18 abril 2014, Jornal Noticias
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O PAIGC volta ao poder na Guiné-Bissau, dois anos
depois de seu governo ter sido derrubado por militares. Nas eleições gerais de
domingo o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
conquistou a maioria absoluta. Mas o PCD e o PRS contestam os resultados. Nas
presidenciais, o candidato do PAICV e um independente decidem dia 18 de Maio o
futuro chefe de Estado do país.
Os guineenses foram domingo às urnas para escolher o
presidente da Republica, entre 13 candidatos, e a composição da Assembleia
Nacional Popular (Parlamento), entre 15 partidos.
Segundo os resultados provisórios
quarta-feira a noite
divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Mário Vaz, candidato
do PAIGC, e Nuno Nabian, independente, vão disputar a segunda volta das
presidenciais, prevista para 18 de Maio próximo.
José Mário Vaz (conhecido como Jomav), ex-ministro das
Finanças do Governo deposto pelo golpe militar de Abril de 2012, conseguiu
40,98 por cento, abaixo dos 50 por cento necessários para ganhar à primeira
volta.
Nuno Nabian, presidente do Conselho de Administração
da Agência da Aviação Civil, estreou-se na política e arrecadou 25,14 por cento
dos votos de domingo, que lhe valem o passaporte para a segunda ronda.
Nabian tinha a o apoio de Kumba Yalá, antigo
Presidente da Guiné-Bissau e fundador do PRS falecido durante a campanha
eleitoral, embora este partido tivesse seu próprio candidato, Abel Incada, que
obteve domingo apenas 7,03 por cento dos votos.
“Roubo” de deputados
Nas legislativas, segundo a CNE, o PAIGC venceu
conquistando 55 dos 102 lugares da ANP, maioria absoluta.
Quatro outros partidos integrarão o novo parlamento
guineense: PRS, com 41 deputados, Partido da Convergência Democrática (PCD),
dois deputados, Partido da Nova Democracia (PND), um deputado, e a União para a
Mudança (UM) também com um deputado.
Falta ainda apurar os votos da diáspora,
correspondentes a 22.312 eleitores, que elegem dois deputados.
Entretanto, dois partidos denunciam terem sido
"roubados" deputados que deviam ter na nova ANP, situação que dizem
não aceitar.
Segundo a Lusa, Vítor Mandinga, do PDD, e Baltazar
Lopes, do PRS, disseram aos jornalistas que não concordam com os números de
mandatos anunciados pela CNE.
"Roubaram-nos, mais uma vez, dois deputados. Um
em Bafatá e outro em Contuboel", duas regiões da Guiné-Bissau, afirmou
Vitor Mandinga, em lágrimas, prometendo "ir até às últimas
consequências" para reaver os dois mandatos.
Baltazar Cardoso, director da campanha eleitoral do
PRS considerou que a CNE não apresentou os mandatos realmente conquistados pelo
partido, que diz serem 43 e não 41.
O dirigente partidário referiu que o partido vai
recorrer junto da CNE.
"São resultados provisórios e no que diz respeito
às eleições presidenciais o nosso candidato (Abel Incada) perdeu. Reconhecemos
a derrota", acrescentou Cardoso.
Na sequência da sua vitória eleitoral, o PAIGC reúne a
partir de hoje os seus órgãos directivos para discutir a formação do próximo
governo guineense.
"Dessas reuniões devem sair indicações muito
claras daquilo que deverá ser o comportamento do presidente do partido no
processo de auscultação de todas as sensibilidades da sociedade guineense"
para constituição do próximo governo, referiu Domingos Simões Pereira, líder do
partido.
Domingos Simões Pereira, 50 anos,
ex-secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP,
entre 2008 e 2012) deverá ser indicado pelo partido para o cargo de
primeiro-ministro.
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