17 de
Setembro de 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz
A pesquisa e
recolha de informação sobre a história da luta de libertação nacional feita por
diversas instituições interessadas, incluindo as universidades, deve
privilegiar os depoimentos dos combatentes e de todos aqueles que directa ou
indirectamente viveram e testemunharam o processo de emancipação dos povos e
países da região.
O facto foi
defendido ontem em Maputo pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário,
na abertura do seminário científico sobre “Os Desafios de Pesquisa da História
da Luta de Libertação Nacional na Actualidade”, organizado pelo Centro de
Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional (CPHLLN), uma entidade
subordinada ao Ministério dos Combatentes (MICO).
Segundo
Carlos Agostinho do Rosário, a divulgação da informação e de testemunhos
recolhidos deve servir para valorizar o sacrifício dos combatentes e contribuir
para a educação patriótica dos moçambicanos na consolidação da unidade
nacional, que constitui elemento fundamental para a preservação da paz.
Para o
governante, os resultados de pesquisas e análises científicas dos
acontecimentos históricos das lutas contra a dominação colonial deverão
conduzir à preservação, valorização e divulgação da história da luta de
libertação nacional, devendo constituir, por isso, fonte de inspiração não só
para a juventude actual como para as gerações vindouras.
Indicou que
as lutas de libertação nacional que os povos da região ousaram levar a cabo
foram um imperativo e uma missão nobre de soberania e constituíram a única
forma de negação à opressão colonial.
“Hoje estamos
livres e independentes pois a determinação e coragem dos nossos povos
levaram-nos à liberdade que hoje usufruímos como um direito inalienável, ou
seja, a nossa maior conquista”, disse Carlos Agostinho do Rosário.
Afirmou que o
seminário, que junta investigadores de Moçambique, da África Austral, da Rússia
e da Alemanha, para além dos próprios combatentes, constitui um espaço
privilegiado de partilha de experiências sobre os resultados da pesquisa da
história dos movimentos de luta de libertação em África.
Manifestou a
expectativa de que os debates e a partilha de experiências no evento sirvam
para promover e consolidar as formas de pesquisa, de modo a conferir a
fiabilidade científica à história de libertação nacional dos povos de África,
em particular o povo moçambicano.
O
Primeiro-Ministro disse que o Governo criou o Centro de Pesquisa da História da
Luta de Libertação Nacional com o objectivo de promover e encorajar a
preservação e valorização do património histórico do povo moçambicano.
Convidou os
combatentes da luta de libertação nacional para que continuem a divulgar a
história de que eles foram sujeitos activos, como forma de perpetuar o seu
legado junto das presentes gerações e vindouras.
O governante
referiu que o seminário, que termina amanhã, sexta-feira, decorre num momento
em que em vários cantos do país ouvem-se vozes da população a clamarem pela
paz, concórdia, diálogo entre os moçambicanos para encontrar soluções pacíficas
para as suas diferenças, condições indispensáveis para o progresso
socio-económico.
“A paz que
todos clamamos no nosso país é também condição para os propósitos do presente
evento, porque sem paz não será possível levarmos avante a nobre missão de
pesquisa e preservação do património da rica história dos nossos povos, em
especial a preciosa história recente, a luta armada de libertação nacional, que
trouxe a liberdade e a independência nacional”, disse.
Afirmou que
há uma elevada consciência nos moçambicanos de que a guerra é um monstro
devastador de vidas humanas, que destrói sem piedade as conquistas nacionais
obtidas com sacrifício das garras do colonialismo.
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