16 setembro
2015, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br
(Brasil)
No Uol
"Tinha dias em que
eu não tinha sequer o dinheiro da passagem de ônibus"
Filho de
pedreiro e de catadora de castanhas, o estudante de direito Ismael do
Nascimento Silva, 25, emocionou quem estava presente na colação de grau dele
ocorrida em Teresina (PI), na noite da última sexta-feira (11). O jovem subiu
no tablado da área de entrega do diploma carregando um banner destacando a
origem humilde da família. "O filho do pedreiro com a catadora de
castanhas também venceu", dizia a faixa com a hastag #MeusPaisMeusHeróis.
A história de
superação de Silva ganhou as redes sociais no fim de semana com a divulgação
das fotos da formatura pela empresa que registrou as imagens. A fotografia dele
com a faixa está com centenas de compartilhamentos e
mensagens parabenizando-o
pela conquista.
(...)
"Meus
pais me deram oportunidade para que eu conseguisse me formar em direito. Apesar
de não terem condições, me deram assistência financeira para me manter no
curso. Os dois entraram na colação de grau comigo porque são meus maiores
exemplos de humildade, honestidade, dedicação e amor", afirmou o novo
advogado.
A mãe dele
cursou até o 3º ano do ensino fundamental e o pai até o 1º ano do ensino médio.
Silva é o primeiro da família a concluir um curso superior. "Eles estão
muito orgulhosos e eu também porque passei no exame da OAB quando estava no 9º
período." No dia 11 de agosto, ele recebeu a carteira da ordem para poder
exercer a profissão já depois da formatura.
"Minha
vida não foi fácil. Aos 10 anos comecei a trabalhar para ajudar a minha mãe,
pois meus pais são separados. Vendi 'sacolé', espetinho de carne, milho cozido.
As dificuldades financeiras me incentivaram a estudar. Estou na metade do meu
projeto de vida ainda, com essa formatura, mas ainda quero passar num concurso
público para ter estabilidade e organizar a vida financeira da minha
família", contou Silva.
Ele cursou
direito em uma faculdade particular em Teresina como bolsista do Prouni
(Programa Universidade para Todos), do Ministério da Educação. Para pagar o
transporte, os livros e demais materiais durante o curso, o estudante conseguiu
uma vaga como instrutor de Badminton num clube próximo à faculdade.
"Tinha
dias em que eu não tinha sequer o dinheiro da passagem de ônibus. Como eu saía
cedo da manhã para estudar na biblioteca, já ficava para as aulas do curso à
tarde. Ficava sem me alimentar até chegar em casa à noite. No segundo ano, a
dona da cantina soube da minha história e eu passei a almoçar de graça. Além da
minha força de vontade, sempre tive pessoas que me ajudaram, como meus pais, os
colegas da turma, professores e anjos que iam surgindo a cada vez que aparecia
algum obstáculo", conta o advogado. (Fonte:
Conversa Afiada)
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