeiro e Junho as trocas entre os "oito" países de língua portuguesa e a China cresceram 91,5 por cento, para 36,105 mil milhões de dólares, com Angola e Brasil a registarem os crescimentos mais destacados.

Este aumento traduz uma clara aceleração em relação ao ritmo de crescimento das trocas entre a China e os "oito" países lusófonos, que tem crescido na casa dos 30 por cento ao ano.

Face aos seis primeiros meses do ano passado, as exportações da China cresceram 79,9 por cento, para 10,735 mil milhões de dólares, enquanto as importações da China cifraram-se em 25,37 mil milhões de dólares, mais 96,9 por cento.

Até Junho, o Brasil manteve-se claramente como o principal parceiro comercial da China entre os "oito", com trocas avaliadas em 21,42 mil milhões de dólares, mais 78,4 por cento do que no período homólogo.

A China é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil em todo o mundo e este é para os bens e serviços chineses o maior mercado de destino na América Latina.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex Brasil) prevê que dupliquem nos próximos cinco anos as trocas comerciais entre os dois países, em que as matérias-primas brasileiras e os bens de consumo chineses têm grande peso.

Mas, nos seis primeiros meses do ano, o maior aumento nas trocas comerciais entre os "oito" e a China, não considerando os mais incipientes totais do arquipélago de São Tomé e Príncipe, registou-se com Angola - mais 137 por cento, para 13,346 mil milhões de dólares.

As exportações da China cresceram 130,3 por cento, para 1,168 mil milhões de dólares, enquanto em sentido inverso seguiram de Angola bens e serviços no valor de 12,178 mil milhões de dólares, mais 137,8 por cento do que no primeiro semestre do ano passado.

As exportações angolanas para a China são constituídas essencialmente por petróleo, enquanto os produtos chineses encaixam-se sobretudo nas categorias de materiais de construção, máquinas e automóveis e bens de consumo.

Entre 2003 e 2006, as trocas comerciais entre a China e os países lusófonos mais do que triplicaram, para um total de 34 mil milhões de dólares no final de 2006.

No ano passado, o aumento homólogo ficou-se pelos 46,9 por cento.

O crescimento das trocas comerciais, que deverá estar ligado à intensificação das trocas mas também a uma subida do preço das matérias-primas, faz antever que seja cumprida já este ano a meta assumida entre os "oito" e a China: transacções no valor de 50 mil milhões em 2009.

Entre os restantes países lusófonos, destaca-se no primeiro semestre o aumento das trocas comerciais com São Tomé e Príncipe (97,4 por cento) e Moçambique (35,1 por cento).

Foram principalmente as exportações da China que cresceram nas trocas com São Tomé (94,3 por cento, para 860 mil dólares) e também com Moçambique (mais 59,8 por cento, para 105,08 milhões de dólares).

Já nas trocas com a Guiné-Bissau foram principalmente as importações da China a crescer - 368,3 por cento, ainda que para pouco significativos 690 mil dólares.

Com as exportações da China a registarem um ligeiro decréscimo, as trocas entre os dois países subiram 17 por cento em termos homólogos.

Portugal manteve-se como o terceiro maior parceiro comercial chinês entre os "oito", com as exportações da China a crescerem 18 por cento e as importações a recuarem 33,3 por cento, numa balança que já é claramente favorável à China.

No total, as trocas sino-portuguesas ficaram-se por 1,145 mil milhões de dólares, mais 6,7 por cento do que no período homólogo.

Menos favorável foi a evolução das transacções com Cabo Verde (menos 3,4 por cento) e principamente com Timor-Leste (menos 43,1 por cento).

No caso cabo-verdiano, as trocas não passaram dos 7,47 milhões de dólares e no timorense dos 2,93 milhões de dólares - em ambos os casos transacções quase unicamente da China para estes dois países insulares. (macauhub)

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