sexta-feira, 11 de abril de 2014

JOHN KELLY: ASSASSINO NO IRAQUE, CARRASCO EM GUANTÁNAMO E DIFAMADOR DA VENEZUELA

Havana, 2 abril 2014, Granma http://www.granma.cu (Cuba)

Jean Guy Allard

Guerra contra o terrorismo, luta contra o narcotráfico, ajuda humanitária, cooperação militar: todos os pretextos utilizados pelo Comando Sul norte-americano para reforçar sua presença na América Latina despencaram quando o general John Kelly agrediu, ante o Congresso dos EUA, a nação de Hugo Chávez, ao contribuir para a campanha internacional de desinformação contra a Venezuela.

Em recente intervenção no Congresso, noticiada repetidamente, e com evidente satisfação, pela Voz da América (VOA), a rádio de propaganda do governo norte-americano, Kelly falou do
“abismo” frente ao qual se encontrava a nação sul-americana. Insistiu em que a Venezuela se encontrava à beira de uma verdadeira catástrofe “em termos econômicos e de democracia”.

Com a cumplicidade de agências de imprensa internacionais, as quais retomaram suas declarações como palavras do Evangelho, e apoiando-se no pretenso prestígio do uniforme de fuzileiro naval que enverga, o veterano oficial expôs várias “observações” que, após serem examinadas detalhadamente, revelam pura ficção científica, para consumo dos clientes de MacDonald’s.

Perguntado acerca da eventualidade de os EUA imporem sanções “a militares envolvidos em violações dos direitos humanos nesse país” (sic), Kelly assinalou que “enquanto mais se possa restringir a liberdade de movimento deles ou suas contas bancárias” mais poderia influir-se na maneira em que eles tratem do futuro da Venezuela.

Carrasco chefe em Guantanamo
Enquanto falava sobre direitos humanos, o oficial de alta patente do Pentágono omitiu lembrar que é o maior responsável pelo campo de concentração de Guantánamo, instalação onde se mantêm presos, em condições desumanas, desde há anos, torturados, levados ao suicídio, dezenas de “suspeitos” que jamais foram condenados por um tribunal de justiça.

Em seus inúmeros percursos — amplamente noticiados pelas diferentes embaixadas ianques na América Latina — John Kelly elogia constantemente a suposta “missão” do Comando Sul que dirige. 

Constantemente, repete ante a imprensa que a “prioridade” de suas tropas é “a luta contra o narcotráfico”, tarefa que foi revelada no decurso dos anos como um imenso fracasso.

Em vários países subsidia corpos de policiais repressivos, sob pretextos humanitários de ajuda à reinserção social, distribuindo equipamentos, veículos de todo o tipo e armas potentes.

O passado de John Kelly e sua ascensão na hierarquia militar imperial revela, contudo, um homem sem escrúpulos humanitários, executante das tarefas mais sangrentas, em nome do poder imperial.

Kelly foi oficial de combate em Bagdade e Tikrit, em 2003, e depois em Faluja, em 2004, onde se “distinguiu” por sua eficiência letal.

Em 2009, atingiu o cume em suas aventuras de assassino de elite, quando dirigiu as operações de 25 mil soldados norte-americanos no Iraque, em meio a missões de “limpeza” que mataram dezenas de vítimas civis de todas as idades.

Como recompensa, Kelly desempenhou-se, a partir de 2011, como assessor militar superior na Secretaria de Defesa, antes de ocupar o cargo de chefe do comando Sul, responsável pela presença militar norte-americana na América Latina e no Caribe, com base em Miami.

“Os temos vigiados”
 Além de assassino fardado, Kelly também gosta da propaganda, ao se referir à suposta “presença iraniana na América Latina”, deleitando seus compatriotas.

O general observa iranianos “especialmente em países como a Venezuela”, embora confessasse que “não representam uma ameaça real”.

“Mas os temos vigiados”, acrescenta com fervor, admitindo o trabalho de intervenção e de espionagem desenvolvido na Venezuela por seu pessoal.

Kelly é o promotor do conceito disparatado da presença de pessoas ligadas à milícia xiita libanesa de Hezbolá que, “naturalmente”, atuam na Venezuela, Argentina, Brasil e “na fronteira com o Paraguai”.

Quando não se dedica a intervir, Kelly desfruta em Coral Gables (Miami), de uma mansão chamada Casa Sul, que custa US$160 mil ao ano em aluguéis e ainda muito mais em salários para o pessoal e fornecimentos. 

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