sábado, 19 de setembro de 2015

Angola/O HERÓI E O BEM COMUM

18 de Setembro, Jornal de Angola EDITORIAL jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Angola é uma  República independente  desde  1975  e o nascimento do Estado angolano foi precedido  por actos heróicos  para que a independência do nosso país fosse uma realidade. A conquista da independência nacional  foi resultado de inúmeros sacrifícios consentidos por muitos patriotas angolanos.

Poucos dias antes da Independência de Angola,  foram muitos os patriotas angolanos  que viveram momentos  dramáticos para  assegurar  que se  proclamasse  a nossa libertação definitiva do colonialismo.   Uma das figuras centrais  desta luta  pela proclamação da independência de Angola  a 11 de Novembro de  1975 foi António Agostinho Neto, primeiro Presidente  do nosso país, cuja liderança foi decisiva para  conter  as forças invasoras que a Norte e a Sul  queriam inviabilizar  a liberdade do povo angolano.

Ontem, os angolanos comemoraram o Dia do Herói Nacional , com  diversas actividades políticas, culturais e desportivas , em homenagem a Agostinho Neto, o primeiro Presidente de Angola , uma figura  que, nos momentos mais dramáticos que antecederam  a independência de Angola e depois desta  histórica data, desempenhou um papel crucial que entrou definitivamente na nossa História como Nação.

Ao  comemorarmos o Dia do Herói Nacional não podemos deixar de recordar o importante papel desempenhado pelos internacionalistas cubanos que em Angola lutaram ao nosso lado para libertarmos o país  do colonialismo e  para preservar a independência.

Os angolanos nunca esquecerão o sacrifício dos irmãos de Cuba que em Angola deram um exemplo  de solidariedade ímpar no mundo.  O apoio de Cuba à libertação  dos povos da África  Austral  é   descrito por muitos  especialistas que estudaram  a  situação nesta parte  do continente africano como um  dos mais importantes acontecimentos   da década de 70 do século passado.
 

A vinda  de Cuba  a África  para ajudar no combate ao colonialismo e ao apartheid  foi tida  como um gesto de grande alcance   histórico. Cuba está  para sempre ligada  à libertação definitiva do continente  africano do colonialismo. Fidel Castro considerou
o apoio de Cuba   aos povos da África Austral como  “a mais bela das causas”.

Estudos  feitos por investigadores que estudaram a presença de Cuba   em África  estimam que  mais de trezentos mil compatriotas de Fidel Castro  se bateram pela  libertação dos seus irmãos  em África, entre  Abril de 1965 e  Maio de 1991.

A aliança  entre cubanos e angolanos pouco  antes  da independência de Angola, que surpreendeu na altura certos círculos do Ocidente, é considerada  como  uma  das  mais ousadas e inteligentes  opções em termos diplomáticos e militares.  O tempo encarregou-se de  provar que   essa  aliança  angolano-cubana constituiu uma grande contribuição  à luta de libertação   nacional   em África. A humanidade  pôde testemunhar o sacrifício de dois  povos, angolano e cubano. 

Não se pode  subestimar o papel  preponderante  desta aliança,  que muito fez  pela   liberdade de milhões de seres humanos que se encontravam sob o jugo do colonialismo e do apartheid. Agostinho Neto e Fidel Castro foram visionários e construíram uma aliança estratégica  que influenciou sobremaneira as relações internacionais.
 
A luta pela liberdade em África era uma prioridade de Angola  e de Cuba. A localização geográfica de cada país não era  obstáculo para a consolidação  da aliança.  Agostinho Neto   viria a afirmar numa visita a Cuba que  “o mais importante para a unidade não é a geografia, mas a ideologia”.
 

Importa referir, nas comemorações do Dia do Herói Nacional, que Agostinho Neto foi um grande estadista que soube nos momentos difíceis da vida da Nação  encontrar as soluções  mais acertadas para conquistarmos a independência e para a defender de vários inimigos.
 
Angola  é hoje um país livre e independente e temos todos o dever de preservar a nossa liberdade e independência  duramente conquistadas.  Foram muitos os angolanos  que  sofreram e morreram pela liberdade e independência de Angola. Somos hoje uma comunidade política que está a construir uma democracia que contribua para que Angola seja um país de muito progresso em  diferentes domínios.

Somos uma comunidade  constituída  por milhões de habitantes  que podem fazer de Angola  um país  onde todos  podem viver  com dignidade.  O Estado angolano continua empenhado em trabalhar  para que haja  bem-estar para todos os cidadãos. Há ainda inúmeras tarefas por realizar  no país, muitas delas  de grande complexidade. Que no processo de resolução dos problemas do povo, haja cada vez mais empenho, mais  organização e mais resultados  que proporcionem  condições cada vez melhores  aos cidadãos. Que  continuemos a seguir o exemplo de Agostinho Neto, que não se cansava  de se preocupar  com  a vida  das populações. Resolver  os problemas do povo tem de continuar a ser o lema  daqueles que têm por missão prosseguir  o bem comum.

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