quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Moçambique/Segundo porta-voz da Frelimo: Dhlakama simulou ataque

15 Setembro 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O Partido Frelimo condena e repudia, com veemência, a postura do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e distancia-se das acusações de ter orquestrado o seu assassinato ou qualquer atentado à sua integridade física e o acusa de ter simulado o ataque que ocorreu sábado em Manica.

O porta-voz do partido, Damião José, disse, ontem em Maputo, em conferência de imprensa convocada para desmentir as acusações feitas pelo presidente da Renamo que imputam a responsabilidade à Frelimo pelo ataque ocorrido sábado, que com a simulação do acontecimento ficou provado que Afonso Dhlakama é um “malandro qualquer”, tal como ele próprio o dissera a jornalistas em Chimoio que caso morresse poderia aparecer, para sua sucessão, “um outro malandro pior que Dhlakama”.

Damião José tornou claro, duma vez por todas, que a Frelimo não
é um partido de malandros, não é uma organização criminosa como a que é liderada por um malandro que cometeu diversos crimes durante os 16 anos de guerra de desestabilização no país.

“A Frelimo é o partido do povo para o povo que desde 1962 tem estado a trabalhar para o bem-estar dos moçambicanos. Desde que o camarada Presidente Filipe Jacinto Nyusi foi investido ao cargo de Presidente da República de Moçambique, tem estado a privilegiar a exortação a todos nós moçambicanos para a consolidação da unidade nacional, a manutenção da paz, da tolerância e concórdia. O nosso Presidente sempre esteve e continua a estar disponível ao diálogo com todas as forças vivas da sociedade, para junto destas colher opiniões, críticas e ensinamentos para o alcance da paz efectiva no nosso país”, disse.

Lembrou que, recentemente, o Presidente da República formulou mais um convite ao líder da Renamo, tendo como ponto central da agenda a paz, mas, contra a expectativa de todos os moçambicanos, o convite foi recusado. Disse que a recusa demonstra, na opinião da Frelimo, falta de vontade em dialogar e encontrar soluções para os problemas do povo moçambicano.
Afirmou que se tratou dum ataque simulado porque, primeiro, de forma precipitada Afonso Dhlakama atribuiu culpa às Forças de Defesa e Segurança, para depois imputar a Frelimo.

O porta-voz da Frelimo acrescentou que a recusa do líder da Renamo em dialogar com o Presidente da República e em desmilitarizar os seus homens é uma clara demonstração de que nunca esteve interessado na paz e em nenhum momento pensa no bem-estar dos moçambicanos.

“Os discursos de intimidação do senhor Dhlakama pelo país são exemplo deste eterno belicismo e aposta na via da guerra para resolver seja o que for, colocando o povo e a economia reféns do seu desejo de desestabilizar o nosso país”, disse, ajuntando que a sua insistência em manter os seus homens armados, contra os apelos de todas as forças vivas da sociedade e em clara contradição com os discursos públicos que propala na imprensa e em outros locais públicos, mostra que a Renamo aposta na cartada da guerra que deseja usá-la a qualquer momento.

Indicou que Afonso Dhlakama ficou durante todo este tempo à espera de pretexto para voltar a guerra e como nunca chega inventa-o com a simulação de um ataque. Disse que o líder da Renamo não precisa de todo este teatro para trazer ao de cima a sua postura belicista que lhe é intrínseca.

“A Frelimo reitera o apelo ao bom senso do senhor Dhlakama para que deixe de ser malandro, como ele próprio afirmou, e participe activamente em acções de construção da paz, consolidação da unidade nacional e desenvolvimento do nosso país, para o bem-estar de todos os moçambicanos”, disse.

Damião José garantiu que o trabalho em curso (de apuramento da veracidade dos factos) irá trazer ao de cima o que realmente aconteceu. Contudo, segundo afirmou, a própria Renamo deve colaborar com as autoridades.

O porta-voz da Frelimo disse que o partido encoraja todas as iniciativas que levem à realização do encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo, podendo as mesmas partir dos seus membros.


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