terça-feira, 1 de setembro de 2015

Angola privilegia financiamento nos mercados e linhas de crédito da China e do Brasil

31 agosto 2015, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)

Os constrangimentos financeiros de Angola deverão manter-se até 2016 e a solução preferida pelas autoridades é a obtenção de financiamento internacional e de linhas de crédito, em particular da China e do Brasil, afirmam analistas do país.

As mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional sobre Angola, divulgadas na semana passada, apontam para que apenas em 2017 surja
a recuperação económica, face à actual situação de dificuldades orçamentais resultante da quebra prolongada dos preços do petróleo, principal produto de exportação do país.

Para a Economist Intelligence Unit, perante o prolongar dos constrangimentos, Angola vai “procurar novos financiamentos de instituições financeiras internacionais, bem como linhas de crédito da China e do Brasil.”

O mais recente destes apoios foi de 650 milhões de dólares, concedido pelo Banco Mundial, repartindo-se em 450 milhões de dólares de empréstimo e 200 milhões de dólares de garantias, com um período de carência de 10 anos e um prazo de mais de 29 anos.

Metade dos fundos, de acordo com o governo, servirá para apoiar o Orçamento de Estado, nomeadamente a gestão financeira e contratação pública, sendo a outra metade para gestão macroeconómica, medidas de redução da pobreza e sector social.

A garantia de 200 milhões de dólares permite às autoridades assegurar novos financiamentos nos mercados internacionais, solução através da qual, de acordo com a Reuters, as autoridades prevêem assegurar um total de 10 mil milhões de dólares, incluindo 1,5 mil milhões de dólares numa emissão de obrigações.

A opção por um pedido de ajuda ao FMI é considerada pela generalidade dos analistas como indesejado pelas autoridades, que a vêem como uma solução de último recurso.

O anúncio do apoio do Banco Mundial segue-se a novos apoios concedidos pela China, na sequência da recente visita do presidente José Eduardo dos Santos e de um conjunto de empréstimos de bancos internacionais.

O governo tem vindo a apontar o baixo nível de endividamento do país – estimado em 40% do PIB, mesmo com os novos empréstimos da China – como resposta a preocupações sobre os efeitos do recurso a crédito para assegurar a liquidez no país.

O Ministério das Finanças de Angola anunciou em Junho que foram melhoradas as condições dos empréstimos concedidos pela China, mas que não foi pedida uma moratória quanto à respectiva amortização.

O Ministério adiantou que os ministros angolanos que integraram a comitiva do presidente José Eduardo dos Santos à China analisaram com os congéneres chineses “maneiras para expandir a capacidade fiscal” e prosseguir com a execução do Plano Nacional de Desenvolvimento, de Angola, “sem comprometer a actual carteira de dívida, dada as circunstâncias actuais de baixa dos preços do petróleo”.


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