25 agosto 2008
Moçambique deve urgentemente aumentar a produção de açúcar para satisfazer a crescente procura internacional deste produto, segundo o Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando.
Sem avançar números, António Fernando referiu que a procura do açúcar nacional é maior e há vários países que já manifestaram formalmente o interesse de comprar este produto “Made in Mozambique”. Egipto, Seychelles e Indonésia são exemplos de alguns países que querem comprar “enormes” quantidades do açúcar moçambicano.
“Precisa-se de mais açúcar para exportar não só para a região da SADC, no âmbito da Zona de Comércio Livre, mas também para o mundo inteiro. O país está a receber cada vez mais propostas de compra de açúcar e temos que aumentar a produção, porque a procura é maior” disse o ministro.
Para António Fernando, o interesse de vários países pelo açúcar moçambicano abre uma “grande” oportunidade de colocação deste produto no mercado mundial, bem como do crescimento da indústria açucareira nacional. Actualmente, o açúcar produzido em Moçambique é vendido a nível interno e exportado para a União Europeia (UE), no âmbito das concessões em vigor à luz da iniciativa “Tudo-Menos-Armas”, virada para a promoção dos produtos dos países menos desenvolvidos.
“Há muitos países que querem o nosso açúcar e o que produzimos actualmente não é suficiente, daí que temos que aumentar os campos de produção da cana-de-açúcar e a respectiva produção”, frisou o ministro, acrescentando, de seguida, que “neste momento temos uma grande oportunidade para esta indústria crescer, porque há vários mercados”.
A produção global do açúcar em Moçambique poderá atingir as 500 mil toneladas em 2009, segundo as perspectivas do Grupo Tongaat-Hulett, que, em parceria com o Governo, está a desenvolver um projecto de expansão das actividades nas açucareiras de Xinavane, na província do Maputo, e Mafambisse, em Sofala. A expansão das açucareiras vai custar 177 milhões de dólares, dos quais 143,9 milhões serão investido na açucareira de Xinavane e os restantes na de Mafambisse. Neste projecto, o Estado vai contribuir com 15 milhões de dólares.
No âmbito deste projecto, a produção do açúcar de Xinavane vai aumentar de 61 mil toneladas, em 2005, para 180 mil, em 2009, ao mesmo tempo que as actividades de plantação de cana-de-açúcar serão expandidas, aumentando a produção de 509 mil toneladas, em 2005, para 1,5 milhão de toneladas em 2009.
Por seu turno, a expansão de Mafambisse inclui o aumento da área de cultivo da cana em mais 2100 hectares. Para alcançar estas metas, a infra-estrutura fabril será modernizada, com a instalação de novos equipamentos, o que poderá resultar no aumento da capacidade de moer a cana por hora, de 150 toneladas para 380.
As outras duas açucareiras, nomeadamente a de Maragra, na Manhiça, e Marromeu, em Sofala, vão continuar a funcionar normalmente. Este ano (2008) prevê-se produzir 295 mil toneladas de açúcar, o que significa um aumento de mais de 50 mil toneladas em relação a 2007, onde foram produzidas 243.860 toneladas.
A serem alcançados estes resultados, o sector alcançará uma produção recorde dos últimos 30 anos no país, alcançada em 2005. Nesse ano, Moçambique produziu 265 mil toneladas devido às condições agro-climáticas que foram favoráveis para a produção do açúcar.
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