31 agosto 2015, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
Os constrangimentos
financeiros de Angola deverão manter-se até 2016 e a solução preferida pelas
autoridades é a obtenção de financiamento internacional e de linhas de crédito,
em particular da China e do Brasil, afirmam analistas do país.
As mais recentes
previsões do Fundo Monetário Internacional sobre Angola, divulgadas na semana
passada, apontam para que apenas em 2017 surja
a recuperação económica, face à
actual situação de dificuldades orçamentais resultante da quebra prolongada dos
preços do petróleo, principal produto de exportação do país.
Para a Economist
Intelligence Unit, perante o prolongar dos constrangimentos, Angola vai
“procurar novos financiamentos de instituições financeiras internacionais, bem
como linhas de crédito da China e do Brasil.”
O mais recente destes
apoios foi de 650 milhões de dólares, concedido pelo Banco Mundial,
repartindo-se em 450 milhões de dólares de empréstimo e 200 milhões de dólares
de garantias, com um período de carência de 10 anos e um prazo de mais de 29
anos.
Metade dos fundos, de
acordo com o governo, servirá para apoiar o Orçamento de Estado, nomeadamente a
gestão financeira e contratação pública, sendo a outra metade para gestão
macroeconómica, medidas de redução da pobreza e sector social.
A garantia de 200
milhões de dólares permite às autoridades assegurar novos financiamentos nos
mercados internacionais, solução através da qual, de acordo com a Reuters, as
autoridades prevêem assegurar um total de 10 mil milhões de dólares, incluindo
1,5 mil milhões de dólares numa emissão de obrigações.
A opção por um pedido de
ajuda ao FMI é considerada pela generalidade dos analistas como indesejado
pelas autoridades, que a vêem como uma solução de último recurso.
O anúncio do apoio do
Banco Mundial segue-se a novos apoios concedidos pela China, na sequência da
recente visita do presidente José Eduardo dos Santos e de um conjunto de
empréstimos de bancos internacionais.
O governo tem vindo a
apontar o baixo nível de endividamento do país – estimado em 40% do PIB, mesmo
com os novos empréstimos da China – como resposta a preocupações sobre os
efeitos do recurso a crédito para assegurar a liquidez no país.
O Ministério das
Finanças de Angola anunciou em Junho que foram melhoradas as condições dos
empréstimos concedidos pela China, mas que não foi pedida uma moratória quanto
à respectiva amortização.
O Ministério adiantou
que os ministros angolanos que integraram a comitiva do presidente José Eduardo
dos Santos à China analisaram com os congéneres chineses “maneiras para
expandir a capacidade fiscal” e prosseguir com a execução do Plano Nacional de
Desenvolvimento, de Angola, “sem comprometer a actual carteira de dívida, dada
as circunstâncias actuais de baixa dos preços do petróleo”.
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