15 Setembro
2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
O Partido
Frelimo condena e repudia, com veemência, a postura do líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, e distancia-se das acusações de ter orquestrado o seu assassinato ou
qualquer atentado à sua integridade física e o acusa de ter simulado o ataque
que ocorreu sábado em Manica.
O porta-voz
do partido, Damião José, disse, ontem em Maputo, em conferência de imprensa
convocada para desmentir as acusações feitas pelo presidente da Renamo que
imputam a responsabilidade à Frelimo pelo ataque ocorrido sábado, que com a
simulação do acontecimento ficou provado que Afonso Dhlakama é um “malandro
qualquer”, tal como ele próprio o dissera a jornalistas em Chimoio que caso
morresse poderia aparecer, para sua sucessão, “um outro malandro pior que
Dhlakama”.
Damião José
tornou claro, duma vez por todas, que a Frelimo não
é um partido de malandros,
não é uma organização criminosa como a que é liderada por um malandro que
cometeu diversos crimes durante os 16 anos de guerra de desestabilização no
país.
“A Frelimo é
o partido do povo para o povo que desde 1962 tem estado a trabalhar para o
bem-estar dos moçambicanos. Desde que o camarada Presidente Filipe Jacinto Nyusi
foi investido ao cargo de Presidente da República de Moçambique, tem estado a
privilegiar a exortação a todos nós moçambicanos para a consolidação da unidade
nacional, a manutenção da paz, da tolerância e concórdia. O nosso Presidente
sempre esteve e continua a estar disponível ao diálogo com todas as forças
vivas da sociedade, para junto destas colher opiniões, críticas e ensinamentos
para o alcance da paz efectiva no nosso país”, disse.
Lembrou que,
recentemente, o Presidente da República formulou mais um convite ao líder da
Renamo, tendo como ponto central da agenda a paz, mas, contra a expectativa de
todos os moçambicanos, o convite foi recusado. Disse que a recusa demonstra, na
opinião da Frelimo, falta de vontade em dialogar e encontrar soluções para os
problemas do povo moçambicano.
Afirmou que
se tratou dum ataque simulado porque, primeiro, de forma precipitada Afonso
Dhlakama atribuiu culpa às Forças de Defesa e Segurança, para depois imputar a
Frelimo.
O porta-voz
da Frelimo acrescentou que a recusa do líder da Renamo em dialogar com o
Presidente da República e em desmilitarizar os seus homens é uma clara
demonstração de que nunca esteve interessado na paz e em nenhum momento pensa
no bem-estar dos moçambicanos.
“Os discursos
de intimidação do senhor Dhlakama pelo país são exemplo deste eterno belicismo
e aposta na via da guerra para resolver seja o que for, colocando o povo e a
economia reféns do seu desejo de desestabilizar o nosso país”, disse, ajuntando
que a sua insistência em manter os seus homens armados, contra os apelos de
todas as forças vivas da sociedade e em clara contradição com os discursos
públicos que propala na imprensa e em outros locais públicos, mostra que a
Renamo aposta na cartada da guerra que deseja usá-la a qualquer momento.
Indicou que
Afonso Dhlakama ficou durante todo este tempo à espera de pretexto para voltar
a guerra e como nunca chega inventa-o com a simulação de um ataque. Disse que o
líder da Renamo não precisa de todo este teatro para trazer ao de cima a sua
postura belicista que lhe é intrínseca.
“A Frelimo
reitera o apelo ao bom senso do senhor Dhlakama para que deixe de ser malandro,
como ele próprio afirmou, e participe activamente em acções de construção da
paz, consolidação da unidade nacional e desenvolvimento do nosso país, para o
bem-estar de todos os moçambicanos”, disse.
Damião José
garantiu que o trabalho em curso (de apuramento da veracidade dos factos) irá
trazer ao de cima o que realmente aconteceu. Contudo, segundo afirmou, a
própria Renamo deve colaborar com as autoridades.
O porta-voz
da Frelimo disse que o partido encoraja todas as iniciativas que levem à
realização do encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo,
podendo as mesmas partir dos seus membros.
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