2 setembro 2015, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao
(Angola)
O combate ao branqueamento de
capitais tem constituído uma prioridade de muitos Estados, que estão
preocupados com o fenómeno do terrorismo, que é financiado por dinheiro obtido
por via de actividades ilegais, como, por exemplo, o tráfico de drogas.
O
terrorismo é actualmente um dos grandes problemas no mundo e faz sentido que os
Estados se empenhem em anular as fontes de financiamento de grupos que praticam
a violência e cometem crimes hediondos em várias partes do globo, matando um
elevado número de civis.
Vários Estados de África e de outros continentes consideram que em relação ao terrorismo tem de haver tolerância zero, implementando mecanismos de luta, os quais privilegiam a concertação entre os órgãos judiciais, policiais e de inteligência de diferentes países.
O número de crimes cometidos pelo terrorismo justifica uma acção permanente dos governos no sentido de disponibilizarem meios materiais e humanos que estejam centrados num fenómeno que põe em perigo a estabilidade de muitos Estados. Sabe-se da dimensão dos problemas causados pelo terrorismo, particularmente em África, onde
Sendo poucos os recursos financeiros para acudir a estas crises humanitárias, importa que os governos façam grandes esforços para que a actuação dos terroristas seja reduzida ao mínimo, de modo a que não se agravem os problemas que já existem.
É verdade que a comunidade internacional vai dando alguma ajuda aos problemas mais graves em África, decorrentes do terrorismo, mas convém que sejam os países africanos a enfrentar os grupos que semeiam o terror no continente, neutralizando assim as causas das mortes e das destruições. Alguns países africanos já adquiriram muita experiência em termos de combate ao terrorismo e têm hoje um maior conhecimento do seu modus operandi. Hoje em África a luta contra o terrorismo vai tendo uma maior eficiência, graças à decisão dos governos dos países afectados por esse fenómeno de reunirem forças e inteligências e empregá-las num combate sem tréguas a forças que não querem outra coisa senão o caos e a desestabilização das sociedades. Trata-se de forças que se opõem à paz e às sociedades democráticas.
É por isso importante que, para conter o terrorismo, se faça um forte combate ao branqueamento de capitais, que tem sido levado a cabo por países como Angola, Botswana, Quénia, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe, que constituem um grupo criado em 1999 e que se reuniu recentemente na África do Sul, em Joanesburgo.
A prevenção dos crimes é uma boa via para se evitarem grandes problemas. E o combate ao branqueamento de capitais constitui uma boa medida de prevenção anti-terrorismo. Os Estados membros deste grupo de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo perceberam que não devem ficar à espera que os problemas aconteçam, até porque o terrorismo que assola a Nigéria e o Mali, para só citar estes dois países, onde os casos de terror são de elevado número, justifica que ao nível da África Austral e Oriental se preste muita atenção a práticas que podem potenciar actividades ilegais associadas à violência.
A
cooperação multilateral tem a vantagem de mobilizar muitos meios humanos e
materiais, necessários num contexto em que o terrorismo afecta directa e
indirectamente vários Estados do continente. Que todos os países de África
assumam o combate ao terrorismo como uma luta que é de todos. Ninguém deve
ficar à margem deste combate, porque os problemas que o terrorismo causa são
transversais, ou seja, podem afectar ao mesmo tempo vários Estados, com implicações
negativas tanto no domínio económico como no social.
O multilateralismo pode fortalecer os Estados que estão na primeira linha do combate ao terrorismo. A união faz a força. E é desta força que África precisa para travar um fenómeno que já provocou muitos milhares de mortos. Que as vidas humanas que se perderam em consequência do terrorismo impulsionem os africanos a procurar sempre as melhores soluções para que o continente esteja livre de terroristas.
A África quer avançar para o desenvolvimento e se não combater tenazmente o terrorismo, o progresso dos povos do continente ficará sempre adiado. Temos necessariamente de permanecer unidos para combatermos um inimigo comum aos povos de África. Precisamos de estabilidade para construirmos no continente o nosso progresso, pelo que não temos outra saída senão encararmos a luta contra o terrorismo como uma missão que tem de vencer as forças do mal. Com as experiências já adquiridas por vários países africanos no combate ao terrorismo, conjugadas com recursos financeiros de diferentes Estados do continente, pode-se debilitar consideravelmente os grupos terroristas.
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