12 agosto 2008
A União Europeia acaba de colocar seis milhões de euros à disposição do Governo para financiar um projecto de reabilitação de oito estações ferroviárias e sistemas de abastecimento de água e electricidade em igual número de povoados ao longo da linha férrea do Limpopo, que liga o Porto de Maputo ao Zimbabwe.
A intervenção, que se enquadra no âmbito da responsabilidade social da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM, E.P,) vai beneficiar, até finais deste ano, os povoados da Manhiça, Magude, na província do Maputo, Chókwè, Mabalane, Combomune, Mpuzi, Mapai e Chicualacuala, no território da província de Gaza.
Trata-se de um projecto inserido no programa de reabilitação do sistema ferroviário do sul, que incluiu a restauração das linhas do Limpopo e de Goba, esta última que liga o Porto de Maputo ao vizinho Reino da Suazilândia. A ideia de base é de que as vias férreas reabilitadas só estarão em condições de servir melhor no transporte de passageiros e carga se as comunidades ao longo dos corredores tiverem acesso a serviços essenciais como água e electricidade.
Com esta iniciativa, pretende-se responder a uma preocupação antiga, sobretudo a falta de água que afecta de forma particularmente grave as regiões centro e norte da província de Gaza, onde se localizam seis dos oito povoados beneficiários. Além disso, acredita-se que a disponibilidade de água e energia eléctrica vai estimular a implantação de novos projectos naquelas regiões, mesmo ao jeito da filosofia que advoga o distrito como pólo de desenvolvimento do país.
Tradicionalmente, os CFM intervêm no provimento de serviços essenciais às comunidades implantadas ao longo dos corredores ferroviários.
Resultados do estudo feito ao abrigo do projecto fixam em cerca de cem mil o número de pessoas que vão beneficiar dos novos serviços nos oito povoados, onde as necessidades suplementares de abastecimento de água estão na ordem dos 1200 metros cúbicos por dia.
A nível das estações, estão previstas intervenções para a renovação das coberturas, pavimento, vidros, portas, sistemas de drenagem, sistemas eléctricos, pintura interior e exterior, entre outras julgadas necessárias. Por razões de sustentabilidade, o sistema de abastecimento de água foram concebidos para responder a futuras demandas baseadas numa taxa de crescimento da população fixada em dois por cento ao ano.
Pela sua natureza, o projecto envolve tanto os habitantes como os operadores dos mais variados negócios ao longo do corredor. Mulheres, crianças e outros grupos vulneráveis serão particularmente beneficiadas com a reabilitação das estações e dos sistemas de água e electricidade, uma vez que à sua volta se vão gerar outras oportunidades para o seu desenvolvimento económico e social.
Severamente danificada pelas cheias de 2000, em pelo menos 213 dos seus cerca de 534 quilómetros de extensão, a linha férrea do Limpopo beneficiou de uma reabilitação financiada pela Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento (USAID) em cerca de 55 milhões de dólares, que devolveu a sua capacidade plena de desempenho no tráfego de carga entre o Zimbabwe e o Porto de Maputo, detendo um potencial para responder ao eventual crescimento das necessidades de comércio internacional entre aquele país vizinho e o resto do mundo. (Notícias)
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